sexta-feira, 9 de julho de 2010

O olhar de Capitu - oitava parte de um romance inclassificável

Nenúfar, nenúfares, nifeáceas farisaicas, seu nefelibata de merda, vocifera o legiferante, arfante, bipolar, o terço a orar feito o planador apicultor. Destarte, as veias saltitantes das mãos enraizadas. E o supraquiasmático do agricultor expressa desdém ao helicóptero fariseu, lento gineceu de abóbodas helicoidais. Ah, as vestes de platibanda que atordoam os conta-gotas ancestrais, estatuetas verticais.

Código de Hamurábi

35. Se alguém comprar o gado ou ovelhas que o rei fez por bem dar aos seus capitães, este alguém perderá seu dinheiro.

Conversa Afiada e o estuprador Sirotskyzinho


Arte de Mosquito

Do Conversa Afiada

Os donos do PiG (*) realizaram uma séance (sessão, em tradução da Blague do Blog)na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados para falar mal do Terra e do Brasil Econômico.

Um seria espanhol e outro, português.

Clique aqui para ler no Estadão, pág. B16.

Interessante esse patriotismo repentino do PiG (*).

Quando o Rupert Marinho fez o acordo com a Time-Life para fundar a Globo, e o Victor Civita com o Chase Manhattan Bank (então, da família Rockefeller), o PiG (*) não falava mal do capital estrangeiro.

Agora que a água começou a subir pelas canelas …

O que está em jogo é o futuro da mídia.

O papel que o capital estrangeiro e os portais – como o Conversa Afiada – podem desempenhar na tevê a cabo, na internet e nas mídias sociais.

Acabou o monopólio do PiG (*).

A Globo amarga essa realidade, no momento, em Florianópolis.

A hegemonia da Globo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul se exerce através da família Sirotsky, dona da RBS.

Um Sirotsky de 14 anos, associado a um filho de delegado, também menor, são acusados de estuprar uma menina de 13 anos.

A Globo no Brasil e a RBS em Santa Catarina abafaram o estupro.

Mas, TODO MUNDO em Florianópolis sabe do que aconteceu.

E sabe porque a Rede Record tratou do assunto.

E sabe também por causa do trabalho destemido de um Quijote, o blogueiro Mosquito, do Tijoladas do Mosquito, que revelou o estupro e desmontou o abafa.

Mosquito provavelmente ajudará a impedir que esse crime fique impune.

E marcará o fim da hegemonia da Globo em Santa Catarina.

Depois vem o resto.

Interessante: por que a séance de Brasília não tratou disso ?

Porque eles se preocupam com a liberdade de imprensa (deles) e pouco se lixam para a liberdade de expressão (do cidadão brasileiro).

Acobertar um estupro é o pecado mais leve que a Globo e seus afiliados cometem.

E ficam preocupados com os espanhóis e os portugueses.

Eles deviam estar preocupados é com o Mosquito.



Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Viva La Fúria

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Computador decifra língua extinta

Da Agência Fapesp.

No livro Lost Languages, de 2002, o então editor do suplemento de educação superior do jornal inglês The Times, Andrew Robinson, afirmou que o trabalho arqueológico de decifrar línguas extintas exige uma mistura de lógica e intuição que os computadores são incapazes de possuir.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, tentam mostrar que Robinson estava errado.

Em estudo que será apresentado esta semana na reunião anual da Associação para Linguística Computacional, em Uppsala, na Suécia, o grupo apresentará um novo programa de computador que foi capaz de decifrar grande parte do extinto idioma ugarítico, descoberto a partir de escritos encontrados na cidade perdida de Ugarit, na Síria, cujas ruínas foram encontradas em 1928.

O ugarítico era uma língua semítica escrita em alfabeto cuneiforme com 27 consoantes e três vogais. Os escritos encontrados foram importantes para estudiosos do Velho Testamento, por auxiliar a clarificar textos hebraicos e revelar como o judaísmo utilizava frases comuns, expressões literárias e frases empregadas pelas culturas gentis que o cercavam.

O sistema, além de ajudar a decifrar línguas antigas que continuam a resistir aos esforços de especialistas, poderá expandir o número de idiomas que sistemas automatizados de tradução, como o Google Tradutor, são capazes de manejar.

Para simular a intuição que falta aos computadores, Regina Barzilay, do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação do MIT, e colegas fizeram várias proposições. A primeira é que a língua a ser decifrada pelo computador estaria próxima de outra. Para isso, foi escolhido o hebraico.

Outra asserção é que haveria um modo sistemático de mapear o alfabeto de uma língua com relação ao alfabeto de outra, e que os símbolos relacionados deveriam ocorrer com frequências semelhantes nas duas línguas.

O sistema também fez asserções no nível semântico, no sentido de que as línguas relacionadas teriam pelo menos alguns cognatos, isto é, palavras com raízes em comum.

Por meio de um modelo probabilístico usado em pesquisas em inteligência artificial, os pesquisadores determinaram nos mapeamentos os radicais semelhantes e conjuntos de sufixos e prefixos consistentes, entre outras relações entre as palavras das duas línguas.

O ugarítico já havia sido decifrado. Se não tivesse sido, os autores do estudo não teriam como avaliar a performance do sistema que desenvolveram.

“O sistema repetiu as análises dos dados resultantes centenas de vezes. E, a cada vez, os acertos eram mais frequentes, pois estávamos chegando mais perto de uma solução consistente. Finalmente, chegamos a um ponto no qual a alteração do mapeamento das similaridades não aumentava mais a consistência dos resultados”, disse outro autor do estudo, Ben Snyder, também do MIT.

Das 30 letras do alfabeto extinto, o sistema foi capaz de mapear corretamente 29 com seus correspondentes em hebraico. Cerca de um terço das palavras em ugarítico tem cognato em hebraico e, desse total, o sistema identificou corretamente 60%.

“Das palavras identificadas incorretamente, na maior parte das vezes o erro foi por apenas uma palavra. Ou seja, o sistema deu palpites bem razoáveis”, disse Snyder.

Apesar dos índices de acerto, os pesquisadores destacam que o sistema não é suficientemente bem resolvido para substituir os tradutores humanos. Mas, segundo eles, é uma ferramenta poderosa cujo desenvolvimento poderá ajudar no processo de decifrar línguas desconhecidas e de traduzir outras existentes mais eficientemente.

O artigo A Statistical Model for Lost Language Decipherment, de Regina Barzilay e outros, pode ser lido em people.csail.mit.edu/bsnyder/papers/bsnyder_acl2010.pdf.

domingo, 4 de julho de 2010

Pisão

Você nunca perdeu a cabeça e só a encontrou no dia seguinte, pensando: que cagada?
Você nunca deu um metafórico carrinho por trás, e, pior, nunca meteu um pisão na amada, no filho, na mãe?
Pisão metafórico, claro.
Todos os dias a gente perde a cabeça e quer dar um pisão no vizinho chato, no barbeiro do trânsito, no chefe insensível (que nos dá um pisão por dia), na mulher e até na mãe.
Ou não?
Mas a gente recolhe a adrenalina do pisão e engole em seco e toca a vida.
Há quem, em situações limite, não suporte a pressão e acabe dando o tal pisão.
Pelo fracasso pessoal, pela raiva do próximo ou até por dar mesmo, descarregar.
No chão da garagem, nas plantinhas, no tapete do banheiro, no colega, na mulher ou no marido, no filho que acabou de chegar tarde.
A gente dá pisão todo dia, ou não dá?
Mas numa Copa do Mundo?
Na qual só se pisa na bola?
É humano.
Mas aí é pisada na bola
E na perna
De quem não tem nada a ver com isso