sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O fim do Estadinho em papel. Que papelão

Publiquei hoje no FB
Tive o orgulho de trabalhar no Estado entre dezembro de 76 e junho de 79, quando me mudei junto com o Laurentino. Já tinha passado pelo Diário do Paraná, onde ingressei com 19 anos, e pela Gazeta. Fui para o Estado convidado pelo Xavier. Lá..., com Armindo, Guzman, Soninha, Pedro Vianna (Guzman, Pedro e Sonia já se foram) e os fotógrafos, construímos a melhor seção de esportes do Paraná. Vi funcionar a melhor escola de jornalismo do Sul. Geral, Política, Economia, Polícia, Esportes, a cozinha... Dali só saiu gente boa. Todos vocês que aqui escrevem e mais um montão de gente, sem nos essquecermos de gente tipo Aurélio Benitez, Talico, Mussa e Camargo. Imaginem que a gloriosa Annamaria era bagrinha de esporte amador do Nelson Comel. Fazia um belíssimo trabalho. Tem futuro, a moça. Voltei em 86, com o pomposo título de editor executivo, com o Camargo comando tudo, e ainda um time da pesada, mais Adélia, Juk e tal. Fiquei uns seis meses. Mas ficou em mim uma imensa saudade e, agora, uma imensa tristeza pelo fim do jornal (o berliner foi a morte anunciada) papel. Mas a decadência já era enorme. Não esperem grande coisa na internet. Soube que o portal era - se ainda não continua sendo - terceirizado ou coisa parecida. Pouco tempo atrás o dr. Paulo trouxe de volta o Chico, o filho do Mussa que muitos de nós pegamos nos braços pra ele alcançar o bebedouro. Se foi pra isso, é pena. Tem muita gurizada boa lá. Espero que mantenham o espírito. Vocês que passaram por lá na minha época sabem do que falo. É a vida. Beijos e muita sorte a todos. Coisas da vida, como dizia Billy Pilgrim. Inté. Se forem, na festa do Mazza, organizar um encontro de órfãos senis, me avisem.

Tromba d`água, tromba da omissão

Por Dirceu Martins Pio, especial para este blog e para o Observatório da Imprensa, onde você pode e deve postar comentários.
O que será que causou a maior tragédia climática brasileira com a quase destruição das cidades serranas do Rio de Janeiro? Foi La Niña? Foi a corrente de ventos que vem da Amazônia? Foi o aquecimento global? Foram as montanhas que cercam as cidades e fazem aumentar a concentração de chuva em determinadas regiões? Foi a omissão dos prefeitos? Foi a omissão do governo federal ou a do governo estadual? Foi a ignorância das famílias flageladas que vão morar nas encostas de morros e montanhas? Foi a especulação imobiliária?

Os leitores dos grandes jornais e revistas brasileiros foram brindados com uma vasta cobertura da tragédia e também com uma vasta exploração de suas possíveis causas, a ponto de poderem escolher uma delas ou – quem sabe ? – um grupo delas. Na condição de mero leitor, prefiro ficar com uma única causa, não mencionada por nenhuma mídia: a já quase tradicional omissão da imprensa brasileira na cobertura dos assuntos urbanos importantes, como esse da ocupação sistemática das áreas de risco.

A imprensa brasileira – refiro-me àquela que usa o papel como meio de transmissão de informações – cobre o fenômeno das enchentes e quaisquer outras tragédias climáticas de modo apenas reativo. Aconteceu, virou notícia. A ausência de cobertura sistemática, mais profunda, que ultrapasse os eventos trágicos, é, no fundo, o colchão confortabilíssimo onde dorme a omissão dos poderes públicos que teriam obrigação de eliminar as áreas de risco ou minimizar os efeitos trágicos dos eventos climáticos extremos.

Dinheiro jogado no lixo

Mesmo essa cobertura reativa lembra às vezes o chamado samba do crioulo doido, talvez porque seja muito mais cômodo atribuir as causas de tragédias a La Niña, aos ventos amazônicos, ao aquecimento global, ao "populismo" de prefeitos, do que, por meio de apuração consequente, trazer soluções efetivas e, ao longo do tempo, monitorar sua implementação.

Existe um quê de leviandade nessa cobertura. Neste momento, a imprensa deveria saber que não se pode mais atribuir as causas de nenhum evento climático extremo ao aquecimento global sem levar em conta a forte oposição dos dissidentes da teoria do efeito-estufa – que no Brasil tem a voz mais consistente no físico Luiz Carlos Molion. Quem for entrevistá-lo neste momento certamente vai ouvir que a onda de eventos climáticos extremos registrados nos últimos cinco anos no Brasil tem sido causada pelo ciclo de resfriamento – e não de aquecimento – que o planeta atravessa.

O equacionamento racional e adequado dos problemas das áreas de risco e daquelas sujeitas a inundações cíclicas só pode vir do trabalho pertinaz da imprensa, como agente de pressão sobre os poderes constituídos. A imprensa, contudo, parece desinteressada em exercer esse papel e, com o desinteresse, surgiu um outro problema, ainda mais grave: o despreparo para exercê-lo.

O caso das enchentes que assolam há vários anos a capital paulista é o paradigma. Prefeitura e governo estadual já investiram nos últimos anos uma fábula de recursos na dragagem do rio Tietê e na construção de piscinões para reter a água das chuvas que confluem para as cabeceiras. Dinheiro jogado na lata de lixo, pelo que se observou nos últimos dias.

Campanhas educacionais sistêmicas

Tivessem os grandes jornais paulistanos e as grandes revistas de atualidade transformado o tema – enchentes em São Paulo – em pauta sistemática, certamente algum repórter teria ido bater às portas da Escola Politécnica da USP, onde a área de hidráulica há vários anos detectou que o trecho do rio Tietê que vai da Zona Leste a Osasco não tem declive suficiente para dar vazão às águas das chuvas mais fortes que assolam as cabeceiras. Dragagem e piscinões serão apenas dinheiro atirado pela janela.

Um dos professores dessa escola de excelência já sugeriu, em artigo publicado há muitos anos no Estado de S.Paulo, que a solução para o problema das enchentes naquelas regiões da cidade só pode ser equacionada em definitivo com a construção de um túnel, entre as cabeceiras e Osasco, com declive suficiente para dar vazão às águas acumuladas na Zona Leste. De enchente em enchente, com o olhar olímpico da mídia, São Paulo tem jogado fora a montanha de recursos que permitiriam a adoção desse projeto em tempo recorde.

Uma cobertura sistemática dos problemas das áreas de risco levaria a imprensa a descobrir algo que já se estabeleceu como conhecimento da valorosa Defesa Civil de Santa Catarina: a percepção de risco das famílias que vão morar no sopé ou nas encostas de morros é igual a zero. "Se perguntarmos a uma pessoa que mora nas encostas qual o local mais seguro para viver que ela conhece, com certeza vai dizer que é a sua própria casa", diz um dos responsáveis pela instituição. Com informações desses aspectos, a mídia poderia induzir o poder público a adotar campanhas educacionais sistêmicas, a serem introduzidas nas escolas, para ampliar a percepção de risco das famílias mais carentes. Vai ficar mais fácil para o poder público reprimir a ocupação das áreas de risco se tiver a população da cidade mais consciente, como sua aliada.

Omissão contumaz

Uma agência internacional de cooperação, a japonesa Jica, estudou profundamente o problema crônico das enchentes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e apontou como solução a implantação de um canal extravasor que aliviasse as cheias do rio Itajaí-Açu, levando parte das águas para a praia de Armação, alguns quilômetros acima da foz, junto ao porto de Itajaí. Se o canal vai ou não ser adotado, se deve ou não ser adotado, ninguém sabe. A mídia só vai entrar no tema caso ocorra mais uma tragédia no Vale. Não gostaríamos que fosse assim, mas assim será.

Se voltarmos à região serrana do Rio de Janeiro, vamos descobrir que as cidades brasileiras são administradas sem a menor percepção de seus problemas de segurança. Despreparo dos prefeitos na gestão dos problemas da cidade ou negligência e pura irresponsabilidade – daquele tipo característico de "irresponsabilidade útil", pois todos sabemos que prefeitos costumam ser "parceiros" do especulador imobiliário? Sou tentado a dizer que as duas hipóteses são verdadeiras. O que fazer, então? Como capacitar os nossos prefeitos para enxergar com foco os problemas de segurança de sua cidade? Como reprimir a ocupação irracional das áreas de risco? Seria interessante a adoção de leis mais punitivas e coercitivas?

Como se vê, os aspectos que levam a esses dramas rotineiros da vida brasileira são muitos e complexos. Há um oceano de providências a serem tomadas para que cheguemos um dia a porto seguro. A distância que nos separa desse porto, no entanto, tem sido substancialmente alongada pela imprensa, dentro de sua omissão contumaz e de seu notório superficialismo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fidel analisa a crise alimentar mundial e propõe compensação ao Brasil se o país trocar biocombustível por comida

REFLEXIONES DEL COMPAÑERO FIDEL

Retirado do Granma digital

Es hora ya de hacer algo

(Tomado de CubaDebate)

Contaré un poco de historia.

Cuando los españoles "nos descubrieron", hace cinco siglos, la cifra estimada de la población de la Isla no sobrepasaba los 200 mil habitantes, los cuales vivían en equilibrio con la naturaleza. Sus fuentes principales de alimentos provenían de ríos, lagos y mares ricos en proteínas; practicaban adicionalmente una agricultura rudimentaria que les suministraba calorías, vitaminas, sales minerales y fibras.

En algunas regiones de Cuba aún se practica el hábito de producir el casabe, una especie de pan elaborado con yuca. Determinados frutos y pequeños animales silvestres complementaban su dieta. Fabricaban alguna bebida con productos fermentados y aportaron a la cultura mundial la nada saludable costumbre de fumar.

La población actual de Cuba es posiblemente 60 veces mayor a la existente entonces. Aunque los españoles se mezclaron con la población autóctona, prácticamente la exterminaron con el trabajo semiesclavo en el campo y la búsqueda de oro en las arenas de los ríos.

La población indígena fue sustituida por la importación de africanos capturados a la fuerza y esclavizados, una práctica cruel que se aplicó durante siglos.

De gran importancia para nuestra existencia fueron los hábitos alimenticios creados. Fuimos convertidos en consumidores de carne porcina, bovina, ovina, leche, queso y otros derivados; trigo, avena, cebada, arroz, garbanzo, alubias, chícharos y otras leguminosas provenientes de climas diferentes.

Originalmente disponíamos de maíz, y se introdujo la caña de azúcar entre las plantas más ricas en calorías.

El café fue transferido por los conquistadores, desde el África; el cacao lo trajeron posiblemente de México. Ambos, juntos al azúcar, tabaco y otros productos tropicales, se convirtieron en enormes fuentes de recursos para la metrópoli después de la rebelión de los esclavos en Haití, ocurrida a principios del siglo XIX.

El sistema de producción esclavista perduró, de hecho, hasta la transferencia de la soberanía de Cuba a Estados Unidos por el colonialismo español que, en cruenta y extraordinaria guerra, había sido derrotado por los cubanos.

Cuando la Revolución triunfó en 1959, nuestra isla era una verdadera colonia yanki. Estados Unidos había engañado y desarmado a nuestro Ejército Libertador. No se podía hablar de una agricultura desarrollada, sino de inmensas plantaciones explotadas a base de trabajo manual y animal que en general no usaban fertilizantes ni maquinarias. Los grandes centrales azucareros eran propiedades norteamericanas. Varios de ellos poseían más de cien mil hectáreas de tierra; otros alcanzaban decenas de miles. En conjunto eran más de 150 centrales azucareros, incluidos los de propiedad de cubanos, los cuales laboraban menos de cuatro meses al año.

Estados Unidos recibió los suministros azucareros de Cuba en las dos grandes guerras mundiales, y había concedido una cuota de venta en sus mercados a nuestro país, asociada a compromisos comerciales y a limitaciones de nuestra producción agrícola, a pesar de que el azúcar era en parte producida por ellos. Otras ramas decisivas de la economía, como los puertos y refinerías de petróleo, eran propiedades norteamericanas. Sus empresas poseían grandes bancos, centros industriales, minas, muelles, líneas marítimas y férreas, además de servicios públicos tan vitales como los eléctricos y telefónicos.

Para los que deseen entender no hace falta más.

A pesar de que las necesidades de producción de arroz, maíz, grasa, granos, y otros alimentos era importante, Estados Unidos imponía determinados límites a todo lo que compitiera con su propia producción nacional, incluida el azúcar subsidiada de remolacha.

Desde luego, en cuanto a la producción de alimentos es un hecho real que dentro de los límites geográficos de un país pequeño, tropical, lluvioso y ciclónico, desprovisto de maquinaria, sistemas de presas, riego, y equipamiento adecuado, Cuba no podía disponer de recursos, ni estaba en condiciones de competir con las producciones mecanizadas de soya, girasol, maíz, leguminosas y arroz de Estados Unidos. Algunas de ellas como el trigo y la cebada no podían ser producidas en nuestro país.

Cierto es que la Revolución Cubana no disfrutó un minuto de paz. Apenas se decretó la Reforma Agraria, antes de cumplirse el quinto mes del triunfo revolucionario, los programas de sabotaje, incendios, obstrucciones y empleo de medios químicos dañinos se iniciaron contra el país. Estos llegaron a incluir plagas contra producciones vitales e incluso la salud humana.

Al subestimar a nuestro pueblo y su decisión de luchar por sus derechos y su independencia cometieron un error.

Por supuesto que ninguno de nosotros poseía entonces la experiencia alcanzada durante muchos años; partíamos de ideas justas y una concepción revolucionaria. Quizás el principal error de idealismo cometido, fue pensar que en el mundo había una determinada cantidad de justicia y respeto al derecho de los pueblos cuando, ciertamente, no existía en absoluto. De eso, sin embargo, no dependería la decisión de luchar.

La primera tarea que ocupó nuestro esfuerzo fue la preparación para la lucha que se avecinaba.

La experiencia adquirida en la batalla heroica contra la tiranía batistiana, es que el enemigo, cualquiera que fuese su fuerza, no podría vencer al pueblo cubano.

La preparación del país para la lucha se convirtió en el esfuerzo principal del pueblo, y nos llevó a episodios tan decisivos como la batalla contra la invasión mercenaria promovida por Estados Unidos en abril de 1961, desembarcada en Girón escoltada por la infantería de marina y la aviación yanki.

Incapaz de resignarse a la independencia y al ejercicio de los derechos soberanos de Cuba, el gobierno de ese país adoptó la decisión de invadir nuestro territorio. La URSS no tuvo absolutamente nada que ver con el triunfo de la Revolución Cubana. Esta no asumió el carácter socialista por el apoyo de la URSS, fue a la inversa: el apoyo de la URSS se produjo por el carácter socialista de la Revolución Cubana. De tal modo es así que cuando la URSS desaparece, a pesar de eso, Cuba siguió siendo socialista.

Por alguna vía la URSS conoció que Kennedy trataría de usar con Cuba el mismo método que ella aplicó en Hungría. Eso indujo a los errores que Jruschov cometió con relación a la Crisis de Octubre, que me vi en la necesidad de criticar. Pero no solo se equivocó Jruschov, se equivocó también Kennedy. Cuba no tenía nada que ver con la historia de Hungría, ni la URSS tuvo nada que ver con la Revolución en Cuba. Esta fue fruto única y exclusivamente de la lucha de nuestro pueblo. Jruschov tuvo solo el gesto solidario de enviar armas a Cuba, cuando estaba amenazada por la invasión mercenaria que organizó, entrenó, armó y transportó Estados Unidos. Sin las armas enviadas a Cuba, nuestro pueblo habría derrotado a las fuerzas mercenarias como derrotó al ejército de Batista y le ocupó todo el equipo militar que poseía: 100 mil armas. Si la invasión directa de Estados Unidos contra Cuba se hubiese producido, nuestro pueblo habría estado luchando hasta hoy contra sus soldados, que con seguridad habrían tenido que luchar también contra millones de latinoamericanos. Estados Unidos habría cometido el mayor error de toda su historia, y la URSS tal vez existiría todavía.

Horas antes de la invasión, después del ataque artero a nuestras bases aéreas por aviones de Estados Unidos que portaban insignias cubanas, fue declarado el carácter socialista de la Revolución. El pueblo cubano combatió por el socialismo en aquella batalla que pasó a la historia como la primera victoria contra el imperialismo en América.

Pasaron diez presidentes de Estados Unidos, está pasando el undécimo, y la Revolución Socialista se mantiene en pie. También pasaron todos los gobiernos que fueron cómplices de los crímenes de Estados Unidos contra Cuba, y nuestra Revolución se mantiene en pie. Desapareció la URSS, y la Revolución siguió adelante.

No se llevó a cabo con permiso de Estados Unidos, sino sometida a un bloqueo cruel y despiadado; con actos terroristas que privaron de la vida o hirieron a miles de personas, cuyos autores hoy gozan de total impunidad; luchadores antiterroristas cubanos son condenados a cadena perpetua; una llamada Ley de Ajuste Cubano concede ingreso, residencia y empleo en Estados Unidos. Cuba es el único país del mundo a cuyos ciudadanos se aplica ese privilegio, que se niega a los de Haití, después del terremoto que mató más de 300 000 personas, y al resto de los ciudadanos del hemisferio, a los que el imperio persigue y expulsa. Sin embargo, la Revolución Cubana sigue en pie.

Cuba es el único país del planeta que no puede ser visitado por los ciudadanos estadounidenses; pero Cuba existe y sigue en pie, a solo 90 millas de Estados Unidos, librando su heroica lucha.

Los revolucionarios cubanos hemos cometido errores, y los seguiremos cometiendo, pero jamás cometeremos el error de ser traidores.

Nunca hemos escogido la ilegalidad, la mentira, la demagogia, el engaño al pueblo, la simulación, la hipocresía, el oportunismo, el soborno, la ausencia total de ética, los abusos de poder, incluso el crimen y las torturas repugnantes, que con obvias, aunque sin duda meritorias excepciones, han caracterizado la conducta de los presidentes de Estados Unidos.

En este momento la humanidad está enfrentando problemas serios y sin precedentes. Lo peor es que en gran parte las soluciones dependerán de los países más ricos y desarrollados, quienes llegarán a una situación que realmente no están en condiciones de enfrentar sin que se les derrumbe el mundo que han estado tratando de moldear en favor de sus intereses egoístas, y que inevitablemente conduce al desastre.

No hablo ya de guerras, cuyos riesgos y consecuencias han transmitido personas sabias y brillantes, incluidas muchas norteamericanas.

Me refiero a la crisis de los alimentos originada por hechos económicos y cambios climáticos que aparentemente son ya irreversibles como consecuencia de la acción del hombre, pero que de todas formas la mente humana está en el deber de enfrentar apresuradamente. Durante años, que en realidad fue tiempo perdido, se habló del asunto. Pero el mayor emisor de gases contaminantes del mundo, Estados Unidos, se negaba sistemáticamente a tomar en cuenta la opinión mundial. Dejando a un lado el protocolo y demás tonterías habituales en los hombres de Estado de las sociedades de consumo, que en su acceso al poder los suele atolondrar la influencia de los medios de información masiva, la realidad es que no prestaron atención al asunto. Un hombre alcoholizado, cuyos problemas eran conocidos, y no necesito nombrar, impuso su línea a la comunidad internacional.

Los problemas han tomado cuerpo ahora de súbito, a través de fenómenos que se están repitiendo en todos los continentes: calores, incendios de bosques, pérdidas de cosechas en Rusia, con numerosas víctimas; cambio climático en China, lluvias excesivas o sequías; pérdidas progresivas de las reservas de agua en el Himalaya, que amenazan India, China, Pakistán y otros países; lluvias excesivas en Australia, que inundaron casi un millón de kilómetros cuadrados; olas de frío insólitas y extemporáneas en Europa, con afectaciones considerables en la agricultura; sequías en Canadá; olas inusuales de frío en ese país y en Estados Unidos; lluvias sin precedentes en Colombia, que afectaron millones de hectáreas cultivables; precipitaciones nunca vistas en Venezuela; catástrofes por lluvias excesivas en las grandes ciudades de Brasil y sequías en el Sur. Prácticamente no existe región en el mundo donde tales hechos no hayan tenido lugar.

Las producciones de trigo, soya, maíz, arroz, y otros numerosos cereales y leguminosas, que constituyen la base alimenticia del mundo —cuya población asciende hoy, según cálculos a casi 6 900 millones de habitantes, ya se acerca a la cifra inédita de 7 mil millones, y donde más de mil millones sufren hambre y desnutrición— están siendo afectadas seriamente por los cambios climáticos, creando un gravísimo problema en el mundo. Cuando las reservas no se han recuperado totalmente, o solo en parte para algunos renglones, una grave amenaza ya está creando problemas y desestabilización en numerosos Estados.

Más de 80 países, todos ellos del Tercer Mundo, ya de por sí con dificultades reales, están amenazados con verdaderas hambrunas.

Me limitaré a citar estas declaraciones e informes, de forma muy sintetizada, que se vienen publicando en los últimos días:

"La ONU advierte del riesgo de una nueva crisis alimentaria.

"11 de Enero de 2011 (AFP)"

"‘Estamos ante una situación muy tensa’... " Coincidió la FAO.

"Unos 80 países enfrentan un déficit de alimentos... "

"El índice global de precios de productos agropecuarios de base (cereales, carne, azúcar, oleaginosos, lácteos) se sitúa actualmente en su nivel máximo desde que la FAO empezó a elaborar ese índice hace 20 años."

"NACIONES UNIDAS, enero (IPS),"

"La Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO), con sede en Roma, alertó la semana pasada que los precios mundiales del arroz, el trigo, el azúcar, la cebada y la carne [... ] registrarán significativos aumentos en 2011... "

"PARÍS, 10 de enero (Reuters) - El presidente de Francia, Nicolas Sarkozy, llevará esta semana a Washington su campaña para enfrentar los altos precios globales de los alimentos... "

"Basilea (Suiza), 10 enero (EFE).- El presidente del Banco Central Europeo (BCE), Jean Claude Trichet, portavoz de los gobernadores de los bancos centrales del Grupo de los 10 (G-10), alertó hoy de la fuerte subida del precio de los alimentos y de la amenaza inflacionista en las economías emergentes."

"Banco Mundial teme una crisis en el precio de los alimentos, 15 de enero (BBC)

"El presidente del Banco Mundial, Robert Zoellick, le dijo a la BBC que la crisis sería más profunda que la de 2008."

"MÉXICO DF, 7 de enero (Reuters)"

"El ritmo anual de inflación de los alimentos se triplicó en México en noviembre comparado con dos meses antes..."

"Washington, 18 enero (EFE)

"El cambio climático agravará la falta de alimentos, según un estudio."

"‘Desde hace más de 20 años los científicos han alertado sobre el impacto del cambio climático, pero nada cambia aparte del aumento de las emisiones que causan el calentamiento global’, dijo a Efe Liliana Hisas, directora ejecutiva de la filial estadounidense de esta organización.

"Osvaldo Canziani, ganador del Premio Nobel de la Paz en 2007 y asesor científico del informe, indicó que ‘en todo el mundo se registrarán episodios meteorológicos y condiciones climáticas extremas, y los aumentos de la temperatura media superficial exacerbarán la intensidad de esos episodios’."

"(Reuters) enero 18, Argelia compra trigo para evitar escasez y disturbios.

"La agencia estatal de granos de Argelia ha comprado alrededor de 1 millón de toneladas de trigo en las últimas dos semanas para evitar la escasez en caso de disturbios, dijo a Reuters una fuente del Ministerio de Agricultura."

"(Reuters) enero 18, Trigo sube fuerte en Chicago tras compras de Argelia."

"El Economista, 18 Enero, 2011

"Alerta mundial por precio de alimentos"

"Entre las principales causas están las inundaciones y sequías ocasionadas por el cambio climático, el uso de alimentos para producir biocombustibles y la especulación en el precio de los commodities."

Los problemas son dramáticamente serios. No todo sin embargo, está perdido.

La producción actual calculada de trigo alcanzó la cifra de casi 650 millones de toneladas.

La de maíz, rebasa esa cantidad, y se acerca a los 770 millones de toneladas.

La soya podría acercarse a los 260 millones, de los cuales Estados Unidos calcula 92 millones y Brasil 77. Son los dos mayores productores.

Los datos en general de gramíneas y leguminosas disponibles en el 2011 son conocidos.

El primer asunto a resolver por la comunidad mundial sería escoger entre alimentos y biocombustibles. Brasil, un país en desarrollo, desde luego tendría que ser compensado.

Si los millones de toneladas de soya y maíz que se invertirán en biocombustibles se destinan a la producción de alimentos, la elevación inusitada de los precios se pararía, y los científicos del mundo podrían proponer fórmulas que de alguna forma puedan detener e incluso, revertir la situación.

Se ha perdido demasiado tiempo. Es hora ya de hacer algo.

Fidel Castro Ruz
Enero 19 de 2011
9 y 55 p.m.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Abaixo a pizza

Por Clemente Álvarez, do El País, o melhor jornal do mundo. Artigo furtado da edição digital.
¿Cuál es el volumen de agua que se necesita para una pizza margarita? No sólo para cocinarla, sino también para cultivar y producir sus ingredientes. Para responder a esta pregunta dos investigadores de la Universidad de Twente (Holanda) recurrieron a una receta de la BBC que explica cómo preparar este plato italiano en cuatro sencillos pasos: 300 gramos de harina de trigo, levadura, 100 mililitros de salsa de tomate, albahaca, un diente de ajo, 125 gramos de queso mozzarella, aceite, sal...

El trabajo publicado en Agricultural Systems, lo realizaron la española Maite Aldaya y el profesor holandés Arjen Hoekstra, el propio creador del concepto de huella hídrica. Y en realidad no contemplaron todos estos ingredientes, pero sí que utilizaron como guía estas cantidades para los tres elementos principales: la harina, el tomate y el queso. El resultado encontrado es que para elaborar esta simple pizza para dos personas en Italia se requieren de media unos 1.216 litros de agua. Mucha agua, aunque como ya hemos incidido en otros cálculos de huella hídrica en Eco Lab, esta cifra debe ser explicada.

Primer paso: La base de la pizza.

De los 1.216 litros de agua estimados como necesarios para producir la pizza, tan sólo son 0,2 litros de este líquido los que se emplean directamente en la receta de la BBC para preparar la masa. Todo lo demás, corresponde al volumen de agua necesaria en Italia para la producción de la harina de trigo, los tomates y el queso. ¿Cuál de estos ingredientes requiere de más agua? Con mucha diferencia, la mozzarella. En el caso del trigo para la masa, el estudio estima que el cultivo de la cantidad indicada por la receta requiere de 288 litros.

“El 85% de la huella hídrica en el mundo corresponde a la producción de los alimentos”, incide Aldaya, que ahora trabaja en París para el Programa de Naciones Unidas para el Medio Ambiente (PNUMA). El resto se reparte entre la producción de bienes (9,6%) y el consumo doméstico (4,6%). “Escogimos la pizza por ser un plato muy típico”.

Segundo paso: La salsa de tomate.

A menudo los resultados de la huella hídrica son malinterpretados, pues en los cálculos se suelen sumar tres tipos de agua distintas: el agua azul, la verde y la gris. El color azul corresponde al agua de riego, el verde a la que cae en forma de lluvia y el gris a la parte que resulta contaminada. El impacto de cada color resulta distinto. En el caso de la salsa de tomate para la pizza, el trabajo considera que para producir un kilo de tomates en Italia se requiere de media 117 litros de agua verde y 200 litros adicionales de agua azul, a la vez que se dejan 63 litros de agua gris contaminados por el uso de fertilizantes. A partir de aquí, los investigadores deducen que para la cantidad de tomate de esta pizza se usaría -o contaminaría- un total de 38 litros.

Tercer paso: Extender la masa en forma redondeada.

El concepto de la huella hídrica resulta muy interesante para analizar la globalización del agua. Hoy en día, son ingentes las cantidades de alimentos que se mueven de unos países a otros y todos tienen una determinada huella hídrica. Obviamente, no es lo mismo que los ingredientes de una pizza que requiere de 1.216 litros se hayan cultivado en un país húmedo dónde la mayor parte de este volumen proceda de agua de lluvia (agua verde) que de un país seco en el que haya que utilizar riego (azul). De hecho, el comercio internacional podría ayudar a solucionar desequilibrios hídricos entre países. Aunque esta es una hipótesis que debe ser considerada con cautela.

“Hay que contemplar tanto el volumen de agua utilizada como los impactos. El volumen total usado es importante porque a nivel global hay una cantidad de agua limitada”, indice Aldaya. “Para asignar los recursos disponibles hay que saber en qué se está gastando, es una cuestión también de seguridad alimentaria”.

Cuarto paso: El contenido, el queso.

De esta forma llegamos a una de las partes más interesantes del estudio, la de la mozzarella. En una pizza margarita resulta que el 73% de la huella hídrica corresponde al queso: 890 litros. Esto es así por el agua requerida indirectamente para los cultivos con los que alimentar a los animales de los que procede la leche para la mozzarella (tradicionalmente búfalas, aunque en el estudio se trata de vacas). Como hemos visto con otros indicadores ambientales (como las emisiones de CO2), el ganado vuelve a mostrar la mayor huella de la alimentación (lo que resulta lógico por estar en un escalón superior de la cadena trófica que las plantas).

Según el informe Water Footprints of Nations, de Chapagain y Hoekstra de 2004, producir un kilo de patatas en España tendría una huella hídrica de 53 litros de agua, un kilo de zanahorias 109 litros, un kilo de naranjas 362 litros, un kilo de queso 8.582 litros, un kilo de lentejas 10.589 litros, un litro de aceite de oliva virgen 15.831 litros y un kilo de carne de vacuno 20.157 litros. Hoekstra también ha calculado que la huella hídrica de la dieta con carne de una persona en un país desarrollado (de 3.400 Kcal/día) es de unos 3.600 litros al día, mientras que la de una dieta vegetariana (también de 3.400 Kcal/día) supone unos 2.300 litros. A su vez, la de una dieta con carne en un país en desarrollo (de 2.700 Kcal/día) tendría una huella hídrica de 2050 litros días y una vegetariana 1.750 litros. Como ya se ha explicado, esto se refiere a la cantidad de agua utilizada, pero no al impacto ambiental.

¿Qué supone todo esto en la ganadería española? Investigadores de la Universidad Politécnica de Madrid (UPM) han estimado cuál es la huella hídrica del conjunto de este sector en España: 54 km3 de agua. La gran mayoría se utiliza de forma indirecta para fabricar los piensos y concentrados con los que alimentar a los animales. Como especifica uno de los autores, Alberto Garrido, el 50% de este volumen de agua se “importa” de otros países, principalmente de Brasil y Argentina, de donde se compran cereales y soja; siendo luego España exportadora de ganado.

En lo que se refiere a su impacto, el 95% de esa agua “importada” es de color verde (agua de lluvia acumulada en el suelo). En principio, esto significa que la ganadería española no conlleva hoy en día un problema de escasez de agua (habría que analizar qué pasará en el futuro si se generaliza en el mundo el aumento del consumo de carne y productos derivados). Sin embargo, como inciden los investigadores de la UPM, en el caso de la ganadería española hoy sí que se produce un impacto en aquellas zonas de dónde se importan los piensos por la contaminación causada por la agricultura intensiva “por vía de nitratos, uso de transgénicos o pesticidas” y por la deforestación para obtener tierras.

¿Hay que hacerse vegetariano? Esta pregunta provocó una gran polémica en un post anterior enfocado en el cambio climático. Hoy en día, son cada vez más los mensajes lanzados en este sentido. Sin embargo, para Garrido, esa no es la solución: “Esta visión tan negativa es un poco exagerada, si miramos la cantidad de proteínas que necesitamos no está claro que la alimentación fuese más eficiente en agua y territorio sustituyendo la carne por plantaciones de soja [con la que se elabora alternativas vegetarianas como el tofu]”. ¿Vosotros qué pensáis?