sexta-feira, 26 de março de 2010

A estrada e o violeiro

Busquei a canção-mor de Sidney Miller. Foi cantada por Nara Leão (esta genial cantora e mulher que mexeu com a MPB, da qual depois falarei) num daqueles festivais. Quem lê este blog, por favor de deus, busque Sidney Miller. Era um craque. Copiei com cifra e tudo. O título é "A estrada e o violeiro".
Vejam no iutube.
O Mundo adora Sidney miller.

http://www.youtube.com/watch?v=MsY0QsgTQyQ

http://www.youtube.com/watch?v=h0c9pM3MXTQ&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=jhnIgupGU1U&feature=related

Sou violeiro caminhando só, por uma estrada caminhando só
A B D C#m B
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
C# F# B
Parece um cordão sem ponta pelo chão desenrolado
C# F# B
Rasgando tudo que encontra a terra de lado a lado
G#m D#m G#m D#m
Estrada de sul a norte eu que passo, penso e peço
G#m B B7 E
Notícias de toda sorte de dias que eu não alcanço
C#7 F# F#7 B A B
De noites que eu desconheço de amor, de vida e de morte
C# F# B
Eu que já corri o mundo cavalgando a terra nua
C# F# B
Tenho o peito mais profundo e a visão maior que a sua
G#m D#m G#m D#m
Muitas coisas tenho visto nos lugares onde eu passo
G#m B B7 E
Mas cantando agora insisto neste aviso que ora faço
C#7 F# F#7 B A B
Não existe um só compasso pra contar o que eu assisto
F# B A B
Trago comigo uma viola só, para dizer uma palavra só
A B D C#m B
Para cantar o meu caminho só, porque sozinho vou a pé e pó
C# F# B
Guarde sempre na lembrança que esta estrada não é sua
C# F# B
Sua vista pouco alcança mas a terra continua
G#m D#m G#m D#m
Segue em frente violeiro, que eu lhe dou a garantia
G#m B B7 E
De que alguém passou primeiro na procura de alegria
C#7 F# F#7 B A B
Pois quem anda noite e dia sempre encontra um companheiro
C# F# B
Minha estrada, meu caminho, me responda de repente
C# F# B
Se eu aqui não vou sozinho, quem vai lá na minha frente
G#m D#m G#m D#m
Tanta gente tão ligeiro que eu até perdi a conta
G#m B B7 E
Mas lhe afirmo, violeiro, fora a dor, que a dor não conta
C#7 F# F#7 B A B
Fora a morte quando encontra, vai na frente um povo inteiro
F# B A B
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
A B D C#m B
Se meu destino é ter um rumo só, choro em meu pranto é pau, é pedra, é pó
C# F# B
Se esse rumo assim foi feito sem aprumo e sem destino
C# F# B
Saio fora desse leito, desafio e desafino
G#m D#m G#m D#m
Mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
G#m B B7 E
Em meu povo não há santo, não há força e não há forte
C#7 F# F#7 B
Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
C# F# B
Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
C# F# B
Que eu também quero um dia poder levar
G#m D#m G#m D#m
Tanta gente que virá
G#m B B7 E
Caminhando, procurando
C#7 F# F#7 B
Na certeza de encontrar

"Quase sábado - ou Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes”

Porque agora é quase sábado
Há um quase silêncio na minha rua
Por onde passa um babaca voando de caminhonete
Ouvindo sertanejo feito um doido
Onde um bêbado doido lavra um vagido
Para a lua
Quebra a garrafa no meu portão
Sem rima
Sem canção
E se vai e se esvai afora pela rua
Que é um rio
(Ainda sem chuva)
É um quase silêncio
Aqui, onde a mulher de cima
Caminha sobre os saltos
Depois se desnuda e canta
Ângela Maria
Para o marido cachorro ou
Sem marido
Para o cachorro que uiva igual ao bêbado da rua
Será o marido?
São iguais
E o garoto de baixo sobe o som do tchum-tchum
Bate-estaca sem coração
A avó doente já sem coração
Morre todo sábado
Lá embaixo
No portão o vizinho gay
Se despede aos prantos
Do amante que já era
Chora tanto que faz chover de novo
Tempestade nos olhos vermelhos, educados e nada gentis
Bicha velha
Sem poesia
E do outro lado da rua há uma festa sem igual
Na agência de propaganda que ganhou prêmio nacional
Só faltam foguetes
Faltavam
Na esquina
Torcedores vileiros com porretes
Traçam luta medieval
Um foge
Outro dança muay thai
Dois estão caídos
Vem a PM
Tarde como sempre
Luzes inquietas
Sirene em si-be-mol
Introdução de Weather Report
Ou com surdina, feito Miles?
Tema de jazz?
Quieto no meu canto
Bem lá no fundo
De mim e do meu canto espacial
Em bem silêncio
Ouço jazz
E tomo conhaque e fumo o último – juro que – cigarro
E lá vem minha dona sapateando
Flutuando em suas silenciosas chinelas
De pano, com surdina
Arromba minha porta
E meu silêncio
(Intervalo de Miles)
“Desligue tudo, tome um banho
E vem dormir, criatura”

Natureza-morta

Eu quero o silêncio das frutas
O doce silêncio das frutas
Pra me comover
Me esquecer
Num prato de louça
Num canto fresco da sala
Eu quero o sono das frutas
O doce sono das frutas
(Natureza-morta)
Hibernar
Me deixar ficar
Eternamente
Esquecido num prato de louça
Na sala de jantar
(Talvez sonhe)

Presidentes de honra

Johan Cruyff (nascido a 25 de abril de 1947) foi um dos maiores jogadores que eu vi. Qualquer seleção de todos os tempos tem de tê-lo em algum lugar, mesmo sem posição, pois ele corria o campo todo. Foi nomeado hoje (sexta) presidente de honra do Barça (aquele time que paga para ter o Unicef na camisa). Imaginem Ademir da Guia e Oberdan Cattani presidentes de honra do Palmeiras, Rivellino e Sócrates no Corinthians, Nilton Santos e Mané no Botafogo, Zico no Flamengo, Castilho (in memoriam) no Flu, Roberto (hoje de fato e de direito, mas falta a honra) no Vasco, Pelé e Gilmar no Santos, Falcão no Inter, Hugo De León no Grêmio, Tostão e Raul no Cruzeiro, Reinaldo no Galo, Nado e Bita no Náutico e por aí vai. Imaginem os presidentes de honra Fedatto e Kruger no Coritiba, Caju (in memoriam)e Sicupira (tio-avô dos meus sobrinhos) no Atlético, Paulista (in memoriam) e Madureira no Ferroviário, hoje Paraná. Como diz a matéria retirada do El País, sem nada mais que protocolo, uma bela homenagem - com cadeira cativa em todos os estádios, claro.
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De manera sorprendente, la directiva del FC Barcelona nombró hoy presidente de honor a Johan Cruyff, ex jugador (1973-1978) y ex entrenador del equipo (1988-1996) y actualmente consejero de la junta y seleccionador catalán. La decisión fue tomada por unanimidad, a propuesta del presidente barcelonista Joan Laporta y de acuerdo con el artículo 16 de los estatutos que se refiere a "miembros de mérito o de honor y miembros protectores", el mismo que se utilizó para reconocer a Joan Gamper, fundador y presidente de la institución, que tiene rango de socio número 1.


El nombramiento pretende ser un "reconocimiento, como jugador, entrenador y, al mismo tiempo, inspirador y padre de los éxitos deportivos del Barcelona", subrayó el director general corporativo del Barça, Joan Oliver, en su comparencia posterior al consejo. La junta atribuye a Cruyff la "paternidad" del actual modelo de juego que ha llevado al equipo a ser considerado el mejor del mundo. El propio Oliver citó al actual entrenador, Pep Guardiola, al director deportivo, Txiki Begiristain, y al coordinador del fútbol base, José Ramón Alexanco, como hijos deportivos del cruyffismo. A la junta azulgrana le parece que se imponía la designación en las actuales circunstancias porque "nos encontramos en un momento especialmente álgido en la trayectoria del Barcelona".

Oliver especificó que Cruyff "no tendrá ninguna implicación en el día a día del club sino que se trata de un rango protocolario y un refuerzo de la figura en el ámbito institucional". El director general aseveró que el nombramiento se había producido con la complicidad previa de Cruyff -"no hacerlo habría sido un suicidio"- y aventuró que "no entendería" que se pudiera plantear la posibilidad de que se revoque un nombramiento que se hará efectivo en los próximos 15 días.

Desde el punto de vista deportivo, el Barcelona entiende que con el nombramiento se equipara la figura de Cruyff con las de Afredo Di Stéfano en el Madrid, presidente de honor desde 2000, de sir Bobby Charlton en el Mancheter United (1984) y de Franz Beckenbauer en el Bayern Múnich (2009). A nivel social, en cambio, la decisión de la junta ha provocado controversia en el barcelonismo, a pesar del curriculo de Cruyff con el Barça: 1 Liga como jugador, cuatro como entrenador y la primera Copa de Europa (1992).