quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Frida não me Kahlo


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CNV divulga relatório final sobre os mortos e desaparecidos da ditadura

Da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC)

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade foi entregue hoje em cerimônia oficial no Palácio do Planalto à presidenta Dilma Rousseff. Dividido em três volumes, o relatório é o resultado de dois anos e sete meses de trabalho da Comissão Nacional da Verdade, criada pela lei 12528/2011.
Instalada em maio de 2012, a CNV foi criada para apurar e esclarecer, indicando as circunstâncias e a autoria, as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988 (o período entre as duas últimas constituições democráticas brasileiras) com o objetivo de efetivar o direito à memória e a verdade histórica e promover a reconciliação nacional.
Para isso, a CNV adotou preceitos internacionais e delimitou que as graves violações de direitos humanos são as cometidas por agentes do Estado, a seu serviço ou com a conivência/aquiescência estatal, contra cidadãos brasileiros ou estrangeiros.
São graves violações de direitos humanos: as prisões sem base legal, a tortura e as mortes dela decorrentes, as violências sexuais, as execuções e as ocultações de cadáveres e desaparecimentos forçados. Praticadas de forma massiva e sistemática contra a população, essas violações tornam-se crime contra a humanidade.
Ao longo de sua existência, os membros da CNV colheram 1121 depoimentos, 132 deles de agentes públicos, realizou 80 audiências e sessões públicas pelo país, percorrendo o Brasil de norte a sul, visitando 20 unidades da federação (somadas audiências, diligências e depoimentos).
A CNV realizou centenas de diligências investigativas, entre elas dezenas de perícias e identificou um desaparecido: Epaminondas Gomes de Oliveira, um camponês que militava no Partido Comunista e morreu numa dependência do Exército em Brasília, cidade onde foi enterrado longe da família.
Para tornar mais acurados os relatos de graves violações de direitos humanos, a CNV percorreu, entre novembro de 2013 e outubro de 2014, acompanhada de peritos e vítimas da repressão, sete unidades militares e locais utilizados pelas Forças Armadas no passado para a prática de torturas e outras graves violações de direitos humanos.
Esses sete locais visitados estão listados no primeiro de oito relatórios preliminares de pesquisa publicados pela CNV entre fevereiro e agosto de 2014.
A CNV visitou ainda a Casa Azul, um centro clandestino de tortura que o Exército manteve dentro de uma unidade do DNER (atualmente a área é do DNIT), em Marabá. Os relatórios e estas diligências, além de servirem como prestação de contas do trabalho da CNV em diversos temas, ajudaram, e muito, a divulgar o papel da comissão para toda a sociedade.
VOLUME I – As atividades da CNV, as graves violações de direitos humanos, conclusões e recomendações
O primeiro volume do relatório enumera as atividades realizadas pela CNV na busca pela verdade, descreve os fatos examinados e apresenta as conclusões e recomendações dos membros da CNV para que os fatos ali descritos não voltem a se repetir. O volume é assinado coletivamente pelos seis membros do colegiado: José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Pedro Dallari e Rosa Cardoso.
O volume I se divide em cinco partes e 18 capítulos. A primeira parte contém dois capítulos que tratam da criação da comissão e das atividades da CNV.
Em seguida, na parte II, em mais quatro capítulos, o relatório final aborda as estruturas do Estado empregadas e as graves violações de direitos humanos. É nesta parte do relatório que são contextualizadas as graves violações, apresentadas as estruturas repressivas e seus procedimentos, a atuação da repressão no exterior e as alianças repressivas no cone sul e a Operação Condor.
Na parte III, o volume I do relatório traz os métodos e práticas de graves violações de direitos humanos. Em seis capítulos elas são conceituadas e explica-se como cada uma delas foi aplicada no Brasil no período ditatorial. Na apresentação do volume, os membros da CNV alertam: "Evitamos aproximações de caráter analítico, convencidos de que a apresentação da realidade fática, por si, na sua absoluta crueza, se impõe como instrumento hábil para a efetivação do direito à memória e à verdade histórica".
O relatório, na sua quarta parte, em cinco capítulos, trata de casos emblemáticos, da Guerrilha do Araguaia, das instituições e locais associados com as graves violações. É nesta parte que a CNV dedica um capítulo exclusivamente sobre a autoria das graves violações de direitos humanos, indicando nomes de mais de 300 agentes públicos e pessoas a serviço do Estado envolvidas em graves violações de direitos humanos. Neste capítulo também é analisado o papel do poder judiciário na ditadura.
A quinta parte do volume I traz as conclusões dos seis membros da CNV sobre o que foi apurado e as recomendações do colegiado para que não se repitam as graves violações de direitos humanos em nosso país.
VOLUME II – Textos Temáticos
O segundo volume do relatório final da Comissão Nacional da Verdade reúne um conjunto de nove textos produzidos sob a responsabilidade de alguns membros da CNV. Parte desses textos têm origem nas atividades desenvolvidas em grupos de trabalho constituídos no âmbito da Comissão, integrando vítimas, familiares, pesquisadores e interessados nos temas investigados pelos GTs.
Neste bloco, o relatório trata, portanto, de graves violações de direitos humanos em segmentos, grupos ou movimentos sociais. Sete textos mostram como militares, trabalhadores organizados, camponeses, igrejas cristãs, indígenas, homossexuais e a universidade foram afetados pela ditadura e a repressão e qual papel esses grupos tiveram na resistência.
É no volume II do relatório que é abordada também a relação da sociedade civil com a ditadura. Um capítulo analisa o apoio civil à ditadura, notadamente de empresários. Outro, a resistência de outros setores da sociedade às graves violações de direitos humanos.
Volume III – Mortos e Desaparecidos Políticos
O terceiro volume é integralmente dedicado às vítimas. Nele, 434 mortos e desaparecidos políticos têm reveladas sua vida e as circunstâncias de sua morte, "tragédia humana que não pode ser justificada por motivação de nenhuma ordem", como afirma a apresentação do relatório final da CNV.
"Os relatos que se apresentam nesse volume, de autoria do conjunto dos conselheiros, ao mesmo tempo que expõem cenários de horror pouco conhecidos por milhões de brasileiros, reverenciam as vítimas de crimes cometidos pelo Estado brasileiro e por suas Forças Armadas, que, no curso da ditadura, levaram a violação sistemática dos direitos humanos à condição de política estatal", afirmam os membros da CNV no relatório.
Cada biografia informará ainda sobre o andamento dos procedimentos de investigação da Comissão Nacional da Verdade sobre cada um dos casos.
Este volume está ainda em processo de diagramação, e a versão na forma definitiva será publicada nos próximos dias, substituindo o arquivo a seguir.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Para alguém depois de Kruger, Zé Roberto, Leocádio (republicado texto bem antigo)

Alex forévis



Alex arrasta a bola
E a trata como a Gaia
Companheira inseparável
Até o momento inevitável
E a dispara
Feito flecha
Rumo ao arco
Até então indevassável
O inimigo
Feito estátua de sal
Só acompanha a esfera
Solar
Na noite de luzes artificiais e brados estelares
E imóvel admira
A epifania do encontro
Na rede jaz
Feito jazz
Um solo
Um sol ardendo nos olhos
Um gigantesco grito de gol

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Os 74 anos do gigante


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Curitiba no portal Planeta Sustentável (II)

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/curitiba-a-cidade-do-ciclista-812677.shtml?func=1&pag=0&fnt=14px

Curitiba no portal Planeta Sustentável (I)

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/chega-de-barulho-e-fumaca-em-curitiba-812657.shtml

sábado, 25 de outubro de 2014

Camilo, herói da Revolução

http://www.juventudrebelde.cu/cuba/2014-10-24/camilo-cienfuegos-fuerza-y-pasion-de-su-pensamiento-revolucionario/

Bresser Pereira com Dilma

O professor falou, tá falado.

https://www.youtube.com/watch?v=yqw06xMkCr0#t=61




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Veja tem perna curta



Dia 27 o pau vai cantar pro lados da marginal Pinheiros.

Está mais do que na hora de o governo enquadrar judicialmente a imprensa que publica com má-fé.

Não precisa lei de meios nem nada. Tá tudo na lei.

Reaja, presidenta, ou vou te achar uma banana igual à que foi o Lula durante oito anos.

domingo, 12 de outubro de 2014

Desculpas

Os links não tão funcionando.

Perdão.

Control c + control v

Tarantino, o gênio decifrado

Eis um belo curta sobre o maior cineasta destes tempos atrozes.

Selton Mello e seu Jorge;


https://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI

sábado, 11 de outubro de 2014

O maior filme de todos os tempos

Esqueça Welles, Bergman, Kurosawa, Trufaut, Citizen Kane, Encouraçado Potenkin (pronuncia-se Potchonkin, caro cinéfilo), O Sétimo Selo e tal. 

A se pensar: o maior filme da história, por tudo que o envolve, é esse Pulp Fiction aí. 

É uma interminável aula de cinema e de direção e de interpretação e de roteiro e de iluminação e de edição (corte, antigamente) e de cenários e de surpresas, enfim. 

Veja mais pistas. É interminável. 

E, pelo que soube, as estrelas trabalharam pela tabela do sindicato - quase de graça. 

Tarantino é o bicho, é o cão chupando manga. 

Xou de cinema. 

Tenho dito.

Cole e veja alguns pedaços e suas pistas

http://mic.com/articles/100860/20-facts-you-didn-t-know-about-pulp-fiction-as-we-near-its-20th-anniversary

sábado, 4 de outubro de 2014

Um forte poema de sábado à noite

Invictus
William Ernest Henley
Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishment the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
Tradução
Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável
Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida
Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.
Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mudança na Editora Três

O curitibano Luiz Fernando Sá, (bem) formado no Estadinho e no Estadão, está deixando o cargo de diretor editorial adjunto da Editora Três, que publica, entre outras, a Isto É.

Assume cargo tão importante como o desafio: a direção de mídias digitais e projetos. É o futuro.

Boa sorte.

sábado, 27 de setembro de 2014

O que eu quero do próximo presidente. Ou da presidenta, para ser mais claro e óbvio

Dilma

Minha cara presidenta,
O Aurélio de que disponho em meu computador diz que presidenta é a mulher do presidente ou a mulher que preside.
Logo, como você não é mulher de presidente nenhum, viu?, sei que você é a mulher que preside.
Preside esta Nação chamada Brasil.
Nação é um conceito.
Brasil é um País.
Brasil é um Estado.
Você é a chefa do Executivo.
Têm os chefes do Legislativo e do Judiciário, eu sei.
Mas falo de você.
Você está a poucos dias de se reeleger presidenta da República.
Terá mais quatro anos para prosseguir com um governo iniciado quatro anos atrás.
Sou um homem brasileiro nascido há quase 60 anos e passei pela ditadura (não, não fui perseguido nem nada, e mesmo no movimento estudantil era tão pequeno que nem tive direito a ficha no DOPS, o que, aliás, me chateou).
Mas compareci a assembleias estudantis, fiz uso da palavra e tal.
Na Faculdade de Direito da UFPR ajudei a refundar um partido para combater a direita que lá mandava – e como perdemos ela continuou mandando.
Fui até orador do partido de oposição – eu e minha timidez -, mas perdemos aquela eleição para a direita, que, na verdade, nem sabia que era de direita. Os amigos só queriam jogar bola, truco, fazer festa, bater um sambinha. A bomba na OAB e nas bancas de jornais eram fatos para eles distantes de Curitiba, apenas fatos. Morreu gente. Eram apenas fatos. Nosso Centro Acadêmico, que me lembre, nem sequer escreveu uma nota. Mas tudo bem.
Na escola de Comunicação da UFPR eu sempre fui de oposição. 
Jornalista, sempre fui da oposição sindical.
Na vida, sempre fui de oposição.
Continuo de oposição.
Falei demais, não?
Veio 1989 e lá estou eu: oposição. Roberto Freire (arrependimento não mata) e Lula. E Lula e Lula... E Plínio (é isso, não votei em você, viu?)
Sempre na oposição.
Vou encurtar o papo.
Estamos na eleição democrática mais importante da história “desse” País.
Decidi que vou votar em você.
Minha mulher adorou. Meu irmão é Luciana e me chamou de fraco.
Não acho que seu governo tenha sido o dos meus sonhos, mas duvido que o dos seus adversários pudesse vir a ser o dos meus anseios.
Falo de Marina e Aécio.
Seus adversários diretos não me inspiram confiança.
Confesso que se você já estivesse garantida escolheria entre a Luciana e o Eduardo – mais próximos do que sonho.
Mas a vida não é sonho, são os fatos, o mundo são os fatos, como já disse meu filósofo favorito, o Ludovico.
Então escolhi você.
Você não sabe quem sou e certamente meu voto será apenas mais um no seu balaio, que, espero, esteja tão cheio neste primeiro turno que lhe garanta a reeleição desde logo.
Mas Dilma, ou Diiilma, coração valente...
Como seus antecessores, você está devendo. E é por isso que lhe dou, humildemente, meu pobre e ralo voto – uma gota no seu oceano, que, espero, a manterá no comando do conceito Nação, no concreto Brasil.
Dou-lhe, Dilma, meu humilde voto na esperança e na cobrança de que você, nos quatro anos que lhe restam de comando, cumpra o que todos, digo todos, prometeram e não cumpriram. Não, justiça seja feita, em alguns temas seus antecessores nem chegaram perto.
Acho que sou eu que falo demais.
Melhor, jogo agora. Nesta campanha, pelo que li (não vi porque não tenho TV em casa, o que me faz muito bem), nem você nem Marina nem Aécio nem Luciana nem Eduardo Jorge (meu xará ao contrário) nem os demais cobriram os temas que queria ver abordados. Por certo para não magoar o agronegócio, as empreiteiras, os bancos, o grande capital, até as contas do governo, enfim.
Os mais à esquerda falaram claro, mas sem proporem as soluções que eu esperava.
Cara futura presidenta reeleita, serei breve, como breve é nossa vida humana, mas longa é a vida do nosso Brasil.
Você vai ser por mais quatro anos presidenta da República Federativa do Brasil devendo a mim e a quem interessar possa a solução definitiva ou encaminhada, vá lá, (algumas das quase resolvidas há séculos em alguns países e outras mais recentes em outros, mas de urgente solução por aqui) dos seguintes temas, colocados sem ordem de importância, pois todos são urgentes:
1 – Fechamento e selamento definitivo das usinas nucleares de Angra dos Reis;
2 – Definição de matriz energética e suas alternativas, sem energia nuclear;
3 – Democracia (e tudo o que nela está implícito) na discussão sobre a construção de usinas hidrelétricas em rios vitais (é difícil, mas deve haver democracia nessa discussão) Mais: propostas em torno de alternativas;
4 – Demarcação definitiva e com proteção permanente (pelas Forças Armadas, PF, governos estaduais e prefeituras – entendam-se) das terras indígenas, mais assistência, no mato, no campo e na cidade aos nossos fundadores;
5 – Contratação, por concurso público, de equipes que garantam a proteção às terras indígenas, punindo severamente a invasão de fazendeiros, mineradores, etc.;
6 – Demarcação e proteção por forças federais de áreas de mineração estratégica, com exploração estatal (ou por concessão) para o governo federal;
7 – Reforma agrária ampla e sem subterfúgios, com expropriação, de terras improdutivas, em favor de famílias e cooperativas legalmente constituídas;
8 – Banimento definitivo do trabalho escravo no campo, com expropriação de terras em que ele seja constatado de acordo com a lei, mais incentivo claro à agricultura familiar, ou você come soja?. No mesmo item, fiscalização e zoneamento de áreas transgênicas (sou pelo banimento, mas não vai colar);
9 – Expropriação de terras, em favor da União e, em seguida, de famílias produtoras agrícolas, onde haja produção de tóxicos (maconha, etc.), em extensão da reforma agrária;
10 – Extinção definitiva do trabalho escravo – ou dele análogo – em propriedades de qualquer natureza, com o consequente confisco, em favor da União, das propriedades onde este se verificar, e destinação do imóvel às vítimas, na forma da lei vigente ou por lei nova ou, ainda, Medida Provisória;
11- Confisco de imóveis e de bens de capital onde se comprovar trabalho escravo na cidade, sempre em favor da União, que reverterá tais bens aos trabalhadores explorados (brasileiros ou estrangeiros) na forma da lei ou ser estabelecida para tal, cumulado com expatriação de seus exploradores ou com punição, na forma da lei, se forem nacionais;
12 – Extinção do trabalho infantil, com as consequências da lei vigente e destinação das vítimas à atenção devida, na forma da lei, de acordo com o Estatuto de Criança e do Adolescente, sobretudo, da Constituição; 
13 – Reforma urbana, com ampla discussão entre cidadãos, empresas, sindicatos, associações, organizações e conselhos profissionais, com o objetivo de tornar as cidades mais habitáveis. Trata-se de um conceito mais etéreo, mas possível.

Mas não é só isso, presidenta.
Mas  não é o mínimo.


Deixei por último, dois pontos:
1 - Aumento do salário mínimo, na média de cálculo do Dieese e do MF;
2 - Extinção do Fator Previdenciário (perguntem ao Paulo Paim).

E agora edito, pois quase me esqueci, mas não menos importante:

Com todas as letras, Dilma: TRIBUTAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS, CONFORME A CONSTITUIÇÃO.

Afinal, 

Vivemos no capitalismo.

Meu voto pesa.
Vou cobrar.
Beijo.
Suerte pra você, presidenta.

domingo, 21 de setembro de 2014

Escravidão, a poderosa empresa estatal que movia todo um país de funcionários públicos

Por Valério Fabris, jornalista em Belo Horizonte
                 

O Brasil é apaixonado por empreendimentos estatais. O maior foi a escravidão, que durou ininterruptos 335 anos, de 1533 a 1888.  Em mais de três séculos, foram embarcados para cá cerca de 5,5 milhões de africanos.  Chegaram 4,8 milhões de pessoas; 700 mil morreram nas viagens. O inexpugnável aparato escravagista blindou o país inteiro. Os olhos e ouvidos do vigilante monarca multiplicavam-se em juízes, intendentes, milicianos, conselheiros, ouvidores, proprietários de terra e padres.

A escravidão de mais de três séculos obteve apoio da larga maioria dos brasileiros; excetuavam-se umas duas dúzias de intelectuais. Os escravos padeciam silenciosamente.  No mais, por aqui, aplausos à chibata. O Brasil veio a abolir a escravidão a contragosto, em face da intensa pressão dos movimentos sociais do hemisfério norte, levados adiante por religiosos e humanistas, tendo como epicentro a Inglaterra. A mobilização da opinião pública inglesa iniciou-se em 1787. A onda espalhou-se pelas nações vizinhas, chegando ao norte dos Estados Unidos.  O fenômeno da proliferação de núcleos antiabolicionistas seria semelhante, hoje, ao dos globalizantes movimentos ambientalistas.  

As campanhas internacionais ecoaram no Brasil, animando o agrupamento de abolicionistas daqui a continuar a sua pregação.  Acusavam-se esses abolicionistas brasileiros de serem liberais e anglófilos, antipatrióticos, integristas e até mesmo de comunistas, uma vez que se opunham à propriedade privada, à posse dos escravos.  Semelhanças há entre os argumentos lançados, ontem e hoje, com o intuito de desqualificar os abolicionistas do século XIX e os ecologistas deste novo milênio: estariam a serviço do capital monopolista, que se utiliza de todos os meios com vistas ao continuado enfraquecimento das economias periféricas, tornando-as ainda mais dependentes dos países centrais. 

Os abolicionistas Joaquim Nabuco, André Rebouças, Antônio Bento, Luis Gama e José do Patrocínio, entre outros, foram tachados de antipatrióticos e subalternos ao ideário inglês.  Nabuco viu estreitar de tal modo o seu campo profissional de advogado que, pela falta de clientes, optou pelo auto-exílio na Inglaterra, em 1882.  Mesmo com a constante oposição dos abolicionistas, o empreendimento escravagista nacional avançava olimpicamente. No Brasil, a escravidão durou 109 anos a mais do que nos Estados Unidos – lá, ela começou em 1619 e acabou em 1863.   

O jeitinho brasileiro é -  usando uma frase do historiador Sergio Buarque de Holanda -  a “forma que se converteu em fórmula” de conservação do modelo estatizante, burocrático e escravagista. Com o pretexto da (ainda hoje) alegada governabilidade, na tentativa de acalmar os ingleses e a opinião pública estrangeira, o império anunciou a interrupção do tráfico negreiro, em 1883, com a Lei Eusébio de Queiroz.  Mas, o tráfico persistiu até a assinatura da Lei Áurea, em 1888, com o subterfúgio do contrabando consentido pelo império.  Assim nasceu a expressão “só para inglês ver”. 

Nabuco previu que, a despeito da abolição, o conservadorismo do poder imperial permaneceria, secularmente, como nossa matriz ideológica, baseada no tripé do centralismo, da burocracia e do empreguismo, da concentração de renda.  As escolas inexistiam pelo Brasil afora, já que não se educam escravos.  O interior do Brasil era uma vastidão de miséria. Sem dinheiro circulando, pois trabalho escravo é impagável, não florescem as atividades do comércio varejista ou atacadista, e, consequentemente, as poucas cidades de então continuavam atrofiadas na pobreza. 

O abolicionista vaticinou, ainda, que nossos corações e mentes guardariam “invencível horror a toda a espécie de trabalho” relacionada à lida dos escravos. Isto é, aos afazeres que provoquem suor na camisa. Essa pretendida leveza e assepsia aristocráticas encontraram aconchego na “empregomania” (como sublinhou Nabuco) das repartições.  Excetuando-se os escravos, os brasileiros de toda a nação buscavam empregos públicos.

Eis uma fala de Nabuco, pronunciada em 1888:  “Vós compreendeis que quem sustenta os empregados públicos são os produtores, os contribuintes: se o funcionalismo chegasse para quantos o procuram, o ordenado de cada empregado teria que sair da sua própria algibeira”. 

Ou seja, 1888 é um ano que ainda não terminou.     

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O Macaco Aranha e o Aranha Negra

Coisas do futebol.

E da nossa sociedade

Escravocrata,

Boçal.

Boçal.

Quando o termo é mal empregado, sacanamente, você ofende.

Quando é bem empregado, você homenageia.

O negro é a ausência de cor, nos diziam no colégio, quando girávamos o disco de Newton.

O negro é a soma de todas as cores, dizia Gilberto Gil muito tempo atrás.

Viemos do macaco, ensinou o comprovou o professor Darwin.

Todos temos muito, mas muito mesmo DNA do macaco, mostra a ciência.

Assim como temos algum, um pouco menos, DNA da aranha.

Somos, assim, macaco e aranha.

Somos, com certeza, parentes do macaco aranha.

Voltemos.

Lev Yashin, o maior goleiro de todos os tempos, ficou conhecido como o Aranha Negra.

Aranha, Preto.

Aranha, o fenomenal goleiro do Santos, é preto.

O mundo saudou o goleiro russo Aranha Negra.

A torcida do Grêmio chama de macaco o grande goleiro Aranha.

Pois bem, ele é o Macaco Aranha.

É nosso irmão.

Irmão do Aranha Negra.

Yashin é o maior goleiro do mundo de todos os tempos.

Eis n


osso Aranha brasileiro, agora xingado de macaco.

É o nosso Aranha Negra.

Nosso Macaco Aranha.

Debaixo dos paus

Dois goleiros

Dois grandes homens

Fenomenais




domingo, 14 de setembro de 2014

"Sabedoria é o que faz com que você navegue sem afundar"

Por Maria Popova

Tradução de Roseli Andrade


“As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender” – Paulinho da Viola em “Coisas do Mundo, minha Nega”.

Vivemos em um mundo inundado de informações, mas parece que estamos com um déficit muito grande de sabedoria. Pior que isso: confundimos os dois. Acreditamos que acesso a maiores informações produz mais conhecimento, o que resulta em mais sabedoria. Mas, se muito, o contrário é verdadeiro - mais e mais informação sem o devido contexto e interpretação somente atrapalha nosso entendimento sobre o mundo ao invés de enriquecê-lo.

Essa barreira de informação facilmente acessível também criou um ambiente onde um dos piores pecados sociais parece não ser informado. Na nossa cultura é embaraçoso não ter opinião sobre as coisas, e, para parecer informado, formamos nossas chamadas opiniões de modo artificial, baseadas em fragmentos de informações e impressões superficiais ao invés de num entendimento verdadeiro.
 “Conhecimento,” escreveu Emerson, “é reconhecer que talvez não saibamos.”

Para compreender a importância disso, primeiro precisamos definir esses conceitos como uma escada de entendimento.

Na base há uma informação, que simplesmente nos mostra um fato básico sobre o mundo. Um pouco acima está o conhecimento — o entendimento sobre como pedaços independentes de informações se unem para revelar alguma verdade sobre o mundo. O conhecimento depende de um ato de correlação e interpretação. No topo encontra-se a sabedoria, que possui um componente moral – é a aplicação da informação que vale a pena ser lembrada com o conhecimento que importapara entender não apenas como funciona o mundo, mas também como deveria funcionar. E isso requer um sistema moral do que deve e o que não deve importar, bem como um ideal do mundo em seu mais alto potencial.

É por isso que o contador de histórias é ainda mais valioso nos dias atuais.

Um grande contador de histórias — seja ele escritor, editor, cineasta, escritor, jornalista — ajuda as pessoas a descobrir não só o que importa no mundo, mas também porque é importante. Um grande contador de histórias escala os degraus doconhecimento, a partir de informações, depois conhecimento e por último a sabedoria. Através de símbolos, metáforas, e associações, o contador de histórias nos ajuda a interpretar as informações, integrá-las a nosso conhecimento existente, e transmutá-las em sabedoria.

Susan Sontag disse uma vez que "a leitura estabelece padrões." Aprender histórias não só estabelece normas, mas, no seu melhor, nos faz querer viver de acordo com elas, para transcendê-las.
Uma grande história, então, não é somente o fornecimento de informações - uma grande história convida a uma expansão dacompreensão, uma auto-transcendência. Mais do que isso, ela planta a semente para a compreensão e faz com que sejaimpossível fazer qualquer coisa que não o crescimento de uma nova compreensão - do mundo, de nosso lugar nele, de nós mesmos, de algum aspecto sutil ou monumental de existência.

No mundo de hoje, no qual as informações são cada vez mais baratas e a sabedoria cada vez mais cara, é precisamente nesta lacuna em que reside o valor do contador de históras.

Penso desta forma:
A informação é uma biblioteca de livros sobre construção naval. Conhecimento é o que se aplica para a construção de um barco. Acesso à informação - aos livros - é um pré-requisito para o conhecimento, mas não uma garantia para mesmo.

Uma vez que você tenha construído seu barco, sabedoria é o que faz com que você navegue sem afundar, que o protege das tempestades que ameaçam sua vida, que permite que apenas o vento sopre em suas velas.

Sabedoria moral o ajuda a perceber a diferença entre a direção certa e na direção errada na condução do barco.

Um grande contador de histórias é o capitão gentil que conduz seu barco com enorme sabedoria e coragem sem limites; que aponta o nariz na direção de horizontes e mundos escolhidos com idealismo e integridade inabaláveis; que nos traz um pouco mais perto da resposta, a nossa resposta particular, para aquela grande questão: Por que estamos aqui?


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Genocídio em Gaza: opções palestinas estratégicas diante das táticas israelenses - final

Por Jason Martin*

Última parte de três

Tradução de Roseli Andrade


O script completo do Hamas x Israel parece um filme de Roland Emmerich.
As pessoas criticam os filmes de Emmerich pelo uso excessivo de efeitos visuais, muitos diálogos clichê, narrativa frágil e estereotipada, inúmeras imprecisões científicas e históricas, um desenvolvimento ilógico da trama, e falta de profundidade de caráter.

~ Wikipedia
O Hamas é um grupo sem nenhuma sofisticação e caricato de radicais impotentes impostos aos palestinos, que estão desesperados e foram privados de uma sociedade democrática. A alusão de que o Hamas foi democraticamente eleito é uma farsa. A Palestina é um território ocupado e controlado por Israel. Não existe democracia lá. Não existe democracia porque não existe nenhuma Palestina. Há somente Israel e algumas favelas onde os desprestigiados palestinos estão presos.

O que Israel precisa é que os palestinos “os ajudem” adotando um diálogo militante na mídia e lançando foguetes ineficazes que raramente conseguem alcançar uma distância significativa para até mesmo ser notada pelos Israelenses. O Hamas consegue isso como ninguém.

Lembre-se que o objetivo de Israel é um Estado Judaico Permanente. Isso quer dizer “permanente” em centenas de anos – até mesmo, de acordo com sua fantasia, milhares de anos.

Resumo até agora:
1.            O objetivo de Israel é ter um Estado Judaico; todo o resto é secundário.
2.            Para ter o Estado Judaico, eles simplesmente não podem absorver os numerosos árabes; então eles têm que matá-los todos.
3.            Para matar a todos, eles têm que desumanizá-los e radicalizá-los; politicamente têm que reclassificá-los como combatentes, insurgentes, terroristas ou escudos humanos voluntários.
4.            Israel precisa (e, “magicamente”, consegue) de um movimento político como o Hamas na Palestina para ajudá-lo a se militarizar. Para justificar sua agressão contra o povo palestino como parte de uma “Guerra ao Terror”.

A última coisa que Israel precisa para destruir os palestinos é uma situação em que ninguém note o que está acontecendo. Ou se for percebido, numa posição na qual não se possa fazer nada. Uma crise econômica mundial multiplica os jogos de guerra (ênfase em “jogos”). Oops, parece que isso está acontecendo.

Uma vez que o abate termine, tudo o que Israel tem de fazer é esperar. Depois de algumas décadas, os palestinos estarão mortos e Israel será um estado realizado, como praticamente todas as outras nações modernas, construídas sobre os ossos de nativos assassinados.

O que pode ser feito?

As chances de os palestinos sobreviverem na próxima década são mínimas. Na medida em que o tempo avança, sua probabilidade de sobrevivência acelera.

Israel é uma nação moderna e capaz, com um exército bem treinado, tecnologias militares inovadoras, uma economia impressionante, com incríveis acordos e tratados comerciais com praticamente todas as nações modernas. Além de tudo isso, é uma potência nuclear. Possui um grande arsenal nuclear e pode jogar e lutar em todos os níveis políticos concebíveis. Está numa situação tal que qualquer tentativa de interferência seria ou um fracasso completo, ou, com motivação suficiente, uma vitória de Pirro.

Israel é um produtor de armas e equipamentos militares para o Ocidente. Também é um produtor de tecnologia essencial de computadores (como os chips da Intel). Sanções contra Israel não são realmente possíveis, pois é uma importante fonte de tecnologia de guerra. Isso surtiria um efeito inverso, visto que fabrica e distribui as armas que poderiam ou iriam ser usadas contra eles; isso significa que também tem essas mesmas armas, e, portanto, pode ou não, ter desenvolvido defesas contra elas.

Visto que sanções de qualquer natureza (fora, talvez, algumas simbólicas) não são possíveis, e invasão não seria uma atitude viável, o que pode ser feito contra Israel? Bem, nada. Pelo menos a respeito dos palestinos. Nenhum país está disposto a entrar em Guerra contra Israel, pois os palestinos seriam mortos do mesmo jeito e o número de mortos do lado de qualquer nação que atacasse Israel seria enorme.

A regra para esse tipo de situação é: Quando você não pode vencer, capitule.

A atitude beligerante de Israel é perdoada pelo Ocidente porque a “Guerra ao Terror” o condicionou a aceitar que todos os muçulmanos são terroristas até que se prove o contrário. Ao mesmo tempo em que massacrar palestinos é justificado como necessário para pacificar uma população insurgente. Esforçar-se para desmascarar essasmentiras plausíveis, divulgadas astutamente durante décadas por Israel, é uma contra-estratégia possível para todos que conseguem ver o horror da situação.

Os israelenses têm trabalhado muito para desumanizar os palestinos. E desumanizá-los é uma defesa importante. A posição de Israel a respeito dos palestinos é muito tênue, porque Israel é tão forte e a Palestina é tão fraca que a sua propaganda tem que dar muito ênfase na manutenção da ilusão de que os palestinos são militantes e perigosos. Os números simplesmente não batem. Os mortos pelo lado israelense e os mortos pelo lado palestino normalmente ficam em 1 para 1.000, ou mais.

Na antiga Roma, e em muitos outros países onde a população era escravizada, a punição comum por um escravo matar seu senhor era matar o escravo e todos imediatamente próximos a ele. Até 200 escravos, ou mais, eram mortos. Esse método é atualmente usado contra os palestinos. Se um palestino comete um crime, como por exemplo, lançar um foguete contra Israel, inevitavelmente Israel responde matando centenas ou milhares de palestinos em “retribuição”. Isso levou a uma situação em que os palestinos foram condenados à desesperança.

Isso se torna pior pelo fato de que a maioria das pessoas que cometem tais crimes são geralmente adolescentes emocionalmente instáveis ​​e manipuláveis. A fonte da manipulação é discutível, porque sabemos que os serviços de segurança israelenses exercem influência sobre o Hamas e outras organizações terroristas, mas não sabemos exatamente em que medida eles incentivam a prática de lançar foguetes contra Israel e fornecer a Israel munição para mais propaganda. Então, novamente, como Joe Quinn apontou, pode até ser que os agentes de Israel estejam, de alguma forma, por trás do sequestro e assassinato dos três jovens israelenses para justificar o massacre de mais de 2.000 palestinos.

Revelou-se recentemente que o F.B.I. esteve diretamente envolvido em TODAS as tramas terroristas desde 9/11 (mais especificamente, que eles forneceram ou financiaram material em todas). Isso prova que é bastante provável que o Shin Bet esteja fazendo o mesmo. Visto que essa revelação é oficial e foi publicada a partir de um documento oficial, é difícil negar.

Re-humanizar os “insurgentes” e “terroristas” é importante para que eles possam ter direito a um tratamento legal em vez de militar. Terrorismo é crime. Disparar foguetes contra civis israelenses é tão injustificável quanto disparar foguetes contra civis palestinos. O que importa aqui é a forma como a sociedade lida com tais crimes. Eles devem estar sob a jurisdição de mecanismos tradicionais da lei e da ordem. Mesmo que o aparato militar seja usado para capturar ou efetuar uma prisão, ele deve invariavelmente estar a serviço do poder judiciário das partes interessadas.

Existe o argumento de que estando a Palestina ocupada por um estado estrangeiro, os palestinos têm o direito de usar qualquer forma de resistência. Isso é fundamentalmente verdade, mas estrategicamente inútil. Apenas Israel ganha com foguetes sendo disparados contra alvos civis. Eu não estou dizendo que a resistência é inútil, mas essa forma de resistência é certamente prejudicial para os interesses palestinos. Os palestinos não são militarmente nem politicamente sofisticados; dessa forma, toda e qualquer resistência violenta simplesmente reforça os objetivos dos israelenses. A forma correta de resistência é a resistência pacífica, embora os palestinos não sejam espertos (ou melhor, psicopatas) o suficiente para empregar, e mesmo assim é um pouco tarde demais para adotá-la.

Existe, também, o problema dos ataques de foguetes contra Israel feitos por agentes israelenses, vestidos em trajes civis, que, ou entram em Gaza, ou determinam a outros agentes infiltrados que façam alguns disparos. A única resposta estratégica viável a esta prática é reiterar que: 1) todos os ataques com foguetes são condenáveis e 2) insistir que se trata de uma questão jurídica, e não militar.

Enfatizar que não existem forças armadas na Palestina; portanto, não há necessidade do uso do exército israelense.

A respeito do Hamas, ou outras organizações políticas que possam praticar tais atos, pelo fato de terem praticado tais atos: 1) eles não representam os Palestinos e 2) eles são criminosos.

O ponto fraco desse argumento é que leva novamente ao: “O que mais podemos fazer?” A resposta adequada, claro, é: não matar mulheres e crianças. A partir desse argumento pode declarar: "Israel não está à altura do desafio de segurança."

A idéia de que uma força de comando altamente treinada seja batida por alguns poucos civis armados é, claro, ridícula. Os palestinos não estão suficientemente armados para opor qualquer resistência significativa contra os comandos de Israel, o que tem sido demonstrado a cada invasão da Faixa de Gaza. A invasão atual levou a cerca de 2.000 vítimas (a maioria civis), até agora, do lado palestino e 66 do lado de Israel. Como foi demonstrado no passado, a maioria das perdas do lado israelense pode ser atribuída mais a fogo amigo e erros táticos. Ou seja, muitas vezes, os israelenses acidentalmente matam um ao outro. Isso porque Gaza é muito pequena, militarmente falando, e as lutas são tão próximas que é difícil atirar indiscriminadamente em civis sem matar algum dos seus próprios.

Todas as nações desenvolvidas lidam com crimes. Isso inclui caçar e encontrar criminosos que se escondem nos subúrbios populosos. Elas não precisam bombardear subúrbios inteiros somente porque uma determinada pessoa pode estar fabricando drogas em uma garagem. Então, por que Israel precisa fazer isso? Frequentemente, foras-da-lei se escondem em blocos de apartamentos. Pode-se dizer que estejam usando seus vizinhos como escudos humanos, mas isso não quer dizer que a polícia precisa responder com ataques de helicóptero e mísseis Hellfire.

Uma questão séria com esses argumentos é que no Ocidente, e Israel apoia fortemente, existe a crença de que a Palestina é uma nação-estado como muitas outras. Não é! É um território ocupado. Não é nem mesmo um estado. Existem planos para tornar a Palestina um estado; mas a Palestina não é e nunca foi um estado no significado real do termo. Era antes uma região do Império Otomano, depois ficou sob o Mandato Britânico (i.e. uma região ocupada pelos britânicos) e mais tarde foi ocupada por Israel.

Nesse momento, em todo o mundo, a maioria das pessoas não deseja a morte dos palestinos; é a Elite Psicopata Israelense que deseja isso. Nesse momento, a grande maioria dos palestinos dentro da Faixa de Gaza está lá porque foi separada do rebanho em Israel para que os judeus se tornassem a maioria nas eleições. A maneira mais correta e humana de resolver a situação seria absorver todos os palestinos e torná-los cidadãos. Todos os terroristas dentro dessa população deveriam ser julgados de acordo com as leis e tratados de acordo com as regras estabelecidas.

Dessa forma, Israel poderia continuar fazendo o que é certo fazer – um estado – e os palestinos poderiam sobreviver e se tornar uma parte da comunidade israelense. Isso, essencialmente, já está meio caminho andado. Israel já mantém controle completo sobre a faixa de Gaza e a Cisjordânia, e, por isso, a propaganda israelense é completamente enganosa. Não existe uma verdadeira Autoridade Palestina. apenas um punhado de palestinos escolhidos a dedo que ficam na TV e vomitar um monte de besteiras sempre que Israel precisa. Não há Estado Palestino. Existe apenas Israel. O único estado palestino que já existiu na história estava sob o Mandato Britânico. Palestina tem sido, mais ou menos, uma região semi-autônoma (leia-se: gueto) de Israel desde 1948.

A ocupação completa da Palestina é fato consumado. Os colonos da Cisjordânia nunca vão devolvê-la.

E os direitos de autodeterminação dos palestinos? Imagine se todos os negros nos Estados Unidos decidissem que preferem dividir o país em dois, o que será que aconteceria? A solução de dois estados não vai funcionar e, e se um dia isso acontecer, será o fim definitivo do povo palestino. Assim que for criado um estado oficial, Israel irá forjar alguma fantasia de ataque de foguetes por parte dos palestinos e irá declarar guerra à "Palestina" e bombardeá-la até que não reste pedra sobre pedra. Assim que a Palestina tornar-se um verdadeiro estado, os dias dos palestinos estarão contados.
Tudo se resume a o que você quer: um Estado Palestino ou um povo palestino. Israel tem trabalhado muito duro, e de modo muito inteligente, para garantir que não haja nenhum.

É claro que não é isto que os Palestinos querem, mas como diz a canção:
Não, você não pode ter sempre tudo que quer
você não pode ter sempre tudo que quer
você não pode ter sempre tudo que quer
Mas, se você tentar, um dia você vai descobrir,
Que tem tudo que precisa.

Nesse caso, ter o que querem é uma armadilha, e eles não conseguem perceber isso. Será que os palestinos realmente acham que a obtenção de um estado, de alguma forma magicamente irá protegê-los de Israel? Toda a lei internacional, os organismos da ONU, organizações dos direitos humanos em todo o mundo não têm sido capazes de protegê-los até agora. Não há absolutamente nenhuma razão para supor que eles serão menos impotentes se houver um Estado Palestino. Não deseje o que não pode ter.

~ Provérbio Oriental
Em último caso, o que acontece é: morrer em pé ou viver de joelhos. Ambos possuem seus méritos. Mas existe uma terceira via.

Você deve ser como a água. Quando você derrama água em um copo, ela se torna o copo. Quando você coloca água em uma garrafa, ela se torna a garrafa. Quando você derrama água em um bule de chá, ela se torna o bule. A água se adapta. Torne-se como a água, meu amigo.

~ Bruce Lee
Às vezes, render-se é o meio mais rápido de obter a vitória.

Roma conquistou a Grécia. Mas a Grécia se tornou a linguagem de Roma. No final, Roma foi conquistada por seus próprios escravos. Isso levou algum tempo, mas aconteceu. A cultura árabe é forte. Os judeus viveram 2.000 anos como cidadãos sem pátria em qualquer país que os acolhesse. E, no entanto, atualmente eles possuem seu próprio estado e fazem aos outros o que foi feito a eles.

Quando os judeus se transferiram para a América, eles se tornaram judeus americanos; quando se mudaram para a França, se tornaram judeus franceses. Eles se integravam, mas, mesmo assim, se mantinham à parte. Mantinham sua cultura, sua religião, mas eram espertos o suficiente para saber que não se pode medir forças.

Agora, usam a manipulação e a mentira, assim como todo mundo, exceto que são particularmente bons nisso.

Os palestinos perderam suas terras. Talvez eles nunca tenham tido. Mas não têm de perder sua cultura ou identidade.

Outra Opção

É claro que se render aos israelenses será particularmente oneroso, especialmente com toda a história entre os dois povos. O problema para os palestinos é que são politicamente inúteis em um mundo globalizado dirigido por psicopatas. Israel é fornecedora mundial de máquinas de matar de alta tecnologia. A elite de todos os países ocidentais gosta de ter brinquedos novos para brincar e para usar em suas operações clandestinas e alvos escolhidos para desestabilizar as nações.

Como os palestinos são, no geral, pobres e despossuídos, para o Ocidente parecem ser apenas um peso morto.

Se, no entanto, eles insistirem em sua fantasia de ter um país, e é o que têm tentado, será muito difícil imaginar seu lugar entre as nações desenvolvidas. No caso, eles podem tentar, o melhor possível, seguir o exemplo e a perseverança da China, tornando-se escravos do mundo, vendendo sua mão-de-obra barata em montadoras estrangeiras. Na realidade, o futuro dos palestinos é a servidão; disso eles não podem escapar agora, mas eles podem no futuro se jogarem as cartas certas.

Para que isso aconteça, seria necessário instalar um regime extremamente repressivo para evitar toda e qualquer inclinação terrorista e uma política de tolerância zero para encrenqueiros. Infelizmente, eles teriam de ser amigáveis com Israel. Eles precisariam convencer Israel de que seriam bons trabalhadores e mão-de-obra barata que iria ajudar a alavancar o crescimento econômico de Israel.

Esse cenário é muito improvável, mas é a uma das poucas maneiras possíveis para a sobrevivência dos palestinos se eles continuarem a desejar um estado.

Na verdade, devido à sua falta de sofisticação política (eles têm o péssimo hábito de dizer a verdade às pessoas erradas) eles vão rapidamente dar um passo em falso, que Israel usará como pretexto para conquistar os territórios restantes. Haverá um protesto em massa no Twitter e no Facebook. Ban Ki Moon irá espernear sobre crimes de guerra e prometer investigações. Os Estados Unidos vão prometer sanções e uma investigação internacional. E tudo vai dar em nada, como sempre.

O objetivo de Israel é o mesmo de todas as nações de todos os tempos quando conquistam um novo território: matar os nativos. Ou a maioria deles (de 90 a 95%). A única esperança para os palestinos é se render a Israel e ser completamente absorvidos e lutar por plena cidadania. Eles não vão conseguir de imediato. Vai funcionar apenas no papel, mas na prática vão continuar por um tempo a ser vítimas de racismo e segregação. Depois de duas a três gerações, serão capazes de lutar pacificamente por uma cidadania real. A essa altura, Israel, provavelmente, irá concedê-lo. O único problema é que parte de sua rendição será adotar a língua e os costumes de Israel, e, até certo ponto, suas crenças. Pelo menos abertamente. Entre eles, podem continuar a praticar a sua língua e costumes. Mas, publicamente, terão de se integrar à sociedade israelense.


Até lá, mantenha seu apoio aos direitos fundamentais dos palestinos, de liberdade e justiça e não se esqueça de que são seus direitos também, pelo menos na teoria.




*Filósofo republicano, conservador libertário, Jay passa seus dias estudando a história da guerra, da violência e das artes marciais. É programador de computador, artista e ilustrador.