Este é o primeiro parágrafo do destaque entre as notas de falecimento publicadas na edição de hoje da Gazeta do Povo, caquético jornal curitibano - e o único da capital que ainda se pode ler, imaginem os demais.
Durante seus 57 anos de vida, o autônomo Jair Cordeiro fez um pouco de tudo. Não gostava de ficar parado. Nascido em Curitiba, durante a infância foi um moleque esperto, que ajudava os pais na lida diária. Quando completou 18 anos, foi servir o Exército na antiga base aérea do Bacacheri.
Pois é: trata-se do primeiro caso de alguém que serve o Exército numa dependência da Aeronáutica.
Certamente, há pilotos no 20.º BIB.
A Gazeta do Povo é uma coisa.
sábado, 4 de setembro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Duio na Academia Paranaense de Letras
O texto abaixo é um dos perfis traçados pelo jornalista joaçabense-curitibano Eduardo Sganzerla, de quem tenho a honra de ser amigo desde os gloriosos tempos do Colégio Estadual do Paraná, lá pelos idos de 1970 ou 1971. É uma das mais belas passagens do livro "Homens do Mar", que Eduardo, o Duio dos amigos, produziu em parceria com a (bela) fotógrafa Mariana Branco.
Já nem sei mais quantos livros ele escreveu ou apenas editou, em suas editoras Esplendor, a nave-mãe, e Rosea Nigra. Uma das obras, de culinária tradicional para crianças, foi recentemente premiada num salão na França.
Tive o prazer de ler, antes da maioria, seu primeiro e até agora único romance publicado, "Caminhos que levam para o Norte", que por si só já explica a competência do Duio e justifica a campanha aqui, por mim, iniciada: queremos Eduardo Sganzerla na Academia Paranaense de Letras.
Já está lá uma catreba de jornalistas de boa estirpe: Adherbal Fortes de Sá Jr., Luiz Geraldo Mazza, Dante Mendonça, Ernani Buchmann, Apolo Taborda França, Laurentino Gomes, Dante Mendonça (ainda não empossados) e um ou outro que me escapou.
Pois agora queremos o Duio, que merece a vaga pelo que escreve e pelo que edita.
Candidatura lançada. Mexa-se, sr. Dante José Mendonça.
Benedito Matias Porto, o formulador do pensamento dos “pescadores invisíveis”
Com 8 anos o pai, que pescava e trabalhava na roça, o colocou na canoa pela primeira vez. Não podia remar de tão franzino que era. “Filho de pescador, não tinha outra coisa a fazer senão pescar e trabalhar na roça”. Nascido em Costa Dourada, no extremo Sul da Bahia, Benedito Matias Porto, que todos chamam de Bi, 57 anos, vivendo hoje não muito distante de onde nasceu, em Conceição da Barra, seguiu esta sina, a de ser pescador. Não trabalha mais na roça porque nem terra tem. Tão franzino quando era como criança, crio-se na tradição mar, mas com uma grande diferença de seu pai, José Qoch Porto, 84 anos: autodidata, aprendeu a compreender os fatos além da mera constatação da realidade. Quem sabe por dom da natureza e muito esforço próprio, é um homem dotado de uma capacidade intelectual excepcional. Por esta qualidade, é muito respeitado e ouvido por seus companheiros pescadores dali e de toda a região.
“Nós, pescadores, vivemos praticamente até hoje em um sistema arcaico, por falta de assistência do poder público, que nos abandonou de tal forma que temos que ser doutores de nossa própria causa”, diz ele. “No Brasil, foi criado um sistema de controle dos pescadores que ignorou a grande maioria deles. Fomos submetidos a este poder a vida toda. Nunca fomos ouvidos, como se fôssemos os ‘invisíveis da pesca’. Mas os pescadores têm uma cultura de resistência. Por isso, sobrevivem”, acrescenta.
Bi nunca estudou. Perdeu a mãe quando era criança. Foi criado pela madrasta. Fugiu de casa aos 14 anos, de canoa, indo parar em Conceição da Barra. Aprendeu a ler e escrever “na escola da vida”. Hoje, com quatro filhos e quatro netos, vive numa casa modesta na praia da Bugia, bem próximo à foz do rio São Mateus. Seu passatempo preferido é a leitura. Defronte à rua, abriu uma lanchonete, que ajuda no sustento da família. Quem cuida é a mulher. Tem suas incursões na política local, já foi candidato a vereador; polêmico, participa de conselhos municipais com intensidade, mas o que gosta de fazer é se dedicar a tudo que está relacionado com a pesca e o mar. Atualmente, é presidente da Associação dos Maricultores, que abriga 96 famílias.
“Até recentemente, o pescador ficava totalmente isolado mar. Aqui, por exemplo, na pesca de arrastão de camarão, permanecia da 1 hora às 17 horas trabalhando. As únicas coisas que ouvia era o barulho do motor e das águas. Quando chegava em casa, não tinha tempo de conversar, porque chegava atabalhoado. Não conseguia dar atenção à família de tanto stress. O único ponto de convívio social era no barzinho, onde, com os amigos, tomava sua pinga. Que futuro esses homens tinham, ainda mais se não possuíam representação de classe? Hoje, as coisas começaram a mudar. O pescador tem um conhecimento diferente”, explica.
Embora os tempos sejam outros, Bi acredita que o pescador faz parte ainda de uma “subcategoria”, por culpa dos atrasos do passado. Dentre esses fatores, o que mais pesa é a estrutura de representação criada pela antiga Marinha. Embora uma nova estrutura sindical tenha passado a vigorar a partir da Constituição de 1988, na opinião dele, não atende aos interesses da base, os “invisíveis”. O sistema hierarquizado de colônias, federações e confederação, para ele, é falho porque há uma distância muito grande entre as estruturas de poder. “Até porque – está provado – que os que mandam não trabalham”, diz com ironia.
Em função disso, Bi acredita que o pescador é levado a cometer “graves erros sem saber”, na sua atividade. No caso do camarão, a principal fonte de sustento de Conceição da Barra e região, considera a pesca predatória. “Trabalhamos como há 50 anos; não pode ser pesca de arrastão. O certo é em covas que só pega o camarão adulto. Para levarmos um quilo de camarão à mesa do consumidor, matamos doze quilos.”, diz.
Um dos elementos essências que falta à pesca artesanal, no entender dele, é a assistência técnica. O acesso a um conhecimento que explique as características da espécie, as quantidades de produção e a comercialização, por exemplo. “Isto é algo que o próprio poder ignora. Quando o governo aparece, é só para multar. Precisamos de informações voltadas para cada espécie, sem que haja destruição em volta. A pesca da traineira, outro exemplo, é criminosa, mas pouco se faz para combatê-la. Isto é um absurdo. Hoje, existe sonar, equipamento que permite pegar a espécie e peixe no tamanho corretos”, diz ele.
Ele critica também a forma de atuação dos técnicos do setor: “Eles se fixam apenas no que aprenderam na teoria. Não buscam os conhecimentos ‘invisíveis’. São ‘invisíveis’ porque não foram buscados. Ora, é como acreditar nas lendas do Boitatá, do Lobisomem e do Saci Pererê. Eles nunca foram buscar a realidade”.
Outro problema que ele aponta é a política de financiamento do governo federal, através do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Recentemente, o governo ofertou uma linha de crédito para os pescadores, com o objetivo de que eles renovassem suas embarcações. “O pescador, mesmo no modelo arcaico, não tem condições de progredir possuindo apenas um barquinho. Necessita de um barco de R$ 150 a R$ 200 mil. Em nosso caso, o governo só liberou RS 18 mil – o que não dava nem para comprar uma boa rede. Em parte, a culpa é dos gestores da parte de baixo, que, em função disso, nos ofereceram a opção de comprarmos barcos sucateados. Parecia a salvação. No meu caso, paguei o financiamento, mas fiquei sem barco. Teve gente que não conseguiu nem pagar a primeira prestação e ficou sem barco”.
Benedito Porto tem apenas um bote, no qual ia ultimamente aos mangues do entorno do rio São Mateus, para catar caranguejo. A verdade é que, hoje, não há praticamente mais o caranguejo-uçá (Ucides cordatus) que possa ser consumido no litoral Norte capixaba. A população adulta foi dizimada pela Doença do Caranguejo Letárgico (DCL). O primeiro foco foi confirmado em 2005, em São Mateus, e a partir daí a doença se alastrou rapidamente. Depois, contaminou animais e dizimou quase toda a população do litoral capixaba. A maior parte dos mangues foi interditada e as autoridades contam com a própria resistência de alguns animais para a recuperação da população da espécie.
Ao todo, no Espírito Santo, 1.050 catadores profissionais de caranguejo foram obrigados a procurar outro meio de vida. Segundo o governo, a economia do caranguejo girava em torno de R$ 40 milhões anuais no estado. A situação dos caranguejeiros de Conceição da Barra, mais de 200 pessoas, assim, ficou pior do que a dos pescadores. Agora, diz Bi, “o pessoal vive jogado no lixo”. Com a Associação dos Maricultores, eles estão tentando uma nova alternativa de emprego e renda, mas o projeto que apresentaram, por questionamentos ambientais, ficou “enroscado na burocracia do governo”.
Benedito Porto acredita que todas essas deficiências, no Brasil, são resultado do modelo educacional. Ele tem uma visão muito própria, neste aspecto: acha que, “no primeiro dia de vida”, o estudante devia aprender política, porque “é este entendimento que determina a vida das pessoas”. E observa: “As pessoas têm que entender o que move o mundo; não podem ficar limitadas na aparência das coisas. Portanto, é preciso se aprofundar nos conhecimentos para entender de fato a realidade”.
Hoje, Benedito Porto sai muito pouco com seu bote. Só para catar algum tipo de marisco que a família possa consumir ou mesmo que ele possa vender para ajudar no sustento, mas já viveu “trinta anos de mar”. Quando fala sobre isso, se emociona e para de falar. Retoma o fôlego, lembrando com nostalgia quando singrava em canoa de vela, bem à frente de outros pescadores, porque magricela e dominava esta arte com muita destreza. “Como disse, não tinha força para remar. Era uma criança, mas desafiava os outros na vela e vinha bem à frente”. É justamente com esse espírito que ele continua enfrentando a vida.
Já nem sei mais quantos livros ele escreveu ou apenas editou, em suas editoras Esplendor, a nave-mãe, e Rosea Nigra. Uma das obras, de culinária tradicional para crianças, foi recentemente premiada num salão na França.
Tive o prazer de ler, antes da maioria, seu primeiro e até agora único romance publicado, "Caminhos que levam para o Norte", que por si só já explica a competência do Duio e justifica a campanha aqui, por mim, iniciada: queremos Eduardo Sganzerla na Academia Paranaense de Letras.
Já está lá uma catreba de jornalistas de boa estirpe: Adherbal Fortes de Sá Jr., Luiz Geraldo Mazza, Dante Mendonça, Ernani Buchmann, Apolo Taborda França, Laurentino Gomes, Dante Mendonça (ainda não empossados) e um ou outro que me escapou.
Pois agora queremos o Duio, que merece a vaga pelo que escreve e pelo que edita.
Candidatura lançada. Mexa-se, sr. Dante José Mendonça.
Benedito Matias Porto, o formulador do pensamento dos “pescadores invisíveis”
Com 8 anos o pai, que pescava e trabalhava na roça, o colocou na canoa pela primeira vez. Não podia remar de tão franzino que era. “Filho de pescador, não tinha outra coisa a fazer senão pescar e trabalhar na roça”. Nascido em Costa Dourada, no extremo Sul da Bahia, Benedito Matias Porto, que todos chamam de Bi, 57 anos, vivendo hoje não muito distante de onde nasceu, em Conceição da Barra, seguiu esta sina, a de ser pescador. Não trabalha mais na roça porque nem terra tem. Tão franzino quando era como criança, crio-se na tradição mar, mas com uma grande diferença de seu pai, José Qoch Porto, 84 anos: autodidata, aprendeu a compreender os fatos além da mera constatação da realidade. Quem sabe por dom da natureza e muito esforço próprio, é um homem dotado de uma capacidade intelectual excepcional. Por esta qualidade, é muito respeitado e ouvido por seus companheiros pescadores dali e de toda a região.
“Nós, pescadores, vivemos praticamente até hoje em um sistema arcaico, por falta de assistência do poder público, que nos abandonou de tal forma que temos que ser doutores de nossa própria causa”, diz ele. “No Brasil, foi criado um sistema de controle dos pescadores que ignorou a grande maioria deles. Fomos submetidos a este poder a vida toda. Nunca fomos ouvidos, como se fôssemos os ‘invisíveis da pesca’. Mas os pescadores têm uma cultura de resistência. Por isso, sobrevivem”, acrescenta.
Bi nunca estudou. Perdeu a mãe quando era criança. Foi criado pela madrasta. Fugiu de casa aos 14 anos, de canoa, indo parar em Conceição da Barra. Aprendeu a ler e escrever “na escola da vida”. Hoje, com quatro filhos e quatro netos, vive numa casa modesta na praia da Bugia, bem próximo à foz do rio São Mateus. Seu passatempo preferido é a leitura. Defronte à rua, abriu uma lanchonete, que ajuda no sustento da família. Quem cuida é a mulher. Tem suas incursões na política local, já foi candidato a vereador; polêmico, participa de conselhos municipais com intensidade, mas o que gosta de fazer é se dedicar a tudo que está relacionado com a pesca e o mar. Atualmente, é presidente da Associação dos Maricultores, que abriga 96 famílias.
“Até recentemente, o pescador ficava totalmente isolado mar. Aqui, por exemplo, na pesca de arrastão de camarão, permanecia da 1 hora às 17 horas trabalhando. As únicas coisas que ouvia era o barulho do motor e das águas. Quando chegava em casa, não tinha tempo de conversar, porque chegava atabalhoado. Não conseguia dar atenção à família de tanto stress. O único ponto de convívio social era no barzinho, onde, com os amigos, tomava sua pinga. Que futuro esses homens tinham, ainda mais se não possuíam representação de classe? Hoje, as coisas começaram a mudar. O pescador tem um conhecimento diferente”, explica.
Embora os tempos sejam outros, Bi acredita que o pescador faz parte ainda de uma “subcategoria”, por culpa dos atrasos do passado. Dentre esses fatores, o que mais pesa é a estrutura de representação criada pela antiga Marinha. Embora uma nova estrutura sindical tenha passado a vigorar a partir da Constituição de 1988, na opinião dele, não atende aos interesses da base, os “invisíveis”. O sistema hierarquizado de colônias, federações e confederação, para ele, é falho porque há uma distância muito grande entre as estruturas de poder. “Até porque – está provado – que os que mandam não trabalham”, diz com ironia.
Em função disso, Bi acredita que o pescador é levado a cometer “graves erros sem saber”, na sua atividade. No caso do camarão, a principal fonte de sustento de Conceição da Barra e região, considera a pesca predatória. “Trabalhamos como há 50 anos; não pode ser pesca de arrastão. O certo é em covas que só pega o camarão adulto. Para levarmos um quilo de camarão à mesa do consumidor, matamos doze quilos.”, diz.
Um dos elementos essências que falta à pesca artesanal, no entender dele, é a assistência técnica. O acesso a um conhecimento que explique as características da espécie, as quantidades de produção e a comercialização, por exemplo. “Isto é algo que o próprio poder ignora. Quando o governo aparece, é só para multar. Precisamos de informações voltadas para cada espécie, sem que haja destruição em volta. A pesca da traineira, outro exemplo, é criminosa, mas pouco se faz para combatê-la. Isto é um absurdo. Hoje, existe sonar, equipamento que permite pegar a espécie e peixe no tamanho corretos”, diz ele.
Ele critica também a forma de atuação dos técnicos do setor: “Eles se fixam apenas no que aprenderam na teoria. Não buscam os conhecimentos ‘invisíveis’. São ‘invisíveis’ porque não foram buscados. Ora, é como acreditar nas lendas do Boitatá, do Lobisomem e do Saci Pererê. Eles nunca foram buscar a realidade”.
Outro problema que ele aponta é a política de financiamento do governo federal, através do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Recentemente, o governo ofertou uma linha de crédito para os pescadores, com o objetivo de que eles renovassem suas embarcações. “O pescador, mesmo no modelo arcaico, não tem condições de progredir possuindo apenas um barquinho. Necessita de um barco de R$ 150 a R$ 200 mil. Em nosso caso, o governo só liberou RS 18 mil – o que não dava nem para comprar uma boa rede. Em parte, a culpa é dos gestores da parte de baixo, que, em função disso, nos ofereceram a opção de comprarmos barcos sucateados. Parecia a salvação. No meu caso, paguei o financiamento, mas fiquei sem barco. Teve gente que não conseguiu nem pagar a primeira prestação e ficou sem barco”.
Benedito Porto tem apenas um bote, no qual ia ultimamente aos mangues do entorno do rio São Mateus, para catar caranguejo. A verdade é que, hoje, não há praticamente mais o caranguejo-uçá (Ucides cordatus) que possa ser consumido no litoral Norte capixaba. A população adulta foi dizimada pela Doença do Caranguejo Letárgico (DCL). O primeiro foco foi confirmado em 2005, em São Mateus, e a partir daí a doença se alastrou rapidamente. Depois, contaminou animais e dizimou quase toda a população do litoral capixaba. A maior parte dos mangues foi interditada e as autoridades contam com a própria resistência de alguns animais para a recuperação da população da espécie.
Ao todo, no Espírito Santo, 1.050 catadores profissionais de caranguejo foram obrigados a procurar outro meio de vida. Segundo o governo, a economia do caranguejo girava em torno de R$ 40 milhões anuais no estado. A situação dos caranguejeiros de Conceição da Barra, mais de 200 pessoas, assim, ficou pior do que a dos pescadores. Agora, diz Bi, “o pessoal vive jogado no lixo”. Com a Associação dos Maricultores, eles estão tentando uma nova alternativa de emprego e renda, mas o projeto que apresentaram, por questionamentos ambientais, ficou “enroscado na burocracia do governo”.
Benedito Porto acredita que todas essas deficiências, no Brasil, são resultado do modelo educacional. Ele tem uma visão muito própria, neste aspecto: acha que, “no primeiro dia de vida”, o estudante devia aprender política, porque “é este entendimento que determina a vida das pessoas”. E observa: “As pessoas têm que entender o que move o mundo; não podem ficar limitadas na aparência das coisas. Portanto, é preciso se aprofundar nos conhecimentos para entender de fato a realidade”.
Hoje, Benedito Porto sai muito pouco com seu bote. Só para catar algum tipo de marisco que a família possa consumir ou mesmo que ele possa vender para ajudar no sustento, mas já viveu “trinta anos de mar”. Quando fala sobre isso, se emociona e para de falar. Retoma o fôlego, lembrando com nostalgia quando singrava em canoa de vela, bem à frente de outros pescadores, porque magricela e dominava esta arte com muita destreza. “Como disse, não tinha força para remar. Era uma criança, mas desafiava os outros na vela e vinha bem à frente”. É justamente com esse espírito que ele continua enfrentando a vida.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Sambinha
Meu primeiro CD está em fase de pré-produção. Uma das canções de que mais gosto, ainda não finalizada, tem a letra aí embaixo. Aguardo a opinião da musa.
“Minha rainha nagô”
Arrumei uma morena
Do cabelo assim fulô
Ela me faz tanto carinho
Que eu me sinto um rei nagô
Minha morena tem olhinhos
Bem escuros, negrinhos
Que me olham brilhandinho
Feito assim dois passarinhos
Sua boca tem um céu
Onde os dentes são anjinhos
Bem branquinhos, bem branquinhos
Toda vez que ela me beija
Sinto tudo e quero mais
E de novo ela me beija
Como se fosse sempre agora
E nunca mais
Minha morena é uma escultura
Uma linda criatura
Um presente que Deus me deu
E eu não posso agradecer
Não há prece nessa vida
Não há penitência sentida
Que pague tamanho amor
Que ganhei e dou em dobro
Pra morena que me abraça
Me sufoca em seu ardor
E depois em seus silêncios
Logo depois do amor
Ela de novo me enlaça
E me enche de carinhos
Me dá ainda mais amor
Minha morena é um presente
Pra essa vida e pras outras
Se outras vidas eu tiver
E se tiver vou levar
Seu coração, seu carinho
Todos os abraços, beijinhos
E os seus olhos passarinhos
Também vou levar o cheirinho
Da minha lindinha pequena
Minha musa, namorada
Minha sereia encantada
Que me afoga nos seus braços
Me beija com todo amor
Todo esse amor de morena
Minha rainha nagô
“Minha rainha nagô”
Arrumei uma morena
Do cabelo assim fulô
Ela me faz tanto carinho
Que eu me sinto um rei nagô
Minha morena tem olhinhos
Bem escuros, negrinhos
Que me olham brilhandinho
Feito assim dois passarinhos
Sua boca tem um céu
Onde os dentes são anjinhos
Bem branquinhos, bem branquinhos
Toda vez que ela me beija
Sinto tudo e quero mais
E de novo ela me beija
Como se fosse sempre agora
E nunca mais
Minha morena é uma escultura
Uma linda criatura
Um presente que Deus me deu
E eu não posso agradecer
Não há prece nessa vida
Não há penitência sentida
Que pague tamanho amor
Que ganhei e dou em dobro
Pra morena que me abraça
Me sufoca em seu ardor
E depois em seus silêncios
Logo depois do amor
Ela de novo me enlaça
E me enche de carinhos
Me dá ainda mais amor
Minha morena é um presente
Pra essa vida e pras outras
Se outras vidas eu tiver
E se tiver vou levar
Seu coração, seu carinho
Todos os abraços, beijinhos
E os seus olhos passarinhos
Também vou levar o cheirinho
Da minha lindinha pequena
Minha musa, namorada
Minha sereia encantada
Que me afoga nos seus braços
Me beija com todo amor
Todo esse amor de morena
Minha rainha nagô
Cara de um, fiofó de outro
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