sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mais de um bilhão de famintos

Texto retirado do El País, o melhor jornal do mundo
Por Miguel Mora, de Roma
El hambre en el mundo alcanzará un récord histórico este año. 1.020 millones de personas pasan ya hambre a diario, según los últimos datos publicados hoy por la Organización de Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO) en Roma. El incremento es consecuencia de la crisis económica mundial, que provoca una disminución de los ingresos y un incremento del paro. De este modo, se ha reducido el acceso de los pobres a los alimentos, señala la FAO.

"La mezcla explosiva de desaceleración económica y precios de los alimentos que siguen altos en muchos países ha empujado a unos 100 millones de personas más al hambre y a la pobreza", ha dicho el director general de la FAO, Jacques Diouf. "La crisis silenciosa del hambre -que afecta a uno de cada seis seres humanos- supone un serio riesgo para la paz y la seguridad mundiales", alerta Diouf.

Los países pobres, ha subrayado, "necesitan herramientas de desarrollo, económicas y políticas para impulsar su producción agrícola. Es necesario incrementar la inversión en agricultura, porque en la mayoría de países pobres un sector agrícola saludable es clave para vencer al hambre y la pobreza". Muchos de los que sufren miseria y hambre son pequeños campesinos de países en desarrollo. Pero esos grupos tienen potencial no sólo para cubrir sus necesidades, sino para colaborar en el crecimiento económico.

El presidente del Fondo Internacional de Desarrollo Agrícola (FIDA), Kanayo F. Nwanze, ha reclamado a la comunidad internacional que "proteja las inversiones clave en agricultura, de forma que los pequeños campesinos tengan acceso no sólo a semillas y fertilizantes, sino también a tecnología, infraestructuras, financiación rural y mercados". "En la mayoría de los países en desarrollo, invertir en los pequeños agricultores supone crear la red de seguridad más sostenible, en especial en tiempos de crisis", ha manifestado Nwanze.

"El rápido avance del hambre continúa provocando una enorme crisis humanitaria. El mundo necesita trabajar unido para garantizar que se atienden las emergencias y se busquen soluciones a largo plazo", ha señalado por su parte Josette Sheeran, directora ejecutiva del Programa Mundial de Alimentos (PMA). Los progresos para reducir el hambre crónica en los años ochenta y la primera mitad de los noventa se han revertido en la última década. El número de hambrientos se incrementó entre 1995-97 y 2004-2006 en todas las regiones del mundo, excepto en Latinoamérica y el Caribe. Pero incluso en esta última región los avances se han frenado.

Este año se espera que el número de víctimas del hambre aumente en conjunto cerca del 11%, según las previsiones de la FAO basadas en los análisis del Departamento de Agricultura de EE UU. Casi toda la población desnutrida del planeta vive en países en desarrollo. En Asia y el Pacífico se calcula que unos 642 millones de personas pasan hambre crónica. El resto se divide así: 265 millones en el África subsahariana, 53 millones en Latinoamérica y el Caribe, 42 millones en África del norte y Oriente Medio, y 15 millones en los países desarrollados.

Según la FAO, los pobres urbanos serán los que tengan más dificultades para hacer frente a la recesión, ya que el descenso de las exportaciones y la reducción de la inversión extranjera directa causarán un aumento del paro. Pero las zonas rurales tampoco se librarán, ya que millones de residentes urbanos se verán forzados a regresar al campo.

Algunos países en desarrollo sufren especialmente porque las remesas que los emigrantes envían a casa han bajado de forma notable este año. Eso y el recorte previsto en la ayuda oficial al desarrollo de los países ricos limitará aún más la posibilidad de mejora de los países pobres.

La crisis económica sigue en el tiempo a la crisis alimentaria y energética de 2006-2008. Aunque los precios de los alimentos han bajado de forma sustancial en los últimos meses en los mercados mundiales, a nivel doméstico estaban de media un 24% más caros a finales de 2008 que en 2006. Para los consumidores pobres, que gastan hasta un 60% más de sus ingresos en alimentos básicos, supone una drástica reducción del poder adquisitivo real.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Inglês clássico

James Joyce, cujo Ulisses rodou mais uma vez o mundo nesse 16 de junho, morreria de inveja do professor Joel Santana, técnico da seleção de futebol da África do Sul.

http://www.youtube.com/watch?v=TAeYfTsDzMo&feature=related

Eu, jornalista

Coleguinhas, simpatizantes e antipatizantes não falam de outra coisa: caiu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista; agora liberou geral; quem tem competência vai se estabelecer; talento não se ensina na escola; de outro lado, os picaretas vão tomar conta das redações (como se não existissem em multidões); os patrões vão achatar salários; políticos e empresários colocarão seus assessores nas redações (como se já não colocassem); estava em jogo a liberdade de expressão e comunicação; está em jogo a liberdade de informação.
Pois é. O Supremo. E dele o que vem de pronto à mente é a carantonha do ínclito Gilmar Mendes, o jurista de Poconé, o fazendeiro do Mato Grosso, o dono de cursinho em Brasília.
Tudo bem. Caiu o diploma, e nada disso me atinge. Mas atinge milhares de jovens bem intencionados, Brasil afora, em busca de preparo técnico e intelectual – além do diploma, é claro – para exercer dignamente a profissão. Uns, e não são poucos, sonhando em ser Pedro Bial, Caco Barcellos, Neide Duarte, Juca Kfoury etc. – todos, por sinal, ótimos jornalistas. Outros, a grande maioria, planejando ser bons profissionais, conscientes do papel social do jornalista e da imprensa, seja numa redação (rádio, TV, jornal, revista, site etc.), numa empresa de comunicação ou mesmo numa ONG.
Nada me atinge. Mas viajei no tempo e lembrei-me de 1975, quando já cursava direito na Federal e passei em Comunicação, na mesma Federal (na época podia), em honroso 2.º lugar, atrás apenas na bela Annamaria Marchesini, então namorada do hoje grande jurista Jacinto Coutinho, meu calouro.
Lembrei-me de quando tive de abandonar o curso de direito para terminar o de jornalismo, pois já trabalhava na profissão (rádio de manhã, jornal à tarde e à noite) e o sindicato andava à caça de quem não tivesse o registro definitivo. Só outro dia, 30 e tantos anos depois, consegui terminar o curso de direito, já meio quase com vontade de aposentar-me como jornalista. Mas vai ser difícil.
Hoje faço ou pouco de cada um. É curioso e gratificante exercitar a técnica de redação de um e de outro. O direito é maravilhoso, e fica muito difícil imaginar alguém exercendo a profissão sem ter puxado cinco anos de faculdade.
Saudosista, até hoje sem saber se o diploma é mesmo necessário para formar bons jornalistas, catei esta noite, numa pasta bem organizada, meu histórico escolar e comecei a ler as matérias que cursei. Não sei como está hoje, e talvez tenha mesmo melhorado bastante, mas na época o nosso curso, ainda que fracote que era, nos mandava estudar:
Sociologia Geral I e II, História dos Meios de Comunicação I e II, Estatística I e II, Introdução à Psicologia, Introdução à Antropologia Cultural, História da Arte I e II, Introdução às Técnicas dos Meios de Comunicação I e II, Pesquisa de Opinião e Mercadologia, Cultura Brasileira, História Econômica do Brasil, Ética e Legislação dos Meios de Comunicação, Orientação Bibliográfica, Problemas Sociais Contemporâneos, Problemas Fundamentais de Filosofia, Psicologia Social I e II, Estudos de problemas Brasileiros I e II e mais as matérias jornalísticas, etc. e tal.
Não sei, sinceramente, se o curso de jornalismo é dispensável, e são as dúvidas que movem um bom jornalista, nunca as certezas. Mas penso que a discussão está mal direcionada. Não se trata de discutir se um filósofo, médico, nutricionista, professor de judô, cientista político, ex-atleta profissional, diplomata, economista ou um joão ninguém pode ou não escrever em jornal, revista, portal ou comentar na TV, no rádio ou nos portais. Escrever, e bem, é obrigação de todo bom profissional. Que o digam os brilhantes Tostão, meu ex-orientador e cientista político Adriano Codato, a cientista política Lucia Hippolito, o professor Pasquale, o economista Paulo Nogueira Baptista Júnior, o médico Drauzio Varella e tantos outros.
Mas quero saber se essa gente e outros tantos e mais tantos que virão está capacitada a planejar uma edição, produzir uma pauta, conversar com um repórter, fazer uma reportagem de rua, editar uma foto, redigir a legenda, desenhar uma página, bater um título de 1 x 32, bolar uma manchete que venda e por aí afora. É por aí que o debate deveria caminhar.
Continuo sem saber se o curso de jornalismo é dispensável, mas a base intelectual que ele dá, mais a base profissionalizante (via as matérias jornalísticas mesmo), é essencial para termos profissionais capacitados a exercer a profissão. A partir disso – e aí concordo com os fogueteiros -, prevalecerão os mais esforçados, estudiosos, talentosos, os gênios, os santos da profissão.
Cursos como sociologia, direito ou economia, por exemplo, podem dar uma ótima base para formar bons jornalistas, mas as matérias profissionalizantes não podem ser desprezadas. Solte um economista recém-formado na rua e o mande produzir uma reportagem sobre o caos do trânsito de Curitiba. Ele terá, certamente, uma visão de economista.
Acho que aí está a diferença: o jornalista tem a visão de povo. Ou, como ouvi certa vez o grande Reynaldo Jardim definir: “O repórter é o povo na redação.”
Tudo bem. Jardim não tinha curso de jornalismo, mas cresceu dentro de uma redação. Também não têm diploma Janio de Freitas, Alberto Dines, Ricardo Kotscho, Augusto Nunes, meus amigos Zé Beto, Dirceu Pio, Luiz Augusto Xavier, Sílvio Andrade, Nilson Monteiro, Mussa José Assis, Francisco Camargo e tantos outros. Mas todos se fizeram jornalistas por opção de vida e pisaram numa redação como se desde sempre estivessem ali. Outros, de igual quilate, têm o diploma, como Clóvis Rossi, Nilson Laje, Luiz Amaral, Celso Kinjô, Antero Greco, Paulo Calçade, Adélia Lopes, Teresa Urban, Miriam Karam, Sandra Pacheco, Zeca Correia Leite, Laurentino Gomes (hoje escritor), Armindo Berri, Eduardo Sganzerla, Chico Duarte (futuro advogado), Analucia Veloso (minha sócia no escritório de advocacia), Luiz Claudio de Oliveira, Luiz Fernando Sá, Ana Cecília Pontes de Souza, Lorena Klenk e tantos e tantos outros.
Onde ficamos? Na mesma, creio. Ah, com a diferença de que, a partir de agora, cursará jornalismo quem quiser. Poderá ser como foi até os anos 60, quando um estudante de medicina ou engenharia trabalhava em jornal para pagar a faculdade, e muitos abraçavam ou se abraçavam à profissão. De dezenas de exemplos de que me recordo, fiquemos apenas com o do médico João Dedeus Freitas Neto, jornalista de primeira linha, além de herói na campanha da Itália.
Mas, com certeza, nos dias de hoje, não encontrarei ninguém que estude medicina para ser jornalista. E, obviamente, ninguém que estude jornalismo para ser médico.
Que se fortaleçam as boas faculdades e que se fechem as más. Acaba sendo um desafio, agora lançado pelo STF, mesmo contra a vontade da maioria dos jornalistas.
Ainda sem certeza do que devo achar disso tudo (mas sem ficar em cima do muro), acho que estamos diante de um caminhão de melancias. O tempo e o chacoalhar da viagem as acomodarão e cada qual encontrará o seu lugar.
Quem escreve é apenas uma velha melancia (com diploma). Que um dia já foi um orgulhoso foca.
Inté.

Eu sou jonalista!!!

Eu sou sucesso!!! Se eu escrevo e você também Ezequiel, se o Paulo Ludovico escreve como também escreve Paulo Pires – e como escreve! – se todos nós escrevemos e publicamos os nossos escritos e eles são lidos, aplaudidos como também contestados, nós somos sucesso! Portanto, somos também jornalistas! Este é o exercício da lógica!
Anime-se João Melo! O diploma caiu, e o sol lhe sorriu, afinal, o sol sorri para todos, mas, nem todos estão aptos a perceber esse lindo e dourado sorriso do “Manezinho”! Sorria, sorria amigos da clandestinidade! Sorria sim, afinal, prá que diploma? Prá quê tantas baboseiras teóricas nos bancos da faculdade? Prá quê? Prá quê então termos que nos preocupar em estudar se, enquanto estudamos os “práticos” estão nas redações se tornando mestres no ofício? Prá quê?
Anime-se senhor (...)... É o senhor mesmo! O senhor que adora ser chamado jornalista e incentiva que todos o conheçam por tal! Agora você é jornalista! Mas, por favor! Escreva! Escreva alguma coisa e publique-a, dessa forma se consagrará! Eu até, de agora em diante passarei a chamar-lhe de jornalista! Ora, ora! Se não é o fim da picada; agora, aqueles que antes se submetiam a longas horas de estudo de análise sintática, morfológica, de ênclise e próclise, de conjugação verbal, de concordância nominal e verbo-nominal e depois de formados escreviam contrariando todas essas regras, agora estão livres para continuarem escrevendo errado! Vai ver que foi por essa causa que os “sábios” Ministros do STF resolveram dar “cabo” no diploma de jornalismo; vai ver que foi, ora se não foi!
Afinal, as chamativas e espalhafatosas manchetes todas vinham carregadas de injunções e erros primários da nossa ortografia; agora, mais do que nunca, estará liberado! Sorria, afinal, quando se ia para escola aprender e depois jogar na lata do lixo o que aprendeu para escrever errado carregando um diploma debaixo do braço ou pendurado na parede e o peito cheio de orgulho dizendo-se jornalista, agora não precisa mais! E a vida dos “Ombusdmans”? Será que os jornais continuarão precisando deles? Aliás, o Ombusdman da Folha de São Paulo deve me detestar; não foram poucas as reclamações que eu enviei à redação daquele Jornal reclamando dos “erros” em manchetes e até mesmo dentro da própria matéria veiculada; não suportando mais tanta indiferença deles, é que me decidi romper com a minha assinatura ainda em curso de dois anos. Sinceramente, não me faz qualquer falta!
Há alguns meses atrás, um amigo e colega (na área do direito), o Dr. Jorge Eduardo França Mosquéra que é formado de verdade em jornalismo pela UFPR, e também é formado em direito e advoga, ele me antecipou o resultado do julgamento de ontem; disse-me com toda convicção que o diploma em jornalismo cairia, o homem sabe das coisas! Sobre o assunto de se escrever as manchetes com “erros temporais” e de concordância, me adiantou o amigo Jorge Mosquéra que o jornalismo brasileiro seguia o Padrão Americano de Jornalismo, onde, eles desconhecem as formas verbais, de concordância e temporais; tais como exemplo desse erro primário lê-se uma notícia: SELEÇÃO BRASILEIRA SE APRESENTA NA QUARTA PARA TREINOS LEVES E JOGA NA QUINTA. Quando leio uma manchete dessa natureza eu fico arrepiado; o Anderson com o seu Blog já deve estar cheio até a “tampa” com as minhas interferências; aliás, por falar em Anderson, meu amigo, você também é jornalista! Agora, tá (gostou do “tá”?) liberado, pois, não poderá mais ser cobrado por escrever “errado” (no meu entender!), pois, agora, sabemos que por trás, nas redações tem gente que não precisa saber dessas coisas, pois, o importante é se comunicar, não importando a qualidade dessa comunicação!
Sabe duma coisa, turma do direito? E nessa eu me incluo! Vamos colocar a nossa barba de molho! Afinal, já andaram querendo derrubar o famigerado Exame de Ordem da OAB, e nesse eu passei com todos os méritos; vai lá que consigam derrubar, aí, o próximo passo será extinguir a obrigatoriedade do diploma de bacharel em direito. Já pensou? De uma coisa estou certo: a grana que eu gastei de quando iniciei o meu curso (faculdade particular) até aqui para ter a minha carteira da OAB, dá quase para comprar um Ômega “zero bala” lá na TOPVEL! Ah, eles que não me inventem uma cafajestada dessas... Bom, o meu diploma e a minha habilitação frente a OAB eles não tiram mais; e tem mais, se tentarem, eles verão com quantas “ações” eles terão que me devolver tudo, tudinho mesmo, Tintim por Tintim do quanto gastei material, emocional e moralmente!
Por falar em “ação”, quero neste ensejo, concitar os colegas Doutores Paulo Ludovico aí em Conquista e Jorge Eduardo França Mosquéra aqui em Curitiba a procurarem os atuais acadêmicos em jornalismo, para que eles ingressem na justiça pedindo “danos materiais”, haja vista, o que despenderam em gastos com faculdades particulares de jornalismo e até mesmo o tempo perdido em um curso que não tem mais qualquer finalidade. Quanto aos empresários do ensino particular, paciência! Afinal, o leite que se derramou nessa manobra não vai lhes causar tanto prejuízo assim, todavia, se quiserem “brigar” também, apresento-lhes os colegas Paulo Ludovico e o Jorge Mosquéra. Ah, amigos, Dr. Paulo Ludovico e Dr. Jorge Mosquéra, não se esqueçam de me retribuir! Não, não é me chamando de doutor, mas sim, arranjando também patrocínio para mim!
Viu como agora também sou jornalista? Procurem e também achará neste texto um monte de “injunções” e colocações inadequadas; pode ser que você pense que não achou, tudo bem! Na próxima eu me esforçarei para parecer mais com um jornalista; e até lá!
Francisco Silva Filho – Curitiba-PR