Geminiano, fiquei enciumado.
Filho do rádio, ouvi e depois vi o Santos.
Concordo.
Mas e o Botafogo?
Não vivo lá, mas onde estiver meu coração estará com o Botafogo.
Também pelo rádio.
O Fogão.
O timaço que encarava o Santos.
Garrincha, Quarentinha etc.
Quando moleque imitava o Gerson (afinal, imitar Pelé seria ridículo).
Afinal, pra encarar o Santos, só o Botafogo.
Que tal:
Manga; Moreira, Zé Carlos, Leônidas (gênio, quase Domingos) e Valtencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César.
Que time, hem?
sábado, 5 de dezembro de 2009
Meu Santos
Hoje o Santos joga. Só joga. Não cai nem sobe.
O Santos não é o Santos.
Quem joga no Santos não joga no Santos.
Lembra do filme "Campo dos sonhos"?
Eu basicamente ouvi o Santos, nas ondas do rádio.
E depois vi o Santos.
Sabe como o Santos se apresentava à torcida?
Vi e nunca mais me esqueci.
O time, todo de branco, cheio daqueles negrões geniais, curvava-se, feito músicos de uma orquestra sinfônica.
Eu vi.
O Santos era uma sinfônica.
O Santos jogando era uma sinfonia.
Gilmar, Carlos Alberto, Dalmo, Calvet, Ramos Delgado, Lima, Rildo, Clodoaldo, Mengálvio (quem se chama Mengálvio neste mundo de meu Deus?), Zito, Dorval, Pelé (Ele, um a mais), Coutinho, Pepe e por aí vai. Lembrei agora do Pagão, ídolo do Chico Buarque.
O Santos era a Filarmônica de Berlim.
Saudade do Santos.
Só isso.
Saudade.
O Santos não é o Santos.
Quem joga no Santos não joga no Santos.
Lembra do filme "Campo dos sonhos"?
Eu basicamente ouvi o Santos, nas ondas do rádio.
E depois vi o Santos.
Sabe como o Santos se apresentava à torcida?
Vi e nunca mais me esqueci.
O time, todo de branco, cheio daqueles negrões geniais, curvava-se, feito músicos de uma orquestra sinfônica.
Eu vi.
O Santos era uma sinfônica.
O Santos jogando era uma sinfonia.
Gilmar, Carlos Alberto, Dalmo, Calvet, Ramos Delgado, Lima, Rildo, Clodoaldo, Mengálvio (quem se chama Mengálvio neste mundo de meu Deus?), Zito, Dorval, Pelé (Ele, um a mais), Coutinho, Pepe e por aí vai. Lembrei agora do Pagão, ídolo do Chico Buarque.
O Santos era a Filarmônica de Berlim.
Saudade do Santos.
Só isso.
Saudade.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Víctor Jara forévis
Te Recuerdo Amanda
Texto y música de Víctor Jara
Canción-vals
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada,
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
La sonrisa ancha,
la lluvia en el pelo,
no importaba nada,
ibas a encontarte con él.
Con él, con él, con él, con él.
Son cinco minutos. La vida es eterna en cinco minutos.
Suena la sirena. De vuelta al trabajo
y tœ caminando lo iluminas todo,
los cinco minutos te hacen florecer.
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
La sonrisa ancha,
la lluvia en el pelo,
no importaba nada
ibas a encontrarte con él.
Con él, con él, con él, con él.
que partió a la sierra,
que nunca hizo daño. Que partió a la sierra,
y en cinco minutos quedó destrozado.
Suena la sirena, de vuelta al trabajo
muchos no volvieron, tampoco Manuel.
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada,
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
Texto y música de Víctor Jara
Canción-vals
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada,
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
La sonrisa ancha,
la lluvia en el pelo,
no importaba nada,
ibas a encontarte con él.
Con él, con él, con él, con él.
Son cinco minutos. La vida es eterna en cinco minutos.
Suena la sirena. De vuelta al trabajo
y tœ caminando lo iluminas todo,
los cinco minutos te hacen florecer.
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
La sonrisa ancha,
la lluvia en el pelo,
no importaba nada
ibas a encontrarte con él.
Con él, con él, con él, con él.
que partió a la sierra,
que nunca hizo daño. Que partió a la sierra,
y en cinco minutos quedó destrozado.
Suena la sirena, de vuelta al trabajo
muchos no volvieron, tampoco Manuel.
Te recuerdo, Amanda,
la calle mojada,
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel.
Victor Jara, hoje sepultado
Leia tudo sobre Victor Jara em www.elmercurio.ch, de onde tirei as principais informações datadas do que está abaixo; o resto é dessa cabeça de velho mesmo.
A Praça Brasil, no centro de Santiago, está ocupada por milhares de pessoas desde o começo desta sexta-feira. Há com intermitência silêncio e cantos. Velhos, famílias, crianças e artistas - como Angel Parra e outros músicos - gente do cinema, alunos e professores, intelectuais de todas as áreas e a ministra da cultura, Paulina Urritia.
Chamemos todos de povo.
O povo chileno, gente de Santiago e vinda de várias partes do país, acompanha o velório de Victor Jara, cantor e compositor que projetou ao mundo a música chilena e, ao morrer fuzilado, há 36 anos, lançou os olhos do mundo a sanguinária ditadura de Pinochet e seus asseclas.
Eu não gostaria, mas queria estar lá para me despedir de Victor Jara.
Victor (Víctor, com acento, no castelhano), será enterrado neste sábado no Cemitério Geral de Santiago, belíssima cidade que conheci em 1991. A visão da cordilheira é emocionante.
Victor Jara era assim, se vale a comparação, o Geraldo Vandré do Chile. Vandré, cantor e compositor de “protesto” escapou da sanha de nossos assassinos e, em 1968 (ou terá sido 1969, doutor Alois?), refugiou-se no Chile e depois na Europa (“Das terras de Benvirá” é tão seminal como esquecido pela nossa MPB).
Vandré foi salvo, pasmem, escondido no carro do – noves fora minha rala memória, em relação ao cargo – então governador Roberto de Abreu Sodré, direitaço, mas humano.
Não houve quem salvasse Victor Jara. Como outros irmãos chilenos, foi tirado de sua família, torturado e executado.
No dia 15 de setembro de 1973, Jara morreu assassinado no estádio Chile (não, não foi no estádio Nacional, o que eu também pensei durante muito tempo, e quando no Nacional me senti mal, mas lá muita gente também foi sacrificada), atingido com 44 tiros de fuzil, na cabeça, nos braços, em todo o corpo.
Quarenta e quatro tiros.
Chegou até nós, garotos de então, que ele tivera as mãos cortadas e mesmo assim continuara tocando seu violão e cantando, até ser executado. Lendas são lendas, mas seu sacrifício não foi menos cruel – e não foi menos em vão.
Entre junho e novembro, autópsias realizadas em ossadas desenterradas no cemitério geral identificaram o mais popular cantor e compositor chileno, legítimo representante de seu povo e de seus sonhos. Os exames identificaram a fuzilaria de que foi vítima. Não se sabe se lenta, o que é bem possível e é o que diziam. Um depois do outro, lentamente.
Também não se identificou a bala que o matou, mas seus assassinos, noves fora Pinochet, sim.
José Paredes Márquez, de 54 anos, foi seu executor. É confesso e comprovadamente lúcido, apontaram exames psiquiátricos.
Eu era garoto quando Victor Jara foi morto em 1973.
Márquez também.
O assassino tem a mesma idade que eu.
Tínhamos 18 anos em 1973. Certamente, ele conhecia mais do que eu sobre Victor Jara. E, como eu, já era bem crescidinho para distinguir entre o certo e o errado, mesmo pressionado.
José Paredes Márquez, hoje um senhor, deve ter dado uma de Adolf Eichmann - na sensível e sempre oportuna narração de Hannah Harendt sobre o julgamento do burocrata nazista em Jerusalém.
Neste sábado – quantos anos depois? -, Victor Jara ganhará sepultura num humano cemitério de Santiago. Quantos ganharam ou ganharão sete palmos nos cemitérios da Argentina, do Uruguai, da Bolívia, do Peru, do Paraguai, do Brasil?
A história é implacável: examina, julga e condena ou absolve. Só no Brasil essa anistia, esse esquecimento que dói em milhares de famílias – de ambos os lados, concordo, porém muito mais do lado dos perdedores -, restou como aquela mancha que vai incomodar para sempre.
O Brasil, essa pátria de panos quentes com os crimes da ditadura, com a corrupção, com o jeitinho, a malandragem, a falta de caráter, chega a ser um país patológico política e socialmente falando.
Nossos vizinhos não esquecem.
Aqui, a história, essa senhora implacável, não nos absolverá.
Tenho um LP de Victor Jara e umas coletâneas – tudo no velho e bom vinil – com ele e outros chilenos bons como o vinho, as frutas e o povo de verdade desse belo país. Ouço sempre “Te recuerdo Amanda”, uma bela canção de amor de um casal de trabalhadores (“1.º de Maio”, de Chico e Milton, fala desse amor, em outro contexto).
Por falar nisso, há muitos anos desapareceu de minha coleção de LPs – quem foi o filhodaputa?, ou será que o troquei com o querido amigo Emilson Schafron, que me deixou este ano? – um do Ivan Lins, belíssimo, em que ele toca e canta “Te Recuerdo Amanda”, com o baixo acústico, de chorar, de Paulo Russo. Quem puder, baixe da internet, que lá deve ter. Quem tiver, aceito a doação.
Victor Jara não era só o Geraldo Vandré do Chile. Era o Bob Dylan, o Neil Young, o Bruce Springsteen, o Bono, o Sting, o Kurt Weill, o Brecht, o Sérgio Ricardo, o Zé Keti, o Georges Moustaki, o Garcia Lorca, o João do Vale, o cara que rabiscou Allonsanfan, o Fernando Arrabal, o ...
Victor Jara era tudo e ainda é todos, mas basicamente era e é o Chile, era e é o Brasil.E era e sempre será essa nossa amada América Latina.
Victor Jara éramos todos nós em 1973 e eu e esse menino de 1973 chamado José Paredes Márquez.
Tenho orgulho de Victor Jara.
A José Paredes Márquez, dileto filho de Pinochet e seus oficiais, que desfechou os 44 tiros, os 44 mil tiros, o único tiro e escolheu o outro lado da história - como Eichmann, esse animal destituído de senso moral -, que matou Victor Jara, o democrata Salvador Allende, os pais, mães e irmãozinhos chilenos, meu nada.
Ou, melhor, em bom português: foda-se.
Pra encerrar, copio e colo aqui a canção mais marcante de Victor Jara.
É não apenas uma canção – é conto, romance, peça teatral, filme. Volta e meia me lembro de Amanda.
Victor Jara forévis.
Te recordo, Amanda,
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
O sorriso largo
A chuva no cabelo
Não importava nada
Você foi ao encontro dele
Com ele, com ele, com ele, com ele.
São cinco minutos. A vida é eterna em cinco minutos.
Soa a sirene. De volta ao trabalho
E tu caminhando iluminas tudo,
Os cinco minutos te fazem florescer
Te recordo, Amanda,
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
O sorriso largo
A chuva no cabelo
Não importava nada
Você foi ao encontro dele
Com ele, com ele, com ele, com ele.
Que partiu para a serra
Que nunca cometeu erros. Que partiu para a serra,
E em cinco minutos foi destruído
Soa a sirene, de volta ao trabalho.
Muitos não voltarão, tampouco Manuel.
Te recordo, Amanda
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
A Praça Brasil, no centro de Santiago, está ocupada por milhares de pessoas desde o começo desta sexta-feira. Há com intermitência silêncio e cantos. Velhos, famílias, crianças e artistas - como Angel Parra e outros músicos - gente do cinema, alunos e professores, intelectuais de todas as áreas e a ministra da cultura, Paulina Urritia.
Chamemos todos de povo.
O povo chileno, gente de Santiago e vinda de várias partes do país, acompanha o velório de Victor Jara, cantor e compositor que projetou ao mundo a música chilena e, ao morrer fuzilado, há 36 anos, lançou os olhos do mundo a sanguinária ditadura de Pinochet e seus asseclas.
Eu não gostaria, mas queria estar lá para me despedir de Victor Jara.
Victor (Víctor, com acento, no castelhano), será enterrado neste sábado no Cemitério Geral de Santiago, belíssima cidade que conheci em 1991. A visão da cordilheira é emocionante.
Victor Jara era assim, se vale a comparação, o Geraldo Vandré do Chile. Vandré, cantor e compositor de “protesto” escapou da sanha de nossos assassinos e, em 1968 (ou terá sido 1969, doutor Alois?), refugiou-se no Chile e depois na Europa (“Das terras de Benvirá” é tão seminal como esquecido pela nossa MPB).
Vandré foi salvo, pasmem, escondido no carro do – noves fora minha rala memória, em relação ao cargo – então governador Roberto de Abreu Sodré, direitaço, mas humano.
Não houve quem salvasse Victor Jara. Como outros irmãos chilenos, foi tirado de sua família, torturado e executado.
No dia 15 de setembro de 1973, Jara morreu assassinado no estádio Chile (não, não foi no estádio Nacional, o que eu também pensei durante muito tempo, e quando no Nacional me senti mal, mas lá muita gente também foi sacrificada), atingido com 44 tiros de fuzil, na cabeça, nos braços, em todo o corpo.
Quarenta e quatro tiros.
Chegou até nós, garotos de então, que ele tivera as mãos cortadas e mesmo assim continuara tocando seu violão e cantando, até ser executado. Lendas são lendas, mas seu sacrifício não foi menos cruel – e não foi menos em vão.
Entre junho e novembro, autópsias realizadas em ossadas desenterradas no cemitério geral identificaram o mais popular cantor e compositor chileno, legítimo representante de seu povo e de seus sonhos. Os exames identificaram a fuzilaria de que foi vítima. Não se sabe se lenta, o que é bem possível e é o que diziam. Um depois do outro, lentamente.
Também não se identificou a bala que o matou, mas seus assassinos, noves fora Pinochet, sim.
José Paredes Márquez, de 54 anos, foi seu executor. É confesso e comprovadamente lúcido, apontaram exames psiquiátricos.
Eu era garoto quando Victor Jara foi morto em 1973.
Márquez também.
O assassino tem a mesma idade que eu.
Tínhamos 18 anos em 1973. Certamente, ele conhecia mais do que eu sobre Victor Jara. E, como eu, já era bem crescidinho para distinguir entre o certo e o errado, mesmo pressionado.
José Paredes Márquez, hoje um senhor, deve ter dado uma de Adolf Eichmann - na sensível e sempre oportuna narração de Hannah Harendt sobre o julgamento do burocrata nazista em Jerusalém.
Neste sábado – quantos anos depois? -, Victor Jara ganhará sepultura num humano cemitério de Santiago. Quantos ganharam ou ganharão sete palmos nos cemitérios da Argentina, do Uruguai, da Bolívia, do Peru, do Paraguai, do Brasil?
A história é implacável: examina, julga e condena ou absolve. Só no Brasil essa anistia, esse esquecimento que dói em milhares de famílias – de ambos os lados, concordo, porém muito mais do lado dos perdedores -, restou como aquela mancha que vai incomodar para sempre.
O Brasil, essa pátria de panos quentes com os crimes da ditadura, com a corrupção, com o jeitinho, a malandragem, a falta de caráter, chega a ser um país patológico política e socialmente falando.
Nossos vizinhos não esquecem.
Aqui, a história, essa senhora implacável, não nos absolverá.
Tenho um LP de Victor Jara e umas coletâneas – tudo no velho e bom vinil – com ele e outros chilenos bons como o vinho, as frutas e o povo de verdade desse belo país. Ouço sempre “Te recuerdo Amanda”, uma bela canção de amor de um casal de trabalhadores (“1.º de Maio”, de Chico e Milton, fala desse amor, em outro contexto).
Por falar nisso, há muitos anos desapareceu de minha coleção de LPs – quem foi o filhodaputa?, ou será que o troquei com o querido amigo Emilson Schafron, que me deixou este ano? – um do Ivan Lins, belíssimo, em que ele toca e canta “Te Recuerdo Amanda”, com o baixo acústico, de chorar, de Paulo Russo. Quem puder, baixe da internet, que lá deve ter. Quem tiver, aceito a doação.
Victor Jara não era só o Geraldo Vandré do Chile. Era o Bob Dylan, o Neil Young, o Bruce Springsteen, o Bono, o Sting, o Kurt Weill, o Brecht, o Sérgio Ricardo, o Zé Keti, o Georges Moustaki, o Garcia Lorca, o João do Vale, o cara que rabiscou Allonsanfan, o Fernando Arrabal, o ...
Victor Jara era tudo e ainda é todos, mas basicamente era e é o Chile, era e é o Brasil.E era e sempre será essa nossa amada América Latina.
Victor Jara éramos todos nós em 1973 e eu e esse menino de 1973 chamado José Paredes Márquez.
Tenho orgulho de Victor Jara.
A José Paredes Márquez, dileto filho de Pinochet e seus oficiais, que desfechou os 44 tiros, os 44 mil tiros, o único tiro e escolheu o outro lado da história - como Eichmann, esse animal destituído de senso moral -, que matou Victor Jara, o democrata Salvador Allende, os pais, mães e irmãozinhos chilenos, meu nada.
Ou, melhor, em bom português: foda-se.
Pra encerrar, copio e colo aqui a canção mais marcante de Victor Jara.
É não apenas uma canção – é conto, romance, peça teatral, filme. Volta e meia me lembro de Amanda.
Victor Jara forévis.
Te recordo, Amanda,
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
O sorriso largo
A chuva no cabelo
Não importava nada
Você foi ao encontro dele
Com ele, com ele, com ele, com ele.
São cinco minutos. A vida é eterna em cinco minutos.
Soa a sirene. De volta ao trabalho
E tu caminhando iluminas tudo,
Os cinco minutos te fazem florescer
Te recordo, Amanda,
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
O sorriso largo
A chuva no cabelo
Não importava nada
Você foi ao encontro dele
Com ele, com ele, com ele, com ele.
Que partiu para a serra
Que nunca cometeu erros. Que partiu para a serra,
E em cinco minutos foi destruído
Soa a sirene, de volta ao trabalho.
Muitos não voltarão, tampouco Manuel.
Te recordo, Amanda
A rua molhada
Correndo à fábrica
Onde trabalhava Manuel.
O segundo enterro de Victor Jara
Por Joan Manuel Serrat (publicado no El País, o melhor jornal do mundo)
Este sábado entierran a Víctor Jara por segunda vez. Quien amó tanto la vida, treinta y seis años después, vuelve a pasear su muerte.
A quien dice: Dejad en paz a los muertos, les respondo: ¿están los muertos en paz? ¿Estamos en paz con ellos?.
Desde los suburbios de Santiago, desde la falda de su madre, cantora, desde los sueños de su pueblo con los que aliñaba sus canciones, Víctor Jara, como Margot Loyola, Violeta Parra o Héctor Pávez, recopiló y revalorizó los cantos campesinos. Su profunda identificación con el pueblo fue casi mística. Como la Violeta, que le mostró el camino, vivió con ellos, se hizo piel y sangre de ellos para, desde el hombre provinciano, alcanzar lo universal y de forma irrevocable, con profundas convicciones, asumir su condición de artista comprometido.
Así fue hasta que acallaron brutalmente su voz el 16 de septiembre de 1973 y algo quedó truncado para siempre.
Este sábado vuelven a enterrar a Víctor Jara.
A diferencia de la primera vez en la que Joan Turner, su mujer, depositó sin responsos, a escondidas, sus maltratados restos en un nicho del Cementerio General de Santiago apenas acompañada por un amigo y el funcionario que reconoció el cadáver en la morgue, serán miles los que estarán a su lado. Ahí se han de juntar los viejos compañeros de lucha, supervivientes de la dictadura y del exilio con muchachas y muchachos que han crecido llevando sus canciones en la boca. Habrá hijos de reprimidos pero también de represores. Llegarán obreros de las poblaciones y campesinos de los valles a unirse a los mineros que, oliendo a cobre, bajarán desde Calama. Mujeres y hombres de toda condición irán de la mano recordando a Amanda.
Esta vez Joan Turner no caminará sola. A su lado marchará una multitud que, nadie lo olvide, treinta y seis años después del crimen, sigue clamando justicia.
Este sábado entierran a Víctor Jara por segunda vez. Quien amó tanto la vida, treinta y seis años después, vuelve a pasear su muerte.
A quien dice: Dejad en paz a los muertos, les respondo: ¿están los muertos en paz? ¿Estamos en paz con ellos?.
Desde los suburbios de Santiago, desde la falda de su madre, cantora, desde los sueños de su pueblo con los que aliñaba sus canciones, Víctor Jara, como Margot Loyola, Violeta Parra o Héctor Pávez, recopiló y revalorizó los cantos campesinos. Su profunda identificación con el pueblo fue casi mística. Como la Violeta, que le mostró el camino, vivió con ellos, se hizo piel y sangre de ellos para, desde el hombre provinciano, alcanzar lo universal y de forma irrevocable, con profundas convicciones, asumir su condición de artista comprometido.
Así fue hasta que acallaron brutalmente su voz el 16 de septiembre de 1973 y algo quedó truncado para siempre.
Este sábado vuelven a enterrar a Víctor Jara.
A diferencia de la primera vez en la que Joan Turner, su mujer, depositó sin responsos, a escondidas, sus maltratados restos en un nicho del Cementerio General de Santiago apenas acompañada por un amigo y el funcionario que reconoció el cadáver en la morgue, serán miles los que estarán a su lado. Ahí se han de juntar los viejos compañeros de lucha, supervivientes de la dictadura y del exilio con muchachas y muchachos que han crecido llevando sus canciones en la boca. Habrá hijos de reprimidos pero también de represores. Llegarán obreros de las poblaciones y campesinos de los valles a unirse a los mineros que, oliendo a cobre, bajarán desde Calama. Mujeres y hombres de toda condición irán de la mano recordando a Amanda.
Esta vez Joan Turner no caminará sola. A su lado marchará una multitud que, nadie lo olvide, treinta y seis años después del crimen, sigue clamando justicia.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Green Hell astral
Gustavo Salvadori
A última rodada do Campeonato Brasileiro mais emocionante de sua história ainda pode reservar uma despedida melancólica para o Coritiba, no ano do seu Centenário. Infelizmente não podemos dizer que é uma surpresa, pois esse sinuoso caminho estava sendo percorrido desde o início do ano, com a perda do estadual para o Atlético.
A derrota previsível para o Cruzeiro deixa à mostra toda a falta de empenho que esse elenco demonstrou ao longo da competição, principalmente nos confrontos fora de casa. A incompetência da diretoria alviverde não é de hoje. São anos de más administrações que culminam no desespero da torcida, a única realmente prejudicada com o descenso. A maioria dos jogadores não vai ficar para o ano que vem, portanto não há identificação com a camisa.
Quando falavam que para o Fluminense escapar precisaria de um milagre, estamos às vésperas de sermos o santo milagreiro. Seremos quem irá tornar possível a saga vitoriosa de um time virtualmente rebaixado, mas que vem suando a camisa como nunca e merece permanecer na elite de nosso futebol.
O Coritiba precisa apenas fazer sua parte para que o santo se chame Botafogo. Basta ganharmos no próximo domingo para não precisarmos torcer pra ninguém, embora toda a nação coxa-branca seja Palmeiras desde criancinha.
Marcelinho Paraíba e a torcida levaram o time no colo o ano todo. Agora, mais do que nunca, precisamos dessa dupla para ter um fim de ano ao menos digno.
Vamos lotar o Couto Pereira e gritar bastante. Na segunda, saberemos quem é quem nesse Brasileirão.
A última rodada do Campeonato Brasileiro mais emocionante de sua história ainda pode reservar uma despedida melancólica para o Coritiba, no ano do seu Centenário. Infelizmente não podemos dizer que é uma surpresa, pois esse sinuoso caminho estava sendo percorrido desde o início do ano, com a perda do estadual para o Atlético.
A derrota previsível para o Cruzeiro deixa à mostra toda a falta de empenho que esse elenco demonstrou ao longo da competição, principalmente nos confrontos fora de casa. A incompetência da diretoria alviverde não é de hoje. São anos de más administrações que culminam no desespero da torcida, a única realmente prejudicada com o descenso. A maioria dos jogadores não vai ficar para o ano que vem, portanto não há identificação com a camisa.
Quando falavam que para o Fluminense escapar precisaria de um milagre, estamos às vésperas de sermos o santo milagreiro. Seremos quem irá tornar possível a saga vitoriosa de um time virtualmente rebaixado, mas que vem suando a camisa como nunca e merece permanecer na elite de nosso futebol.
O Coritiba precisa apenas fazer sua parte para que o santo se chame Botafogo. Basta ganharmos no próximo domingo para não precisarmos torcer pra ninguém, embora toda a nação coxa-branca seja Palmeiras desde criancinha.
Marcelinho Paraíba e a torcida levaram o time no colo o ano todo. Agora, mais do que nunca, precisamos dessa dupla para ter um fim de ano ao menos digno.
Vamos lotar o Couto Pereira e gritar bastante. Na segunda, saberemos quem é quem nesse Brasileirão.
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