sábado, 26 de junho de 2010
Pau de novo, em 1978
O capitão do Exército Cláudio Coutinho fez uma convocação estranha, mas escalou até bem. Pragmático, achava bom um empate - qualquer empate.
Contra a Argentina, a dona da casa, Chicão mandou em campo e fez os hermanos se cagarem de medo de quebrar uma perna - ou as duas.
Mas não deu.
Dirceu, do Bacacheri (na foto), foi chuteira de bronze.
Essa Copa revelou Nelinho, o maior lateral e chutador do mundo de então.
E não mostrou Maradona, pela equipe da casa, e Falcão, pelo Brasil.
Os dois maiores jogadores do mundo não foram convocados.
Foi um atraso de quatro anos.
Mas deu Argentina, para orgulho da ditadura de Jorge Videla.
Eis o Brasil de antanho:
Leão; Toninho (depois Nelinho), Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista, Zico e Rivelino; Gil, Reinaldo e Dirceu.
Alberto Guzik, Castilho de Andrade e eu
Leio nas folhas que morreu de câncer, aos 66, o ator, crítico e jornalista Alberto Guzik. Era um dos papas do teatro paulistano.
Confessar-lhes-eis, meus raros 17 leitores, uma pequena história que se passou entre mim, Guzik e o patife que a construiu.
Corria o ano de 1993 e o grupo Estado resolveu fechar sua sucursal de Curitiba (fechou todas, fora Brasília e Rio).
Estava de férias, curtindo Cuba e Jamaica junto com meus amores Sonia e Gustavo, mais o glorioso deputado Rosinha e sua então amada Yara.
Quando voltei, fui transferido, sem prévia consulta, para a redação de São Paulo.
Passei a operar com Castilho de Andrade, eu em segundo, na chefia de reportagem e pauta das editorias de esportes do Estadão e do Jornal da Tarde.
Castilho era – e continua sendo, espero – um palhaço.
Alberto Guzik, crítico de teatro do JT, ocupava posto numa ilha a uns cinco metros de nós, com o pessoal de uma editoria chamada (ridículo) Variedades.
Eu o cumprimentava todos os dias, como aos demais, e ele sempre respondia, educadamente, sem saber meu nome, o que eu era e o que fazia ali.
Até que passou a cumprimentar-me e a espiar-me (tenho admirável visão periférica) de forma diferente.
Guzik era assumidamente gay, como vários há em todas as redações, em todos os ambientes de trabalho.
Eu não era feio: tinha cabelo, era espadaúdo, pernas fortes graças ao karatê, mãos bonitas, a barriga não era barrica.
Mas a mulherada era só educada comigo.
Fora a Annamaria Marchesini, amiga desde os tempos de faculdade, que me suportava (longa vida à Annamaria, apelidada, pelo personagem biltre abaixo, de Boeing).
Voltando: passei a estranhar o olhar do Guzik, a maneira como dava-me um bom-dia.
Até que acordei e falei: “Castilho, que merda, o cara fica me olhando, me comendo com os olhos, o que há, carajo?”
Aí entra em cena o canalha do Castilho:
“Jorjão, eu falei que você está interessado nele, que você me pergunta como ele é, se é casado, que você não tem preconceito, que foi com a cara dele, que gosta do trabalho dele, que quer conhecê-lo mais de perto, e tal.”
Filho da puta o Castilho de Andrade.
Eu, bem casado, embora paquerando as bundas das meninas (a da Mariela Lazaretti é inesquecível), e só paquerando, e ele me cafetinando.
Logo depois, por enfado, Guzik voltou ao normal e a me cumprimentar protocolarmente. E eu a ele, sempre, claro, idem.
Castilho de Andrade, piadista, aprontador, filho de uma ronquifuça.
Guzik, craque em tudo que fez, que nunca soube direito quem eu era e sou, deve estar no céu do teatro, conversando com Sófocles, Vianinha, Shakespeare, Paulo Autran e outros raros.
Eu continuo aqui, louco pra dar uma porrada na cara do Castilho de Andrade.
Guzik e Castilho de Andrade (longa vida ao poltrão) forévis.
Confessar-lhes-eis, meus raros 17 leitores, uma pequena história que se passou entre mim, Guzik e o patife que a construiu.
Corria o ano de 1993 e o grupo Estado resolveu fechar sua sucursal de Curitiba (fechou todas, fora Brasília e Rio).
Estava de férias, curtindo Cuba e Jamaica junto com meus amores Sonia e Gustavo, mais o glorioso deputado Rosinha e sua então amada Yara.
Quando voltei, fui transferido, sem prévia consulta, para a redação de São Paulo.
Passei a operar com Castilho de Andrade, eu em segundo, na chefia de reportagem e pauta das editorias de esportes do Estadão e do Jornal da Tarde.
Castilho era – e continua sendo, espero – um palhaço.
Alberto Guzik, crítico de teatro do JT, ocupava posto numa ilha a uns cinco metros de nós, com o pessoal de uma editoria chamada (ridículo) Variedades.
Eu o cumprimentava todos os dias, como aos demais, e ele sempre respondia, educadamente, sem saber meu nome, o que eu era e o que fazia ali.
Até que passou a cumprimentar-me e a espiar-me (tenho admirável visão periférica) de forma diferente.
Guzik era assumidamente gay, como vários há em todas as redações, em todos os ambientes de trabalho.
Eu não era feio: tinha cabelo, era espadaúdo, pernas fortes graças ao karatê, mãos bonitas, a barriga não era barrica.
Mas a mulherada era só educada comigo.
Fora a Annamaria Marchesini, amiga desde os tempos de faculdade, que me suportava (longa vida à Annamaria, apelidada, pelo personagem biltre abaixo, de Boeing).
Voltando: passei a estranhar o olhar do Guzik, a maneira como dava-me um bom-dia.
Até que acordei e falei: “Castilho, que merda, o cara fica me olhando, me comendo com os olhos, o que há, carajo?”
Aí entra em cena o canalha do Castilho:
“Jorjão, eu falei que você está interessado nele, que você me pergunta como ele é, se é casado, que você não tem preconceito, que foi com a cara dele, que gosta do trabalho dele, que quer conhecê-lo mais de perto, e tal.”
Filho da puta o Castilho de Andrade.
Eu, bem casado, embora paquerando as bundas das meninas (a da Mariela Lazaretti é inesquecível), e só paquerando, e ele me cafetinando.
Logo depois, por enfado, Guzik voltou ao normal e a me cumprimentar protocolarmente. E eu a ele, sempre, claro, idem.
Castilho de Andrade, piadista, aprontador, filho de uma ronquifuça.
Guzik, craque em tudo que fez, que nunca soube direito quem eu era e sou, deve estar no céu do teatro, conversando com Sófocles, Vianinha, Shakespeare, Paulo Autran e outros raros.
Eu continuo aqui, louco pra dar uma porrada na cara do Castilho de Andrade.
Guzik e Castilho de Andrade (longa vida ao poltrão) forévis.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Microconto 11 de 100
O que se viu e o que se vê, nada se vê. A moça nem mais tão moça, misteriosa, se esfrega no cano, mascarada. Paga o cursinho da filha. Medicina na Federal.
Morituru 1
Cá estou: morimeditabundo, incrustado nesta velha e mansa poltrona reclinável, impregnado destas velhas cobertas que me envolvem os ossos como mortalha. Tento bradar ainda que um tênue fio de voz, lamento de um que se esvai e vai de carona com Caronte. Morituru. Ave, Caesar, morituri te salutant. E lá vou eu.
O olhar de Capitu - sexta parte de um romance interminável
Extraordinário discurso que perpassa a pasta em chamas, não? É o que indaga o fecho do trecho sem nexo do virtual caçador de dragonas e pomadas. Nada que se diga de permeio, negação da aleivosia trabalhista e quirografária. Donde se vê que de tudo é um pouco carbonário, tentativa de eco em beco estacionário. Cânticos de dromedário infenso aos cremes de ciprestes, como um conta-gotas de piche nas delongas do trapiche. Assim se dá a compostura, argumentam drosófilas centenárias ao arremeter descontos nas pirâmides estacionárias. Sonhos, nada além, dirão calhordas livrescos sob os códigos de lâminas de chocolate encadernado.
Código de Hamurábi
33. Se um . . . ou um . . .se apresentarem como retirados do Caminho do Rei, e mandarem um mercenário como substituto, e também retirarem esta pessoa, então ele ou .... devem ser condenados à morte.
A derrota na Copa da Alemanha, em 1974
Dois anos depois do massacre na Olimpíada de Munique, a Alemanha sediou a Copa do Mundo de 1974. Zagalo menosprezou a Holanda e deu no que deu.
Nosso time era bom, muito bom, muito melhor que o de hoje.
Valeu a lição.
Vejam que scratch: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Carpeggiani, Paulo César Caju e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu (glorioso representante do Bacacheri).
Nosso time era bom, muito bom, muito melhor que o de hoje.
Valeu a lição.
Vejam que scratch: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Carpeggiani, Paulo César Caju e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu (glorioso representante do Bacacheri).
Morre, aos 99, o teólogo espanhol Díez-Alegria, que peitou Franco e o Vaticano e criou a Teologia da Libertação à espanhola
Do El País digital.
Esta madrugada ha muerto José María Díez-Alegría, uno de los grandes teólogos españoles. Iba a cumplir en octubre los 99 años de vida. Fue jesuita impenitente, obligado por los inquisidores del Vaticano a dejar la orden de Ignacio de Loyola por no aceptar silencios, componendas ni censuras. Pese a todo, nunca dejó de vivir en (y con) la Compañía de Jesús. "Soy un jesuita sin papeles", solía ironizar.
Una vez le preguntaron cómo un banquero podía ser católico, y Díez-Alegría contestó con esta anécdota brechtiana. Fue un banquero a confesarse y le dijo: 'Mire, padre, yo soy banquero'. Y el cura le respondió: '¡Mal empezamos!'. El rico penitente se enfadó y se fue
Cuando llegó al Pozo del Tío Raimundo Díez-Alegría venía de Roma envuelto en un descomunal escándalo editorial
Nacido el 22 de octubre de 1911 en la sucursal del Banco de España de Gijón, de la que su padre era director, Díez-Alegría se cambió pronto al bando de los mineros y empezó a tener problemas con la dictadura franquista, poco amiga de curas de combate. Sólo el apellido Díez-Alegría, con dos famosos generales en la familia, lo libró de la cárcel, aunque no de marginaciones y desplantes. Una vez le preguntaron cómo un banquero podía ser católico, y Díez-Alegría contestó con esta anécdota brechtiana. Fue un banquero a confesarse y le dijo: 'Mire, padre, yo soy banquero'. Y el cura le respondió: '¡Mal empezamos!'. El rico penitente se enfadó y se fue.
Alegría (al teólogo Díez-Alegría todos le llamaban Alegría) era un reputado profesor en la imponente Universidad Gregoriana de Roma cuando en la Navidad de 1972 publicó sin la censura previa obligada el libro 'Yo creo en la esperanza', que en apenas semanas dio la vuelta al mundo. Exclaustrado de la Compañía de Jesús para evitar males mayores con el Vaticano, regresó un año después a Madrid y se fue a vivir a una chabola del Pozo del Tío Raimundo, la barriada en la que otro jesuita, el famoso padre Llanos, ex capellán de Falange y ex amigo del dictador Francisco Franco, llevaba practicando una radical teología de la liberación desde 1955. Alegría, cuyo sentido del humor y paciencia evangélica no tenían límites, se hizo imprimir allí esta tarjeta de visitas: "José María Díez-Alegría. Doctor en Filosofía. Doctor en Derecho. Licenciado en Teología. Ex profesor de Ciencias Sociales en la Universidad Gregoriana. Jubilado por méritos de guerra incruenta. Calle Martos, 15. Pozo del Tío Raimundo".
Una vida en el Pozo del Tío Raimundo
En el Pozo del Tío Raimundo Llanos y Alegría hicieron teología de liberación de la buena, a pie de obra, y entraron en la mitología popular. Su sensibilidad por las víctimas del sistema económico inhumano era ontológica. Una vez, en una sonada conferencia en la Cámara de Comercio de Madrid, Alegría dijo, ajeno a las consecuencias, que "la clase dirigente vive en situación de pecado". Díez-Alegría no cesó de proclamar su convicción de que si un socialismo de rostro humano es muy difícil, un capitalismo de rostro humano es imposible.
Alegría ha fallecido en la residencia de los jesuitas de Alcalá de Henares. Decenas de discípulos, amigos y admiradores peregrinaban allí con frecuencia para disfrutar de su conversación, sabia, beatífica y pícara, sin pelos en la lengua, de una belleza incomparable. Hace unos meses empezó a declinar y a consumirse poco a poco. "Se nos está agotando Alegría", corrió la voz. Anteayer ya no se esperaba más noticia que la de su muerte. Ocurrió esta mañana a las cinco.
Cuando fue expulsado hace 37 años de la Compañía de Jesús por publicar 'Yo creo en la esperanza', Alegría vivía en Roma y era un bullicioso profesor de la Gregoriana, es decir, un pensador lanzado a la fama. Tiempos del postconcilio, aunque ya se vislumbraban nubarrones en aquella primavera eclesial. Díez-Alegría pide permiso para editar su libro. No ha lugar, le dicen. Y toma una decisión que cambiaría su vida. El libro aparece en 1972 en la editorial Desclée de Brouwer, de Bilbao y se vendieron 200.000 ejemplares en numerosos idiomas. Su salto a la fama fue fulminante. Quince días más tarde, el periódico más vendido en Roma, Il Messagero, y el más importante de EE UU, The New York Times, tronaban: "El best seller de un jesuita español aclama a Marx y ataca a Roma".
Díez-Alegría tardó poco en regresar a España y en "tomar la mejor decisión" de su vida, dijo más tarde. Se fue a El Pozo del Tío Raimundo, se quitó el bonete de jesuita, se pone la boina de cura y puso en práctica la teología que había enseñado en Roma. Cuando llegó a Madrid, el 24 de febrero de 1974, "una nube de periodistas le buscaba, como si fuera un famoso actor de cine", recuerda Pedro Miguel Lamet, su biógrafo (Díez-Alegría. Un jesuita sin papeles. Editorial Temas de Hoy. 2005).
A los 90 años, Díez-Alegría publicó la segunda parte de su famoso libro, esta vez con el título 'Yo todavía creo en la esperanza', pero en medio hay muchas otras obras de impacto, como Actitudes cristianas ante los problemas sociales (1967), Cristianismo y revolución (1968), Yo creo en la esperanza (1971), Teología en broma y en serio veras (1977), Rebajas teológicas de otoño (1980). La cara oculta del cristianismo (1983). ¿Se puede ser cristiano en esta iglesia? (1987) o Cristianismo y propiedad privada (1988). Él mismo se consideraba un miembro más de la Teología de la Liberación, orgulloso de que el padre Ignacio Ellacuría, asesinado por el fascismo clerical de El Salvador, Jon Sobrino o Gustavo Gutiérrez le considerasen "un viejo compañero". Sostuvo siempre que en el fragor de la injusticia que vive este mundo global no cabía otra cosa que el compromiso social.
Díez-Alegría tenía admiradores incluso entre los jerarcas del catolicismo porque era un cristiano irreductible, pese a sus sabrosas impertinencias con el poder. En eso se parecía a Jesús, el fundador cristiano, crucificado por decir lo que pensaba. En un mundo de eclesiásticos acomodados junto al poder político y económico, que apenas usan el nombre de Cristo porque prefieren las figuras tiernas pero pacíficas y melifluas de María, o la de los papas lujosamente instalados en la soberanía vaticana, Díez-Alegría aconsejaba humildad, volver a Cristo y menos papanatismo. "Hay que citar más a los Evangelios y menos al Papa", decía. En la última conversación con EL PAÍS proclamó que en unos veinte o treinta años se admitiría el matrimonio de los clérigos y, un poco más tarde, el sacerdocio de la mujer.
"Okupa del Universo"
Cuando cumplió 94 años y empezaba a sentirse "un okupa del Universo", pese a estar todavía como un chaval, Díez Alegría recibió un homenaje de sus amigos en el paraninfo de la Casa de América, repleto de público. Fue recibido con larguísimos aplausos, todos puestos en pie para verlo mejor bajar las escaleras camino del escenario, como si el que llegaba fuese un profeta o un galán de cine. El encargado de hacer la 'laudatio' aquel día fue el entonces ministro de Defensa, José Bono, fallido aspirante a jesuita de pequeño. La ocasión sirvió además para presentar la biografía de Alegría escrita por otro jesuita ilustre, sabio y rebelde, Pedro Miguel Lamet.
La jerarquía eclesiástica ha soportado la fama y la voz de Alegría con pasmo o pánico. Por ejemplo, el 28 de mayo de 1977. Ese día, EL PAÍS acogía en su primera página una gran fotografía del jesuita Llanos saludando puño en alto ante 60.000 personas reunidas en el campo de fútbol de Vallecas (Madrid). "El mitin comunista de ayer contó con dos protagonistas de excepción, tan dentro de la lógica de la historia de la Iglesia española como fuera de programa: los padres jesuitas Díez-Alegría y Llanos. El padre Llanos -en la fotografía- saluda, puño en alto, a su pueblo de El Pozo. De alguna manera viene a simbolizar el compromiso histórico de cierta Iglesia pasada dolorosamente del nacional-catolicismo al saludo de identificación marxista", decía el pie de foto.
Díez-Alegría contó más tarde que el padre Llanos tenía carnet del PCE y de Comisiones, aunque apreciaba más el segundo que el primero "cuando vio que no era oro todo lo que relucía en aquel idílico eurocomunismo". Él no. "Lo que yo era es hegelianamente anti-antimarxistas", explicó jugando con la famosa teoría del filósofo alemán sobre la tesis, la antítesis y la síntesis. "Yo no soy marxista, pero tampoco antimarxista. Me tomo en serio el marxismo. La crítica que hace Marx del capitalismo es válida. Nunca me leí El capital, pero sí otros libros suyos, y en mi libro Rebajas teológicas de otoño escribí un capítulo titulado Recuerdos a Marx de parte de Jesús en el que contaba que tuve un sueño en el que Jesús se me presentaba y me decía: 'Oye, y este Carlos Marx, del que tanto hablan escandalizados mis discípulos actuales, ¿qué me dices de él?'. Entonces yo le recitaba algunos textos de Marx, y después Jesús me decía: 'Mira, si ves a Carlos Marx, dale recuerdos de mi parte y dile que no está lejos del Reino de Dios. Pues ése era un poco nuestro marxismo".
Pese al temprano castigo por Yo creo en la esperanza, Díez-Alegría no volvió a tener problemas con el Santo Oficio de la Inquisición. Otros teólogos, por decir cosas menos valientes o menos fuertes, los han tenido. La explicación es que matizaron muchísimo, y que manejaban la Biblia con gran conocimiento. "Siempre había un Padre de la Iglesia que había dicho antes lo que ellos sostenían", dice Pedro Miguel Lamet, que trabajó muchas veces en El Pozo.
Tampoco tuvieron, ni Llanos ni Alegría, problemas con la severa dictadura franquista y nacionalcatólica, obligada, en cambio, a abrir en Zamora una cárcel sólo para curas. La explicación fue el origen de los dos protagonistas. Llanos era hijo de un general, y Díez-Alegría, de un banquero de Gijón, además de hermano de los tenientes generales Luis Díez-Alegría, jefe de la Casa Militar de Franco y ex director general de la Guardia Civil, y Manuel, ex jefe del Alto Estado Mayor del Ejército. Un día, el general Luis cometió una infracción de tráfico y el agente que le tomaba nota para la multa, al ver su apellido en el carné, le preguntó si era familiar del "famoso teólogo Díez-Alegría". Y no hubo sanción.
Además, cuando llegaron a evangelizar y, sobre todo, a prestar amparo y compañía a los chabolistas de El Pozo, los dos ya eran famosos por sí mismos, Llanos por artículos de prensa, y Díez-Alegría porque venía de Roma envuelto en un descomunal escándalo editorial. El sangriento dictador Franco recelaba castigar o reprimir cuando las víctimas podían recibir algún amparo internacional.
En la biografía de Alegría, Lamet cuenta anécdotas y sucesos deliciosos, que explican por qué fue Alegría fue un jesuita "sin papeles". He aquí una de las historias que contaba Díez-Alegría, con arrobo teológico, para armonizar con la fe católica su radical teología de liberación. Un catequista de mujeres adultas en Andalucía se topó con una joven muy pobre, casada y con hijos, que se había ido a vivir con un viejo.
-Mujer, tienes que volver, no puedes seguir con el viejo.
-Pues claro que sí, señorito. Pero es que el viejo se va a morir en seguida, y me voy a quedar con una casica muy apañada, me traigo a mi marido y a mis hijos, y problema resuelto.
-Pero, mujer, es que eso es contra la ley de Dios.
La mujercita, con convicción: "No, señorito, si yo con el Señor no tengo dificultad. Yo le digo al Señor: Señor, tú me perdonas a mí y yo te perdono a ti ["por tenerme tan pobre", matizó Alegría], y estamos en paz".
Dunga tem cara de quem sofre, não tem?
Sendo um ótimo remédio para hemorroidas, este chá de hamamélis (Hamamelis virginiana), apesar de preparado como um chá qualquer, não deve ser ingerido, embora, talvez, Dunga deva tomar algumas colheradas. Deve ser utilizado topicamente onde houver inflamações de pele e mucosas. Outra característica da hamamélis é ser muito eficaz contra hemorroidas. Vejamos a receita conforme recomendação da Anvisa. Pode ser utilizado em adultos e crianças
Hamamélis
Dunga vai precisar de:
•3 a 6 g (de uma a duas colheres de sopa) da casca da hamamélis
•150 mL (uma xícara de chá) de água
Modo de Preparo:
Para extrair as propriedades da casca da hamamélis, é preciso ferver a casca juntamente com a água por alguns minutos
Posologia
Aplicar na forma de compressa nas regiões afetadas de duas a três vezes ao dia
Cuidados
•Não ingerir, pois pode provocar irritação gástrica e vômitos (mas Dunga pode e deve, pelo menos um pouco);
•Não ultrapassar o limite de uso de quatro semanas.
Dica do blog Receita Natural.
Hamamélis
Dunga vai precisar de:
•3 a 6 g (de uma a duas colheres de sopa) da casca da hamamélis
•150 mL (uma xícara de chá) de água
Modo de Preparo:
Para extrair as propriedades da casca da hamamélis, é preciso ferver a casca juntamente com a água por alguns minutos
Posologia
Aplicar na forma de compressa nas regiões afetadas de duas a três vezes ao dia
Cuidados
•Não ingerir, pois pode provocar irritação gástrica e vômitos (mas Dunga pode e deve, pelo menos um pouco);
•Não ultrapassar o limite de uso de quatro semanas.
Dica do blog Receita Natural.
A nova era Dunga
Do blog "Brasília, eu vi", de Leandro Fortes, envido pelo Chico Duarte, do blog "Compaixão é Fortaleza".
Foi na Copa do Mundo de 1986, no México, com Fernando Vanucci, então apresentador da TV Globo, que a cobertura esportiva brasileira abandonou qualquer traço de jornalismo para se transformar num evento circense, onde a palhaçada, o clichê e o trocadilho infame substituíram a informação, ou pelo menos a tornaram um elemento periférico. Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental. Por diversas razões, Vanucci deixou a Globo, mas a Globo nunca mais abandonou o estilo unidunitê-salamê-minguê nas suas coberturas esportivas, povoadas por sorridentes repórteres de camisa pólo colorida. Aliás, para ser justo, não só a Globo. Todas as demais emissoras adotaram o mesmo estilo, com igual ou menor competência, dali para frente.
Passados quase 25 anos, o estilo burlesco de se cobrir esporte no Brasil passou a ser uma regra, quando não uma doutrina, apoiado na tese de que, ao contrário das demais áreas de interesse humano, esporte é apenas uma brincadeira, no fim das contas. Pode ser, quando se fala de handebol, tênis de mesa e salto ornamental, mas não de futebol. O futebol, dentro e fora do país, mobiliza imensos contingentes populacionais e está baseado num fluxo de negócios que envolve, no todo, bilhões de reais. Ao lado de seu caráter lúdico, caminha uma identidade cultural que, no nosso caso, confunde-se com a própria identidade nacional, a ponto de somente ele, o futebol, em tempos de copa, conseguir agregar à sociedade brasileira um genuíno caráter patriótico. Basta ver os carros cobertos de bandeiras no capô e de bandeirolas nas janelas. É o momento em que mesmos os ricos, sempre tão envergonhados dos maus modos da brasilidade, passam a ostentar em seus carrões importados e caminhonetes motor 10.0 esse orgulho verde-e-amarelo de ocasião. Não é pouca coisa, portanto.
Na Copa de 2006, na Alemanha, essa encenação jornalística chegou ao ápice em torno da idolatria forçada em torno da seleção brasileira penta campeã do mundo, então comandada pelo gentil Carlos Alberto Parreira. Naquela copa, a dominação da TV Globo sobre o evento e o time chegou ao paroxismo. A área de concentração da seleção tornou-se uma espécie de playground particular dos serelepes repórteres globais, lá comandados pela esfuziante Fátima Bernardes, a produzir pequenos reality shows de dentro do ônibus do escrete canarinho. Na época, os repórteres da Globo eram obrigados a entrar ao vivo com um sorriso hiperplastificado no rosto, com o qual ficavam paralisados na tela, como em uma overdose de botox, durante aqueles segundos infindáveis de atraso de sinal que separam as transmissões intercontinentais. Quatro anos antes, Fátima Bernardes havia conquistado espaço semelhante na bem sucedida seleção de Felipão. Sob os olhos fraternais do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi eleita a musa dos jogadores, na Copa de 2002, no Japão. Dentro do ônibus da seleção. Alguém se lembra disso? Eu e a Globo lembramos, está aqui.
O estilo grosseiro e inflexível de Dunga desmoronou esse mundo colorido da Globo movido por reportagens engraçadinhas e bajulações explícitas confeitadas por patriotadas sincronizadas nos noticiários da emissora. Sem acesso direto, exclusivo e permanente aos jogadores e aos vestiários, a tropa de jornalistas enviada à África do Sul se viu obrigada a buscar informações de bastidores, a cavar fontes e fazer gelados plantões de espera com os demais colegas de outros veículos. Enfim, a fazer jornalismo. E isso, como se sabe, dá um trabalho danado. Esse estado de coisas, ao invés de se tornar um aprendizado, gerou uma reação rançosa e desproporcional, bem ao estilo dos meninos mimados que só jogam porque são donos da bola. Assim, o sorriso plástico dos repórteres e apresentadores se transformou em carranca e, as gracinhas, em um patético editorial.
Dunga será demitido da seleção, vença ou perca o mundial. Os interesses comerciais da TV Globo e da CBF estão, é claro, muito acima de sua rabugice fronteiriça e de sua saudável disposição de não se submeter à vontade de jornalistas acostumados a abrir caminho com um crachá na mão. Mas poderá nos deixar de herança o fim de uma era medíocre da crônica esportiva, agora defrontada com um fenômeno com o qual ela pensava não mais ter que se debater: o jornalismo.
Foi na Copa do Mundo de 1986, no México, com Fernando Vanucci, então apresentador da TV Globo, que a cobertura esportiva brasileira abandonou qualquer traço de jornalismo para se transformar num evento circense, onde a palhaçada, o clichê e o trocadilho infame substituíram a informação, ou pelo menos a tornaram um elemento periférico. Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental. Por diversas razões, Vanucci deixou a Globo, mas a Globo nunca mais abandonou o estilo unidunitê-salamê-minguê nas suas coberturas esportivas, povoadas por sorridentes repórteres de camisa pólo colorida. Aliás, para ser justo, não só a Globo. Todas as demais emissoras adotaram o mesmo estilo, com igual ou menor competência, dali para frente.
Passados quase 25 anos, o estilo burlesco de se cobrir esporte no Brasil passou a ser uma regra, quando não uma doutrina, apoiado na tese de que, ao contrário das demais áreas de interesse humano, esporte é apenas uma brincadeira, no fim das contas. Pode ser, quando se fala de handebol, tênis de mesa e salto ornamental, mas não de futebol. O futebol, dentro e fora do país, mobiliza imensos contingentes populacionais e está baseado num fluxo de negócios que envolve, no todo, bilhões de reais. Ao lado de seu caráter lúdico, caminha uma identidade cultural que, no nosso caso, confunde-se com a própria identidade nacional, a ponto de somente ele, o futebol, em tempos de copa, conseguir agregar à sociedade brasileira um genuíno caráter patriótico. Basta ver os carros cobertos de bandeiras no capô e de bandeirolas nas janelas. É o momento em que mesmos os ricos, sempre tão envergonhados dos maus modos da brasilidade, passam a ostentar em seus carrões importados e caminhonetes motor 10.0 esse orgulho verde-e-amarelo de ocasião. Não é pouca coisa, portanto.
Na Copa de 2006, na Alemanha, essa encenação jornalística chegou ao ápice em torno da idolatria forçada em torno da seleção brasileira penta campeã do mundo, então comandada pelo gentil Carlos Alberto Parreira. Naquela copa, a dominação da TV Globo sobre o evento e o time chegou ao paroxismo. A área de concentração da seleção tornou-se uma espécie de playground particular dos serelepes repórteres globais, lá comandados pela esfuziante Fátima Bernardes, a produzir pequenos reality shows de dentro do ônibus do escrete canarinho. Na época, os repórteres da Globo eram obrigados a entrar ao vivo com um sorriso hiperplastificado no rosto, com o qual ficavam paralisados na tela, como em uma overdose de botox, durante aqueles segundos infindáveis de atraso de sinal que separam as transmissões intercontinentais. Quatro anos antes, Fátima Bernardes havia conquistado espaço semelhante na bem sucedida seleção de Felipão. Sob os olhos fraternais do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi eleita a musa dos jogadores, na Copa de 2002, no Japão. Dentro do ônibus da seleção. Alguém se lembra disso? Eu e a Globo lembramos, está aqui.
O estilo grosseiro e inflexível de Dunga desmoronou esse mundo colorido da Globo movido por reportagens engraçadinhas e bajulações explícitas confeitadas por patriotadas sincronizadas nos noticiários da emissora. Sem acesso direto, exclusivo e permanente aos jogadores e aos vestiários, a tropa de jornalistas enviada à África do Sul se viu obrigada a buscar informações de bastidores, a cavar fontes e fazer gelados plantões de espera com os demais colegas de outros veículos. Enfim, a fazer jornalismo. E isso, como se sabe, dá um trabalho danado. Esse estado de coisas, ao invés de se tornar um aprendizado, gerou uma reação rançosa e desproporcional, bem ao estilo dos meninos mimados que só jogam porque são donos da bola. Assim, o sorriso plástico dos repórteres e apresentadores se transformou em carranca e, as gracinhas, em um patético editorial.
Dunga será demitido da seleção, vença ou perca o mundial. Os interesses comerciais da TV Globo e da CBF estão, é claro, muito acima de sua rabugice fronteiriça e de sua saudável disposição de não se submeter à vontade de jornalistas acostumados a abrir caminho com um crachá na mão. Mas poderá nos deixar de herança o fim de uma era medíocre da crônica esportiva, agora defrontada com um fenômeno com o qual ela pensava não mais ter que se debater: o jornalismo.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Dunga, de novo
Dunga pediu-me desculpas - sou brasileiro e torcedor.
Não as aceito.
Ele que trate de trabalhar e deixe de bancar a estrela.
As estrelas são os jogadores e os 190 milhões que esperam algo mais que coletivas e passes de lado.
Que baixe o espírito de Mané Garrincha nesse time engessado.
E vamos golear os portugas, ó pá.
Não as aceito.
Ele que trate de trabalhar e deixe de bancar a estrela.
As estrelas são os jogadores e os 190 milhões que esperam algo mais que coletivas e passes de lado.
Que baixe o espírito de Mané Garrincha nesse time engessado.
E vamos golear os portugas, ó pá.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Rappers de Gaza desafiam o Islã
Do El País (edição digital).
"El bloqueo... hiéreme hasta que me desangre, pero no podrás quitarme la libertad..." Ayman Mghamis y Khaled Harara , raperos de referencia en Gaza, corean uno de sus temas favoritos en un dormitorio infantil que les prestan unos vecinos. La casa de Ayman sucumbió a las bombas israelíes el año pasado. Su padre murió en el ataque. Estos jóvenes raperos sueñan con montar un estudio de grabación con los materiales que llegan por los túneles desde Egipto. Pero también sueñan con una Gaza más tolerante, donde quepa cualquier estilo musical, incluido el hip hop.
Mghamis y Kharara viven en una franja de tierra cerrada a cal y canto desde hace más tres años por Israel. Estos días circulan anuncios oficiales sobre un posible levantamiento parcial del embargo. De hacerse realidad, afectaría a las mercancías, en ningún caso a las personas. Sólo salen y entran a la franja los enfermos y el puñado de afortunados con algún permiso especial. No es el caso de los raperos para los que Internet es su ventana al mundo exterior. Facebook, My Space y cualquier ciberforo que se tercie es el segundo hogar de estos jóvenes que como tortugas se desplazan con el ordenador a cuestas, siempre en la mochila. Gracias a la Red mezclan temas con voces de raperos de Cisjordania o incluso de palestinos que viven al otro lado del Atlántico. "Vivimos en una prisión. El rap nos da alas; nos permite volar", dice Harara, ahora estudiante universitario, antes policía militar. "God bless Internet (dios bendiga a Internet)" es uno de sus gritos de guerra.
En Europa y en Estados Unidos empiezan a hacerse con un nombre, pero aquí, en Gaza en el mejor de los casos no se les conoce. A menudo se les desprecia y se les "acusa" de importar la poco estimada cultura estadounidense. Mghamis sabe mucho de eso. Se acuerda del concierto en Khan Yunis, al sur de la franja. Se subió al escenario y empezó a cantar... "hasta que llegaron los barbudos. Se escuchó a alguien gritar "Allahu Akbar [Alá es grande] y empezó la pelea".
Estos jóvenes forman parte de la veintena de raperos que circulan por la franja de Gaza de forma más o menos underground como les gusta decir a ellos. Con las letras de sus canciones se enfrentan al ejército israelí en una suerte de intifada verbal, pero también desafían al todo poderoso Gobierno de Hamás en la franja y a una cultura conservadora que no les acaba de aceptar. Sus canciones hablan sobre todo de la "jodida situación", de los soldados israelíes y de la "complicidad" de los países occidentales. Pero también de "los de verde", en alusión a la gente de Hamás, y de George W. Bush y Osama Bin Laden, "unos locos que matan a gente en nombre de la religión".
Ser diferentes y atreverse a verbalizar la disidencia les ha empezado a salir caro. Hace poco más de un mes las autoridades de Gaza se presentaron en un concierto de B-Boy, clausuraron el evento y enviaron a los cientos de espectadores a sus casas. Sin explicaciones. Ahora, a PR, el grupo de Mghamis , el primero que nació en la franja, les han prohibido actuar tras inspeccionar las letras de las canciones que tenían previsto cantar. "Cuando [las autoridades] dicen no es no. Es mejor no enfrentarse al Gobierno", sostiene Mghamis, que cree que la presencia de chicos y chicas en los conciertos y los bailes más o menos sensuales son unas de las líneas rojas para los islamistas en el Gobierno. El centro palestino para los derechos humanos de Gaza ha emitido una protesta formal por la cancelación del concierto B boy y ha pedido al ministerio de Interior que deje de reprimir manifestaciones culturales.
En un café de la ciudad de Gaza, Harara, miembro de Black Unit , una de las bandas de la llamada segunda generación de raperos gazíes desgrana parte de su filosofía y explica por qué su arte no gusta a muchos de los suyos. "Queremos luchar contra la idea de que o somos terroristas o somos víctimas que miramos al cielo para ver cuándo caerán los próximos misiles. No necesitamos comida; no somos mendigos. Necesitamos que dejen funcionar nuestras fábricas. Somos gente creativa, capaz de hacer muchas cosas, de resistir". "El problema" -continúa- "es que nuestro Gobierno no entiende que con nuestras letras podemos cambiar más cosas que con los cohetes Kassam. Nos acusan de traer aquí la cultura americana".
En el cuartel general de la policía de Gaza, el general Ayman Al Batniji, portavoz del cuerpo asegura que al margen de casos puntuales, ellos autorizan cualquier manifestación cultural, pero explica donde reside el problema. "Hay que respetar la tradición, la cultura de la gente de aquí que rechaza a esos jóvenes. Esa música no es islámica, no es árabe. El rap aquí no tiene sentido".
Ahmed Yousef, presidente del comité de derechos civiles del Parlamento en Gaza también dice estar a favor de las manifestaciones culturales, pero en seguida se le llena la boca de peros. "Nuestra religión tiene sus propios modales y los bailes de esos chicos han traspasado nuestros límites".
Mghamis y Harara medio se ríen de esos argumentos. A pesar de su juventud, les ha tocado ver casi de todo. La incomprensión de las autoridades y de buena parte de sus compatriotas es sólo uno más de los obstáculos a los que se enfrentan cada día. Dicen que la paciencia y la perseverancia son dos armas que nadie les va a arrebatar. Y hacen buen uso de ellas cada tarde, en algún café de la ciudad de Gaza, mientras idean nuevas canciones, pipa de agua en mano.
"El bloqueo... hiéreme hasta que me desangre, pero no podrás quitarme la libertad..." Ayman Mghamis y Khaled Harara , raperos de referencia en Gaza, corean uno de sus temas favoritos en un dormitorio infantil que les prestan unos vecinos. La casa de Ayman sucumbió a las bombas israelíes el año pasado. Su padre murió en el ataque. Estos jóvenes raperos sueñan con montar un estudio de grabación con los materiales que llegan por los túneles desde Egipto. Pero también sueñan con una Gaza más tolerante, donde quepa cualquier estilo musical, incluido el hip hop.
Mghamis y Kharara viven en una franja de tierra cerrada a cal y canto desde hace más tres años por Israel. Estos días circulan anuncios oficiales sobre un posible levantamiento parcial del embargo. De hacerse realidad, afectaría a las mercancías, en ningún caso a las personas. Sólo salen y entran a la franja los enfermos y el puñado de afortunados con algún permiso especial. No es el caso de los raperos para los que Internet es su ventana al mundo exterior. Facebook, My Space y cualquier ciberforo que se tercie es el segundo hogar de estos jóvenes que como tortugas se desplazan con el ordenador a cuestas, siempre en la mochila. Gracias a la Red mezclan temas con voces de raperos de Cisjordania o incluso de palestinos que viven al otro lado del Atlántico. "Vivimos en una prisión. El rap nos da alas; nos permite volar", dice Harara, ahora estudiante universitario, antes policía militar. "God bless Internet (dios bendiga a Internet)" es uno de sus gritos de guerra.
En Europa y en Estados Unidos empiezan a hacerse con un nombre, pero aquí, en Gaza en el mejor de los casos no se les conoce. A menudo se les desprecia y se les "acusa" de importar la poco estimada cultura estadounidense. Mghamis sabe mucho de eso. Se acuerda del concierto en Khan Yunis, al sur de la franja. Se subió al escenario y empezó a cantar... "hasta que llegaron los barbudos. Se escuchó a alguien gritar "Allahu Akbar [Alá es grande] y empezó la pelea".
Estos jóvenes forman parte de la veintena de raperos que circulan por la franja de Gaza de forma más o menos underground como les gusta decir a ellos. Con las letras de sus canciones se enfrentan al ejército israelí en una suerte de intifada verbal, pero también desafían al todo poderoso Gobierno de Hamás en la franja y a una cultura conservadora que no les acaba de aceptar. Sus canciones hablan sobre todo de la "jodida situación", de los soldados israelíes y de la "complicidad" de los países occidentales. Pero también de "los de verde", en alusión a la gente de Hamás, y de George W. Bush y Osama Bin Laden, "unos locos que matan a gente en nombre de la religión".
Ser diferentes y atreverse a verbalizar la disidencia les ha empezado a salir caro. Hace poco más de un mes las autoridades de Gaza se presentaron en un concierto de B-Boy, clausuraron el evento y enviaron a los cientos de espectadores a sus casas. Sin explicaciones. Ahora, a PR, el grupo de Mghamis , el primero que nació en la franja, les han prohibido actuar tras inspeccionar las letras de las canciones que tenían previsto cantar. "Cuando [las autoridades] dicen no es no. Es mejor no enfrentarse al Gobierno", sostiene Mghamis, que cree que la presencia de chicos y chicas en los conciertos y los bailes más o menos sensuales son unas de las líneas rojas para los islamistas en el Gobierno. El centro palestino para los derechos humanos de Gaza ha emitido una protesta formal por la cancelación del concierto B boy y ha pedido al ministerio de Interior que deje de reprimir manifestaciones culturales.
En un café de la ciudad de Gaza, Harara, miembro de Black Unit , una de las bandas de la llamada segunda generación de raperos gazíes desgrana parte de su filosofía y explica por qué su arte no gusta a muchos de los suyos. "Queremos luchar contra la idea de que o somos terroristas o somos víctimas que miramos al cielo para ver cuándo caerán los próximos misiles. No necesitamos comida; no somos mendigos. Necesitamos que dejen funcionar nuestras fábricas. Somos gente creativa, capaz de hacer muchas cosas, de resistir". "El problema" -continúa- "es que nuestro Gobierno no entiende que con nuestras letras podemos cambiar más cosas que con los cohetes Kassam. Nos acusan de traer aquí la cultura americana".
En el cuartel general de la policía de Gaza, el general Ayman Al Batniji, portavoz del cuerpo asegura que al margen de casos puntuales, ellos autorizan cualquier manifestación cultural, pero explica donde reside el problema. "Hay que respetar la tradición, la cultura de la gente de aquí que rechaza a esos jóvenes. Esa música no es islámica, no es árabe. El rap aquí no tiene sentido".
Ahmed Yousef, presidente del comité de derechos civiles del Parlamento en Gaza también dice estar a favor de las manifestaciones culturales, pero en seguida se le llena la boca de peros. "Nuestra religión tiene sus propios modales y los bailes de esos chicos han traspasado nuestros límites".
Mghamis y Harara medio se ríen de esos argumentos. A pesar de su juventud, les ha tocado ver casi de todo. La incomprensión de las autoridades y de buena parte de sus compatriotas es sólo uno más de los obstáculos a los que se enfrentan cada día. Dicen que la paciencia y la perseverancia son dos armas que nadie les va a arrebatar. Y hacen buen uso de ellas cada tarde, en algún café de la ciudad de Gaza, mientras idean nuevas canciones, pipa de agua en mano.
Nosso anão de jardim
Dunga foi o único dos cinco capitães da Seleção Brasileira a xingar a taça que ergueu.
Parafraseando Lacerda, não deveria ter sido lembrado; lembrado, não deveria ter sido convidado; convidado, deveria ter sido dispensado enquanto havia tempo. Pode até ser campeão da pior Copa do Mundo já realizada, mas ficará, em breve, no esquecimento de todos os brasileiros.
Duas sugestões de apelido para ele:
Babaca babaca;
Requião de bombacha.
Mas, e a Globo?
A Globo é o que a gente sabe desde a ditadura, quando Roberto Marinho começou a construir seu império a partir de um ilegal e imoral empréstimo colhido do grupo gringo Time-Life.
É responsável por ter sustentado a ditadura, por ter ido contra as diretas, por ter abraçado Tancredo, bancado o Sarney, depois o Collor ... e, agora, por ter cooptado o Lula.
É a principal responsável pelo atraso político, cultural e tal "desse país".
A Globo e Dunga se chocam porque se merecem.
Nós é que não merecemos os dois.
Dunga acerta quando rompe com os privilégios da Globo - o que toda fonte de informação deveria fazer.
Mas erra quando assume postura ditatorial, antidemocrática, atira pra todo lado e vê um inimigo em cada esquina.
Ele está representando noso país, nosso povo, ora bolas.
Ficar do lado de quem?
Fodam-se Dunga e a Globo.
Eu tenho assistido aos jogos (e só assistido aos do Brasil) pela Band, com os lamentáveis comentários do Neto.
Gostaria de assistir às imagens da TV com a narração de José Silvério, o maior narrador do planeta.
Parafraseando Lacerda, não deveria ter sido lembrado; lembrado, não deveria ter sido convidado; convidado, deveria ter sido dispensado enquanto havia tempo. Pode até ser campeão da pior Copa do Mundo já realizada, mas ficará, em breve, no esquecimento de todos os brasileiros.
Duas sugestões de apelido para ele:
Babaca babaca;
Requião de bombacha.
Mas, e a Globo?
A Globo é o que a gente sabe desde a ditadura, quando Roberto Marinho começou a construir seu império a partir de um ilegal e imoral empréstimo colhido do grupo gringo Time-Life.
É responsável por ter sustentado a ditadura, por ter ido contra as diretas, por ter abraçado Tancredo, bancado o Sarney, depois o Collor ... e, agora, por ter cooptado o Lula.
É a principal responsável pelo atraso político, cultural e tal "desse país".
A Globo e Dunga se chocam porque se merecem.
Nós é que não merecemos os dois.
Dunga acerta quando rompe com os privilégios da Globo - o que toda fonte de informação deveria fazer.
Mas erra quando assume postura ditatorial, antidemocrática, atira pra todo lado e vê um inimigo em cada esquina.
Ele está representando noso país, nosso povo, ora bolas.
Ficar do lado de quem?
Fodam-se Dunga e a Globo.
Eu tenho assistido aos jogos (e só assistido aos do Brasil) pela Band, com os lamentáveis comentários do Neto.
Gostaria de assistir às imagens da TV com a narração de José Silvério, o maior narrador do planeta.
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