Pacifistas de Israel lançaram uma campanha pela paz de seu país com o Irã, na tentativa de conscientizar a população de que o povo iraniano não representa ameaça. Os militantes sabem como se começa, mas nem sequer imaginam como terminaria um ataque "preventivo" ao país de Ahmadinejad.
Belíssima campanha.
sexta-feira, 23 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
Quando Thor encontrou Wanderson
Paulo Nogueira, no Brasil 247
Os dois têm, em comum, o nome estranho e improvável e a nacionalidade brasileira.
Thor e Wanderson.
O resto são diferenças que jamais os levariam a se encontrar. Thor, 1%, para usar a expressão consagrada no protesto Ocupe Wall St, anda num carro de quase 3 milhões de reais, uma McLaren. As multas por excesso de velocidade que Thor recebeu no período “probatório”, em que o motorista é testado logo depois de receber carteira de motorista, deveriam tê-lo impedido de dirigir. Mas regras no Brasil não costumam ser aplicadas para o 1%. A família de Thor tem dinheiro e as conexões que isso traz: não há muito tempo, o governador do Estado tomou carona no helicóptero do pai de Thor, um homem cuja maior ambição não é ser o homem mais sábio do mundo, ou o mais feliz, ou o mais generoso — e sim o mais rico, um recordista de moedas.
Wanderson é o 99%. Bicicleta em vez de McLaren, e não por modismo ou por consciência ecológica. Simplesmente por necessidade. Feio por não ter a boniteza outorgada pelo dinheiro: não poderia comprar o corpo de jogador de rugby adquirido por Thor com duas horas de exercícios diárias, e nem as roupas, e nem os produtos de beleza. Pobre não pode aspirar a grandes feitos estéticos, e nem pequenos, para ser franco.
Contra todas as probabilidades, Thor e Wanderson, com suas vidas paralelas e opostas, acabaram se encontrando na noite de sábado, numa estrada. Foi um encontro rápido. Thor em sua McLaren e Wanderson em sua bicicleta. Thor mal viu Wanderson. Salvo em circunstâncias excepcionais, os 99% são invisíveis.
No final da reunião relâmpago, Wanderson estava em pedaços, destruído pela McLaren. A imprudência, segundo o pai de Thor, foi de Wanderson. Não há surpresa nisso porque no Brasil a culpa sempre foi dos 99%.
E agora Thor retoma sua vida de herdeiro enquanto Wanderson lentamente vai desaparecendo de nossas mentes e de nossas conversas até ser devolvido à miserável invisibilidade em que esteve imerso até o breve encontro de sábado à noite.
Os dois têm, em comum, o nome estranho e improvável e a nacionalidade brasileira.
Thor e Wanderson.
O resto são diferenças que jamais os levariam a se encontrar. Thor, 1%, para usar a expressão consagrada no protesto Ocupe Wall St, anda num carro de quase 3 milhões de reais, uma McLaren. As multas por excesso de velocidade que Thor recebeu no período “probatório”, em que o motorista é testado logo depois de receber carteira de motorista, deveriam tê-lo impedido de dirigir. Mas regras no Brasil não costumam ser aplicadas para o 1%. A família de Thor tem dinheiro e as conexões que isso traz: não há muito tempo, o governador do Estado tomou carona no helicóptero do pai de Thor, um homem cuja maior ambição não é ser o homem mais sábio do mundo, ou o mais feliz, ou o mais generoso — e sim o mais rico, um recordista de moedas.
Wanderson é o 99%. Bicicleta em vez de McLaren, e não por modismo ou por consciência ecológica. Simplesmente por necessidade. Feio por não ter a boniteza outorgada pelo dinheiro: não poderia comprar o corpo de jogador de rugby adquirido por Thor com duas horas de exercícios diárias, e nem as roupas, e nem os produtos de beleza. Pobre não pode aspirar a grandes feitos estéticos, e nem pequenos, para ser franco.
Contra todas as probabilidades, Thor e Wanderson, com suas vidas paralelas e opostas, acabaram se encontrando na noite de sábado, numa estrada. Foi um encontro rápido. Thor em sua McLaren e Wanderson em sua bicicleta. Thor mal viu Wanderson. Salvo em circunstâncias excepcionais, os 99% são invisíveis.
No final da reunião relâmpago, Wanderson estava em pedaços, destruído pela McLaren. A imprudência, segundo o pai de Thor, foi de Wanderson. Não há surpresa nisso porque no Brasil a culpa sempre foi dos 99%.
E agora Thor retoma sua vida de herdeiro enquanto Wanderson lentamente vai desaparecendo de nossas mentes e de nossas conversas até ser devolvido à miserável invisibilidade em que esteve imerso até o breve encontro de sábado à noite.
Imprensa ecológica
Do Jornalistas & Cia
O Diário do Comércio de São
Paulo publicou em sua edição desta 3ª.feira (20/3) uma experiência que vinha conduzindo
em segredo desde novembro sem que leitores ou a própria gráfica percebessem. Todo
o texto do jornal, exceto títulos e olhos, na capa e páginas internas, foi
passado para Ecofont Sans, fonte criada pela empresa holandesa Ecofont,
premiada por software que economiza
toner e cartucho em impressoras.
Segundo o diretor de Redação
Moisés
Rabinovici, “nós a procuramos para saber se podíamos usar seus tipos
furadinhos numa rotativa. Topado o desafio, em 2011, recebemos um piloto de
fonte, agora finalizado. A Ecofont calcula que poderemos economizar até
30% em tinta. E hoje, junto com a primeira edição em Ecofont Sans, ela está
distribuindo um press-release na
Europa anunciando a nossa experiência, que poderá lhe render os jornais
europeus, tão ciosos dos três “p” em inglês – pessoas, planeta e profit (lucro)”.
A ideia de buscar a Ecofont
partiu do próprio Rabinovic. “Num dia de setembro de 2011 encontrei na web, navegando, uma referência à
Ecofont. Fui à origem, no site
holandês, e escrevi lá a pergunta: ‘O princípio da economia na printer se aplicaria para a impressão de
um jornal?’. A resposta veio dois dias depois. Um dos criadores do programa,
Rick van den Bos, respondeu que não sabiam, talvez sim, e que poderíamos
testar. Estabelecemos o diálogo, ele foi me dando o caminho das pedras e uma
fonte para teste”, conta o diretor.
Ele comenta também que a
Ecofont Sans não altera o trabalho de diagramação do jornal: “Não muda, porque
imprimimos um mesmo texto em várias fontes, descobrindo, assim, que a Ecofont é
mais espaçosa, como a Verdana. Na verdade, numa coluna em Arial sobram três
linhas em Ecofont. Daí para a frente, sem problema. É bom lembrar que, se fosse
detentor do copyright da Times [New Roman], por exemplo, o
Diário do Comércio poderia usá-la furada. A Ecofont Sans foi feita
especialmente para nosso uso, depois que a Arial considerou que os jornais são
um mercado diferente das impressoras em corporações, bancos, departamentos de
governo, onde ela é uma das disponíveis no pacote da Ecofont. Entendi nas
conversas com a Ecofont que as fontes usadas pelos jornais, se compradas, não
terão problemas de copyright para se
tornarem, furadas, mais econômicas. A Century Gothic, a fonte naturalmente mais
econômica que existe, ficou ainda mais econômica depois de passada pelo
processo da Ecofont”.
Rabinovici explica que a
utilização da nova fonte foi feita aos poucos e que não houve qualquer manifestação
dos leitores comentando que haviam notado modificações, muito menos reclamando.
“Rodamos primeiro um box, com medo de
que poderia sair branco. Passamos depois para uma matéria inteira. Depois,
páginas. E por meses testamos páginas sem que leitores e a própria gráfica
percebessem. Quando disse ao publisher
do jornal, Rogério Amato, que estávamos usando uma fonte furadinha, ele reagiu:
‘Tá brincando!’. Aí forneci-lhe uma lupa e ele ficou ali olhando e repetindo: ‘Impressionante!’.
A ideia é daquelas tão simples que qualquer pessoa poderia ter tido, só que
quem a teve primeiro – e a patentearam – foram os holandeses da Spranq, depois
batizada, para o novo produto, de Ecofont”, conclui.
Rick van den Bos,
proprietário e fundador da Ecofont, escreveu estar muito satisfeito que
Rabinovici “tenha consciência de que os jornais também devem diminuir o impacto
ambiental em sua rotina e muito feliz que tenha comprovado que a Ecofont é um efeito
sustentável para o jornal".
Alexander Kraaij, cofundador
e criador da Ecofont, afirmou concordar, embora ressalvando que “é claro que uma
empresa holandesa preferiria que um jornal holandês fosse o primeiro a adotar o
software, mas em contato com empresas
brasileiras observamos que elas são empreendedoras e decididas. Por isso,
estamos ansiosos para entrar no mercado brasileiro e muito orgulhosos por ter um
jornal brasileiro como o primeiro no mundo a ser editado com Ecofont”.
O programa oferece um software autossuficiente e completo para
ser usado em impressões com fontes como Arial, Calibri, Verdana, Trebuchet e
Times New Roman, criando furos nas letras sem afetar a legibilidade. No Brasil,
a Ecofont também foi testada e aprovada pela Advocacia-Geral da União (AGU). Em
2009, a Comissão da Agenda Ambiental da AGU, em Brasília, liberou a Ecofont
durante um mês para seus funcionários e comprovou que se todos usassem o software a economia giraria em torno de
R$ 500 mil anuais.
Para usuários domésticos, a
Ecofont está disponível em www.ecofont.com.
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