quarta-feira, 2 de julho de 2025

Até os Faria Limers estão arrepiados com o comportamento ostrogodo do Congresso


            


            Tá no Estadão de hoje, ora pois.

“Em que pese o Executivo ter errado na condução das propostas de majoração do IOF, nada justifica o Poder Legislativo agir como arruaceiro do processo orçamentário e fiscal em desalinho ao que a sociedade dele espera.”

Crítica do executivo-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, ou, se preferir, “importante voz do Mercado”.

Salto foi auxiliar de José Serra e secretário da Fazenda de São Paulo.

Seu escritório fica no Alto de Pinheiros, no Faria Lima Plaza.


sábado, 14 de junho de 2025

Requiestat in pace Michael Collins. O homem que pilotou a nave que levou e trouxe da lua Armonstrong e Aldrin agora voa para sempre


 

Nosso Congresso, como sempre, desgoverna o país. Ladrões do teu dinheiro

 Celso Rocha de Barros, na Folha SP.

Ou por que ainda se pode ler a Folha SP.


Congresso Nacional ameaça obrigar Haddad a fazer o ajuste fiscal no lombo dos pobres se o STF não autorizar que congressistas roubem dinheiro da saúde pública.

No fim de semana passado, todos tivemos a impressão de que o governo Lula e o Congresso tinham chegado a um bom acordo sobre como fazer o ajuste fiscal sem aquela confusão do IOF.

No meio da semana, tudo mudou: o Congresso avisou que não vai passar nada que seja do interesse do governo. O que aconteceu?

As propostas do governo continuaram as mesmas: ao invés de mexer tanto no IOF, taxar um pouco investimentos que não eram taxados em nada; e rever benefícios fiscais bilionários para empresas que muito raramente são obrigadas a oferecer qualquer contrapartida. Um bom dinheiro seria economizado, e o maior sacrifício viria de gente que está bem de vida, como eu, que sempre investi em LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio, que agora pagarão 5% de imposto).

O Congresso já havia topado tudo isso, mais ou menos. Só que aí pegaram a rapaziada roubando dinheiro de remédio.

Três ONGs especializadas em combate à corrupção —Associação Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional Brasil— avisaram o STF que congressistas brasileiros podem estar usando suas emendas parlamentares para roubar bilhões de reais em um "orçamento secreto da saúde".

No último 10 de junho, o ministro Flávio Dino enviou um pedido de esclarecimentos ao Congresso.

O Congresso interpretou a solicitação de Dino como uma ação orquestrada com o governo Lula para intimidar os parlamentares. Por isso Hugo Mota e vários partidos de direita mudaram de opinião sobre o pacote de Haddad.

Não, não é porque estão preocupados com o aumento da carga tributária: um dos motivos dos seus impostos serem altos, leitor, é o calote que a lei permite aos ricos. Se eles não pagam a parte deles na vaquinha, aumenta a parte de quem paga. O governo pode até ser obrigado a cortar grana dos pobres (acho que será), mas isso deveria ser a última opção.

Bolsonaristas como Nikolas Ferreira e Carlos Jordy correram para fazer parecer que a briga com Haddad era sobre déficit público. Desde o fracasso do último golpe, e enquanto esperam o próximo, os bolsonaristas no Congresso fazem bico como seguranças do Centrão.

A propósito, tenho sérias dúvidas se a ação de Dino foi mesmo coordenada com Lula.

Em primeiro lugar, porque as denúncias das ONGs são muito sérias, e o papel de Dino, neste caso, era mesmo pedir esclarecimentos. Afinal, a Constituição claramente estabelece que não pode ir no hospital roubar dinheiro, é errado isso, não pode, nem o Ives Gandra, que às vezes inventa uns negócios sobre Constituição, acha que pode.

Em segundo lugar, porque duvido que o governo Lula, a essa altura do campeonato, esteja querendo comprar briga com o Congresso. Se em algum momento de seu terceiro mandato o presidente teve a esperança de que conseguiria restaurar o poder da presidência sobre o orçamento, já deve ter desistido.

Teve orçamento secreto, teve bolsonarismo protegendo o Centrão, teve STF tentando manter alguma ordem, teve rico sem pagar imposto e pobre sem remédio. Foi uma semana em que o noticiário valeu por um curso de política brasileira contemporânea.


sábado, 24 de maio de 2025

Mais uma vez, agora e sempre, o cinema brasileiro deve um abraço terno e eternamente grato a Mário Peixoto

 


https://www.youtube.com/watch?v=FFaRzIHpJno

terça-feira, 13 de maio de 2025

Para onde vai e para onde deveria ir o jornalismo para não desaparecer

Uma nova missão para um tempo radicalmente novo

 Por Rodrigo Mesquita

Artigo publicadooriginalmente em 12 de maio na Folha SP e no portal articulaconfins.com


O jornalismo nasceu como um sistema de mediação. Foi, durante décadas, a principal arena pública da cidade. No Brasil, Júlio Mesquita cunhou uma frase que precisa ser resgatada: “Jamais ousei imaginar que tinha o direito ou o dever de formar a opinião pública. Tudo que fiz foi procurar sondá-la e me deixar levar tranquilo e sossegado pelas correntes que me pareciam mais acertadas.”

 

Essa ideia – a de que o jornal é ponto de encontro, não púlpito – está mais viva do que nunca. Mas o jornalismo precisa reencarnar essa missão na arquitetura digital da sociedade contemporânea.

 

É hora de investir em plataformas temáticas dinâmicas, baseadas em curadoria, escuta pública, agregação de saberes e construção de redes de confiança. O jornalismo deve parar de disputar centavos por mil impressões com o Google e o Facebook e começar a oferecer serviços informacionais estruturantes para as comunidades.

 

Isso exige novas ferramentas, novas mentalidades, novas alianças. Jornalistas devem tornar-se arquitetos de sistemas de informação comunitária, mediadores de processos de escuta e articulação — atuando dentro das redes, e não apenas sobre elas.

 

A narrativa é a mensagem

 

Vivemos uma revolução profunda. A segmentação, a interatividade, a personalização e o poder de computação levaram a uma nova era informacional, onde a narrativa – e não mais a notícia – é o elemento estruturante da percepção pública. Quem controla as narrativas controla a memória, a imaginação e, por consequência, a política.

 

Nesse mundo, a arquitetura da informação é política pública. E o jornalismo que quiser continuar existindo como força civilizatória precisa disputar essa arquitetura. Isso significa abandonar o papel de emissor e assumir o papel de organizador das redes sociais de sentido e ação.

 

O rejuvenescimento da economia analógica depende da vitalidade da economia digital. E o rejuvenescimento do jornalismo depende de reencontrar seu papel como mediador qualificado das inteligências públicas.

 

Do púlpito à praça digital

 

O jornalismo precisa ir além do entendimento técnico das tecnologias publicitárias e das plataformas. Precisa enfrentá-las, hackeá-las e superá-las. Não com códigos, mas com visão. Com estratégia. Com serviços que respondam à necessidade de articulação social em um mundo hiperconectado.

 

Não existem dois mundos – analógico e digital. Existe um só tecido social em transformação, e ele precisa de novas infraestruturas públicas de informação.

 

A imprensa só voltará a ser relevante quando voltar a ser parceira da sociedade. A narrativa é a mensagem. E a mensagem agora é: precisamos reinventar o jornalismo.

 

Rodrigo Mesquita

Jornalista, conselheiro do InovaUSP e pesquisador do ecossistema informacional. Ex-diretor do Jornal da Tarde e da Agência Estado. 

sábado, 3 de maio de 2025

Não adianta: até os chineses são feitos na China

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Nana: descante em paz