Letra de Carlos Rennó
Música de Chico Bown e Pedro Luís
https://www.youtube.com/watch?v=OuQKqWIcF1U
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Letra de Carlos Rennó
Música de Chico Bown e Pedro Luís
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https://apublica.org/2025/08/paulo-figueiredo-justica-dos-eua-liga-influenciador-a-fraude/?utm_source=linkedin&utm_medium=post&utm_campaign=pfig
Morreu nessa sexta-feira, em São Paulo, o publicitário e fundador da DPZ Roberto Duailibi. Ela estava com 89 anos. Graduou-se pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (que tinha outro nome na época) e, depois de passar pela house da Colgate-Palmolive e várias agências, juntou seus trocados e se uniu a Francesc Petit e José Zaragoza para fundar a DPZ. Havia outro sócio, Ronald Persichetti, fundador como os demais, porém, omitido no site da agência. Na internet, seu nome desaparece diante da morte do outro fundador. Bem, pelo nome DPZ, deveria ser um especialista da área estratégica. O P da DPZ deveria se confundir com o P de Petit, algo assim. Fico devendo.
Conheci em Campo Grande (MS) o mano de Roberto, que tinha um belíssimo e caríssimo bar no centro da cidade. Era 1985, ano em que montei e trabalhei por quatro meses na sucursal de Veja (fechada logo depois que voltei a Curitiba fechada por obra e graça de meu sucessor, que pegou um jabá e viajou pra Europa sem consultar a sede e acabou demitido). Não me lembro do
Mas o que quero dizer é que a morte de Roberto Duailibi mereceu, mesmo, dezenas de minutos no noticiário da Globo (imagino que nas demais redes também). Porém, a Globo, em sua ânsia em puxar o saco de quem lhe dá dinheiro, só citou os sócios de Roberto Dualibi, omitindo mais informações do P e do Z da maravilhosa DPZ.
Eles são Francesc Petit (Barcelona , 1934 - São Paulo, 2013) e José Zaragoza (Alicante, 1930 - São Paulo, 2017). Esses dois espanhóis eram craques em publicidade e, mais, eram notáveis artistas plásticos. Expuseram e venderam muitas obras. Sabiam como pouquíssimos entender a imagem de que seus clientes precisavam.
A DPZ contratou, formou e liberou seus criativos, em texto e imagem, e revolucionou a publicidade brasileira. Washington Olivetto e Nizan Guanaes, entre outros craques, continuaram o legado do trio.
E daí? Daí que o noticiário da morte de Roberto Duailibi não contou quem foram seus sócios. Francesc Petit e José Zaragoza eram tão geniais como ele. É como se falar de Pelé e não de Coutinho ou Toninho.
Agora o terceiro sócio está morto. Roberto Dualibi foi um mestre. Mas Francesc Peti e José Zaragoza também foram. Os pais da DPZ estão mortos.
Importante: me parece que o trio DPZ exerceu a publicidade com ética, algo complicado neste meio. Você sabe do que falo. Vender, vender, vender. Ao que me parece, venderam bem, e venderam com muito humor.
A DPZ fez escola.
É das antigas. Nada a ver com o que vemos, ouvimos e sentimos. E compramos.
“Mataste um homem, espantou-se o primeiro
cego,
Sim, o que mandava do outro lado, espetei-lhe uma tesoura
na garganta.
Mataste para vingar‑nos, para vingar as mulheres tinha de
ser uma mulher, disse a rapariga dos óculos escuros, e a vingança, sendo justa,
é coisa humana, se a vítima não tiver um direito sobre o carrasco, então não
haverá justiça.”
Em Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.
“Em que pese o Executivo
ter errado na condução das propostas de majoração do IOF, nada justifica o
Poder Legislativo agir como arruaceiro do processo orçamentário e fiscal em
desalinho ao que a sociedade dele espera.”
Crítica do
executivo-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, ou, se preferir, “importante
voz do Mercado”.
Salto foi auxiliar de José Serra e secretário da Fazenda de São Paulo.
Seu escritório fica no Alto de Pinheiros, no Faria Lima Plaza.
Celso Rocha de Barros, na Folha SP.
Ou por que ainda se pode ler a Folha SP.
O Congresso Nacional ameaça obrigar Haddad a
fazer o ajuste fiscal no lombo dos pobres se o STF não autorizar que
congressistas roubem dinheiro da saúde pública.
No fim de semana passado, todos tivemos a impressão de que o governo
Lula e o Congresso tinham chegado a um bom acordo sobre como fazer o ajuste
fiscal sem aquela confusão do IOF.
No meio da semana, tudo mudou: o Congresso avisou que não vai passar
nada que seja do interesse do governo. O que aconteceu?
As propostas do governo continuaram as
mesmas: ao invés de mexer tanto no IOF, taxar um pouco investimentos que não
eram taxados em nada; e rever benefícios fiscais bilionários para empresas que
muito raramente são obrigadas a oferecer qualquer contrapartida. Um bom
dinheiro seria economizado, e o maior sacrifício viria de gente que está bem de
vida, como eu, que sempre investi em LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio,
que agora pagarão 5% de imposto).
O Congresso já havia topado tudo isso, mais ou menos. Só que aí pegaram
a rapaziada roubando dinheiro de remédio.
Três ONGs especializadas em combate à corrupção —Associação Contas
Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional Brasil— avisaram o
STF que congressistas brasileiros podem estar usando suas emendas parlamentares
para roubar bilhões de reais em um "orçamento secreto da saúde".
No último 10 de junho, o ministro Flávio Dino enviou um pedido de esclarecimentos ao
Congresso.
O Congresso interpretou a solicitação de Dino como uma ação orquestrada
com o governo Lula para intimidar os parlamentares. Por isso Hugo Mota e vários
partidos de direita mudaram de opinião sobre o pacote de Haddad.
Não, não é porque estão preocupados com o aumento da carga tributária:
um dos motivos dos seus impostos serem altos, leitor, é o calote que a lei
permite aos ricos. Se eles não pagam a parte deles na vaquinha, aumenta a parte
de quem paga. O governo pode até ser obrigado a cortar grana dos pobres (acho
que será), mas isso deveria ser a última opção.
Bolsonaristas como Nikolas Ferreira e Carlos Jordy correram para fazer
parecer que a briga com Haddad era sobre déficit público. Desde o fracasso do
último golpe, e enquanto esperam o próximo, os bolsonaristas no Congresso fazem
bico como seguranças do Centrão.
A propósito, tenho sérias dúvidas se a ação de Dino foi mesmo coordenada
com Lula.
Em primeiro lugar, porque as denúncias das ONGs são muito sérias, e o
papel de Dino, neste caso, era mesmo pedir esclarecimentos. Afinal, a
Constituição claramente estabelece que não pode ir no hospital roubar dinheiro,
é errado isso, não pode, nem o Ives Gandra, que às vezes inventa uns negócios
sobre Constituição, acha que pode.
Em segundo lugar, porque duvido que o governo Lula, a essa altura do
campeonato, esteja querendo comprar briga com o Congresso. Se em algum momento
de seu terceiro mandato o presidente teve a esperança de que conseguiria
restaurar o poder da presidência sobre o orçamento, já deve ter desistido.
Teve orçamento secreto, teve bolsonarismo protegendo o Centrão, teve STF
tentando manter alguma ordem, teve rico sem pagar imposto e pobre sem remédio.
Foi uma semana em que o noticiário valeu por um curso de política brasileira
contemporânea.