quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lerner e as cidades-mulheres

Fui hoje à sede da RIC TV, convidado pelo amigo Dirceu Pio, assistir a uma palestra de Jaime Lerner. Pode-se não concordar em tudo ou em nada com ele, mas é um sujeito espirituoso, sagaz, de inteligência desafiadora.
Nas entrelinhas, Lerner deu um pau em Beto Richa e na insistência dele em dotar a cidade de metrô. Lembrou que a qualidade do transporte coletivo caiu porque a frequência (tempo de chegada dos ônibus no ponto) foi drasticamente diminuída. Não se justifica o metrô pela queda da qualidade do transporte de superfície. Ou seja: retiram-se os ônibus das ruas, o trânsito vira um caos e lá vem o metrô, para gáudio das empreiteiras.
Nossa imprensa precisa fazer uma entrevista a sério com Jaime Lerner.
Mas o melhor de tudo foram as comparações das cidades com mulheres, das quais Lerner parece entender. Das primeiras, com certeza.
Entre outras. Para ele, Nova York é uma mulher toda tatuada. São Paulo, uma mulher que exagerou no botox. Rio, de barriguinha de fora. Curitiba, liga na coxa e um belo naco de carne à mostra. Puro Dalton.

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