Retirado do Blog do Noblat
Houve um tempo em que se dizia: "O PMDB de Ulysses Guimarães". Ou então: "O PMDB de Tancredo Neves".
O que se ouve hoje é: "O PMDB de Renan Calheiros".
Quem pode garantir que no futuro não se ouvirá: "O PT de Fernando Collor".
Absurdo? Provocação?
Collor pagou uma pequena fortuna para que a enfermeira Míriam Cordeiro, mãe de Lurian, filha de Lula, disssse na televisão, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial de 1989, que Lula lhe oferecera dinheiro para abortar a filha.
Míriam mentiu. Lula perdeu votos preciosos.
Collor foi o único presidente da República afastado do cargo por denúncias de corrupção.
Lula e Collor são hoje aliados. E estão cada vez mais íntimos.
Isso não soaria absurdo há 20 anos? Há 10? Há cinco?
Collor perdeu alguma coisa ao se aproximar de um presidente aprovado por 80% dos brasileiros?
Lula ganhou o quê ao se aproximar de Collor? Um voto no Senado? O futuro palanque de Dilma em Maceió?
A essa altura, o que ao fim e ao cabo distingue Lula de Collor? E os dois de Sarney a quem tanto combateram antes?
A preocupação com os pobres?
Perguntem a Sarney e a Collor se eles não assinariam embaixo do Bolsa-Família e dos demais programas sociais? Perguntem a qualquer outro político.
Por fim: qualquer forma de política vale a pena?
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