Tutty Vasques, no Estadão digital
Mal comparando as próximas eleições à última Copa do Mundo, a política brasileira vive um momento parecido com o da campanha da seleção na África do Sul. Falta imaginação, alegria, criatividade, ousadia, irreverência… Os candidatos andam tão previsíveis quanto um pontapé do Felipe Melo ou qualquer problema físico do Kaká.
Dilma, Serra, Marina, estão todos na retranca, jogando o feijão-com-arroz nas entrevistas e debates na TV. Seus marqueteiros apostam tudo no erro do adversário! Ninguém arrisca um drible de corpo, um lance mais inteligente, uma graça, um improviso fora do script da política de resultados. A boa notícia é que o esgotamento da fórmula pode, a exemplo do que aconteceu com a era Dunga no Mundial 2010, abrir caminho para a tão esperada renovação.
O problema é que o Neymar da política tem 80 anos e atua no PSOL, que, de novo mal comparando, é uma espécie de time dos poucos amigos do Chico Buarque que ainda estão com Fidel, e não abrem. Plínio de Arruda Sampaio não é, evidentemente, o futuro, mas pode ajudar a ridicularizar o discurso tático em detrimento da arte de fazer política. O futebol, neste particular, está bem melhor encaminhado na vida.
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