sexta-feira, 19 de março de 2010

Poemeu

Um quase plágio de Jamil, o Snege. Idem de Joe Fante
Meu pai
Castigas-me
Quando eu bebo
Devolves-me cruel ressaca
Quando eu rezo
Machucas
Meus podres joelhos de velho
Quando eu o contemplo ao sol
Cegas-me
Eu mercador perdido no deserto
Imploro
Abandonas-me
Quando me deito com mulheres
Cobres-me de arrependimento
Mas
Quando acordo só
E me lavo
Casto como um anjo
Recebo choques no estômago e na cabeça
E tenho de correr à humilhação de me comover
Esvaziar-me
O que há?
Perdeste o controle?
Quem manda no mundo?
Quem é o chefe, afinal?
Não mereço, meu mestre
Tamanho castigo
Depois eu volto
Olhos regados
E vejo o mundo
Senhor
Existimos

Nenhum comentário:

Postar um comentário