Retirado do Blog do Zé Beto (www.jornale.com.br)
Antes dele: Ivo, como Paulo Leminski, Mazza, Kruger e Sicupira, Dalton, Chaim e uns poucos, era a cara de Curitiba. Falando nisso, o Paulinho Teixeira tá a cara do Tommy Lee Jones (preste atenção na figura). Paulinho, por sinal, é outra cara de Curitiba. Longa vida à Blindagem.
Ivo era a voz. A voz do rock paranaense. Não se conhece outra. Porque tinha a força da música. Se houvesse carteirinha para roqueiro, ele teria a de número um. Foi assim até se despedir nesta madrugada. Como roqueiro, também atravessou outras fronteiras. Para experimentar. Para viver. Há um limite tênue entre o que a mente pensa e o que o corpo aguenta. Há uma confusão perigosa entre o talento que se tem, um dom divino, e o que se imagina alcançar em vôos perigosos. Tive poucos contato com Ivo. Antes de me esborrachar e sobreviver, encontrei-o numa chácara. Não voamos juntos naquela ocasião. Mas quase. Sempre o ouvi. De vez em quanto via sua cabeleira transitando pelas ruas desta cidade nestas três décadas. Lá vai um grande roqueiro, pensava. E blueseiro. Mas o que gostava mesmo é quando ele soltava a voz nas baladas cantando coisas daqui, da terra, da gente paranaense. E vinha imagem, cheiro, emoção embalada na doçura que sempre saiu daquela alma. Rock rural? Sei lá! Era o talento puro de um eterno menino que vai fazer falta. Amém.
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