sexta-feira, 7 de maio de 2010

Salve, Jorge

Já está ficando chato, mas o blog é meu e aqui mando eu.
Pois defendo - quem diria - a Gazeta do Povo, o Canal 12, enfim, toda a ex-Rede Pau no Cu em relação ao caso da Assembleia e ao que mais vier. Principalmente defendo alguns - todos não, que não sou trouxa, como não defendo nem todos os meus primos, meus amigos, meus inimigos, os jogadores do Coritiba, os super-heróis da Sala de Justiça.
E defendo Jorge.
Sempre fui crítico da Gazeta, até porque trabalhei lá - como já disse algo atrás - e, no meu tempo, em 1976, tive um grande aprendizado de como não se deveria fazer um jornal. Não me alongarei sobre. Mas agradeço a quem teve paciência comigo, feito Toninho Nogueira, Orcino, Xavier, Nelson (hoje o poderoso), Fiori, o magnífico Aloar Ribeiro, Irandi et al.
Seria suspeito porque voltei à editora, em 2001, via jornal Primeira Hora, onde atuei como editor de comunidade e do qual fui demitido por obra e graça do colega Rogério Pereira - que respeito profissionalmente, mas de cujo caráter duvido e a quem afrontava todo dia, e talvez por minha incompetência mesmo, do que não creio - e dos patrões Sandy e Júnior.
Não os condeno: talvez eu não servisse mesmo para o "projeto".
Fui demitido pessoalmente por Sandy e Júnior, que me disseram que eu estava velho para continuar ali. Quis dizer que velhos eram eles, que agiam como tal, mas não disse, e mais uma vez voltei ao mercado.
Para mim foi uma boa experiência, da qual saíram bons amigos e nenhum inimigo. Trabalhei com ótimos diagramadores (Marcão, Dino, Acir, Goiaba), um chefão de quem continuo amigo e admirador (Francisco Camargo), os fotógrafos emprestados pela nave-mãe (sempre na marra), ótimos editores (Nádia, Julinho, Lomba, Ricardo), repórteres natos e companheiros de verdade (Fabiana, Gaúcho, Valdeci, Eduardo, Solange...), outros em construção (como Clarissa).
Pois perdi o lide, ou o lead, né?
O blog é meu, não precisa de lead nem de lide.
O que me leva a escrever agora é que a Assembleia (seus comandantes e sequazes) ameaça pesada, mortífera retaliação contra a Gazeta.
Pois agora saio em defesa da Gazeta, negrito, embora ainda ache que ela é um jornal mal feito, cheio de defeitos, mal resolvido, mal planejado da manhã ao fechamento, com problemas que vão da decolagem ao que chega ao leitor: fotos mal editadas, com legendas ridículas; textos algo fracos, sem contundência; edição cheia de problemas; colunas fora de ordem; etc. e tal. E as manchetes, por favor de deus. Outro dia saiu que tantas mulheres não fazem mamografia. Por que não assustar (jornal também deve provocar) dizendo que tantas mulheres, principalmente as pobres, correm risco de morrer de câncer de mama por falta de assistência do Estado? Mas isso é opinião e, acho, não se fará tão cedo um novo Jornal da Tarde (não o da editora Gazeta do Povo, que existia para garantir a cota de papel, mas o de São Paulo, dos tempos de Mino Carta, Fernando Mitre {esse mesmo, o barbudinho do Canal Livre da Band}, Celso Kinjô).
Mas que a Gazeta não tema as ameaças da Assembleia (quem da Assembleia?; adivinha!).
No meu tempo de repórter, havia muita gente a soldo daquela bela Casa. Muitos. Mas alguns a salário honestíssimo.
Nas mudanças na Gazeta, a casa provou o povo que tinha duas fontes de renda a escolher, fosse qual fosse a tal fonte de renda.
Agora nada a ver com a Assembleia (corrijo hoje, dia 15, para que não haja confusão), só para citar um exemplo: Lorena Klenk, que ajudava e ajuda Gustavo Fruet, o último decente, foi provocada a escolher: ficou com Guga, do que, tenho certeza, não se arrepende. Trabalhava na reportagem geral, não cobria política. Ficou com Gustavo e a Gazeta perdeu. Patrão mané. É uma maravilhosa repórter, bela editora (de TV também), patroa de ótimo texto e tal.
Lorena forévis, viu, seu Hélcio?
Sei da Gazeta que ainda há alguns jornalistas que trabalham na Casa del Pueblo e na Câmara Federal - um que é assessor do Rosinha, outro que não sei quê. E mais: um, que a Assembleia quer pegar, que é produtor da TV RPC.
Pois esse senhor é jornalista concursado há uns 200 anos, lá trabalha, comparece ao emprego, produz.
Escreverei seu nome, pois nem ele nem eu temos do que nos envergonhar: Jorge, meu xará, Narozniak.
Trata-se de um dos últimos representantes daquela antiga estirpe de jornalistas que pesquisam a história do Paraná, de Curitiba, e da imprensa e tal.
Jorge presidiu nosso sindicato e sempre nos angariou respeito. Não tem, por exemplo, a visibiliade do Mazza (sacaneado quando na TV Beleza de antanho). Daí, talvez, ser ovelha ao sacrifício.
Foi um grande repórter, feito Percival, Marins e outros e só nos deu orgulho. É um belo produtor de TV e, mais, um pesquisador de história de invejar a academia.
Pois bem. Soube que a vingança da Assembleia (que ente é esse?) ameaça a RPC via outros e mais Jorge, como se ele tivesse agido feito um X-9, ou apenas por vingança, querer pendurá-lo num poste.
Pois eu garanto que Jorge sempre exerceu sua profissão com dignidade, como dignos são muitos - não todos - jornalistas do serviço público, que aqui não preciso mencionar agora. Citarei alguns dos muitos a seguir.
Jorge saiu agora de licença, que licença lhe é de direito pela lei dos barnabés, e se afastou da Assembleia.
Não lhe pedi licença para escrever sobre ele aqui, repito, e saio em sua defesa - ao ataque, se mexerem com Sandra, Paulinho, Martha, Lomba, Gracinha, Brustolin, Mari, Vânia Mara, Edgard, Walter Schmidt, Israel, Telma, Adriana, Janaína, Orlandão e muitos e vários - na Assembleia, no governo, na Prefa, no TC.
Tem bandido jornalista? Óbvio. Não são poucos.
Mas a maioria de nós é digna: trabalha com honradez em nome de algo maior do que essa outra gente imagina.
Nossa maioria não atropela a moral, a tal da ética.
Mão no fogo por eles.
E mão de fogo na Assembleia, TC, Câmara, TC, governo, Prefa e nos que nos roubam todo dia a cidadania.

Jorge Narozniak forévis.

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