sábado, 8 de maio de 2010

Então, eu

Nasci numa cama
Numa casa
Numa rua
(Valfrido Corrêa)
Numa cidade (Arapongas)
Mas fundamentalmente
Nasci
De um corpo
Fui expelido
De mulher
É o que se chama,
Não?
Mulher
Numa cama lembrada
De uma cidade chamada Arapongas
E vim de um banho de minha avó
Chamada
Aracy
Mãe de minha mãe, que teve mãe, que teve mãe, que teve mãe...
Minha mãe
Será ela ainda minha?
Deu-me à luz e me deu a luz
E as dores e os sofreres deste mundo escuro
Nada mais
E tudo o mais
Segue a sequencia da mães
Que vão e vêm
Feito normais
Que são
Nossas mães
Que nos lançam ao mundo
Seres tão desiguais
Ela me expulsou
Eis-me aqui
Grato,
Busco-a
Caminho
Sem volta
Caminho sem volta

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