segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Feliz, felizes todos nós
Feliz Natal, putada, e um ótimo 2013.
Comportem-se e tudo estará bem para todos.
Não parece difícil.
Não olhem pro céu quando fizerem um gol ou quando tomarem um frango na vida. Terão sido vocês e mais ninguém.
Acertos e erros são humanos, não são divinos.
Não transfiram.
Não agradeçam e não atribuam.
O que lhes escapou, fugiu, paciência.
Vida que segue.
Só uma dica (minha, claro) de quem erra todo dia: caprichem.
Namorem suas mulheres e maridos, cuidem bem dos filhos e netos e respeitem os animais.
Só isso e mais o pouco e o muito que todos sabem sobre respeito ao próximo - e ao distante - e tal.
E um pouquinho de sorte, que sem ela, como dizia Nelson Rodrigues, não se atravessa uma rua ou se chupa um Chica-Bom.
Sejam felizes.
Beijos,
Jorjão.
Comportem-se e tudo estará bem para todos.
Não parece difícil.
Não olhem pro céu quando fizerem um gol ou quando tomarem um frango na vida. Terão sido vocês e mais ninguém.
Acertos e erros são humanos, não são divinos.
Não transfiram.
Não agradeçam e não atribuam.
O que lhes escapou, fugiu, paciência.
Vida que segue.
Só uma dica (minha, claro) de quem erra todo dia: caprichem.
Namorem suas mulheres e maridos, cuidem bem dos filhos e netos e respeitem os animais.
Só isso e mais o pouco e o muito que todos sabem sobre respeito ao próximo - e ao distante - e tal.
E um pouquinho de sorte, que sem ela, como dizia Nelson Rodrigues, não se atravessa uma rua ou se chupa um Chica-Bom.
Sejam felizes.
Beijos,
Jorjão.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Carlos, um brasileiro
Retirado do IG.
Por Raphael Gomide.
Figura notória na ditadura, quando estampou duas capas da revista Veja, Marighella passou a um nome esquecido da História brasileira, quase ausente nos livros escolares e desconhecido da juventude. O jornalista Mário Magalhães, 48, dedicou nove anos – mais de um terço de sua carreira de 26 anos – para resgatar a história “de cinema” desse neto de escravos e filho de italiano em 732 páginas no livro “Marighella – O Guerrilheiro que incendiou o mundo”, da Companhia das Letras (R$ 56,50).
Invisível nos livros de História
Ateu no candomblé e doações de artistas
Tortura
O deputado tinha três ternos, doados, e amarrava as mangas da camisa com cordinhas; o cinto partiu-se e adaptou outra corda, qual capoeirista. Homem de partido, destinava 92% do seus 15 mil cruzeiros mensais – equivalente a R$ 20.926, em valor corrigido pelo IGP-DI – ao PCB. Vivia com 1200 cruzeiros – R$ 1674 – por mês, e dividia o apartamento com uma família e um amigo. Acabou cassado em 47, com o voto do futuro presidente Juscelino Kubitschek, depois de o TSE pôr o PCB na ilegalidade.
Terrorista
Morte
Foi morto exatos dois meses depois, pela equipe do policial Sergio Fleury, cujos métodos de tortura superavam os do nazista Klaus Barbie, o “Açougueiro de Lyon” da 2ª Guerra Mundial, na avaliação de um ex-membro da Resistência francesa, sobrevivente do suplício físico nos dois lugares.
Diferentemente do que a polícia alardeou à época, estava desarmado e sem seguranças. Segundo o autor, Marighella só portava seu revólver calibre 32 ou sua pistola 9mm em ações, o que não ocorria já havia algum tempo.
O guerrilheiro – ou terrorista, dependendo do ponto de vista – mais procurado do País morreu sozinho, cercado de inimigos.
Por Raphael Gomide.
O jornal francês “Le Monde” o chamava de “mulato hercúleo”,
a revista Time fantasiou olhos verdes – eram castanhos –, a CIA
(Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) o descreveu em
relatórios como “sucessor de Guevara” e inspirador de movimentos
revolucionários na América Latina. Deputado da constituinte de 1946,
cassado quando o partido foi declarado ilegal, o baiano Carlos
Marighella aderiu à luta armada durante a ditadura militar, instituída
em 1964.
Fundou e comandou a maior organização do
gênero, a ALN (Ação Libertadora Nacional), e passou a “inimigo público
número 1”, nas palavras do ministro da Justiça, Gama e Silva. Marighella
viveu e sofreu quatro das décadas mais intensas da política nacional.
Desarmado, sem seguranças e de peruca, sua vida acabou
com quatro tiros, em novembro de 1969, ao tentar alcançar o veneno que
levava na pasta, em um “ponto” da ALN, na Alameda Casa Branca, em São
Paulo. Organizada pelo temido delegado do Dops (Departamento de Ordem
Política e Social) paulista Sérgio Paranhos Fleury, que lhe deu voz de
prisão antes da fuzilaria, a operação tinha mais de 30 policiais.
“Matamos Carlos Marighella”, contou uma agente à mãe, por telefone.Figura notória na ditadura, quando estampou duas capas da revista Veja, Marighella passou a um nome esquecido da História brasileira, quase ausente nos livros escolares e desconhecido da juventude. O jornalista Mário Magalhães, 48, dedicou nove anos – mais de um terço de sua carreira de 26 anos – para resgatar a história “de cinema” desse neto de escravos e filho de italiano em 732 páginas no livro “Marighella – O Guerrilheiro que incendiou o mundo”, da Companhia das Letras (R$ 56,50).
Invisível nos livros de História
“De todos os brasileiros, a vida que
identifiquei como a mais fascinante a ser contada foi a de Marighella.
Pode-se não gostar dele, mas é impossível ficar indiferente a ele. É um
gigante da História do Brasil e um dos brasileiros com maior projeção no
exterior. A ausência dele nos livros de História é uma desonestidade
intelectual – seria o equivalente a tirar Carlos Lacerda. Não defendo
que o promovam, mas não podem omiti-lo”, disse Mário Magalhães ao
iG
.
Tendo passado boa parte de sua atividade
política na clandestinidade, Marighella dificultou o trabalho de seu
biógrafo, não tendo deixado diários ou agendas. Para escrever sua
reportagem predileta, Magalhães entrevistou 256 pessoas, consultou
bibliografia de 600 livros e pesquisou em 32 arquivos públicos – no
Brasil, Rússia, República Tcheca, Estados Unidos e Paraguai.
A obstinação – quase obsessão – de Mário
Magalhães pela comprovação da prova jornalística o levou a fazer 2580
notas. “A vida de Marighella é tão espetacular que daria margem ao
leitor imaginar que havia ficção em um livro que só narra fatos reais.
Além disso, é direito do leitor saber a origem de cada informação”,
justificou.
Pelo projeto de contar a história “de um brasileiro
maldito”, “tido como meio amalucado até por amigos próximos”, Magalhães
deixou um confortável emprego na Folha de S.Paulo, onde tinha sido
ombudsman e trilhara carreira de destaque e prêmios.Ateu no candomblé e doações de artistas
Na pesquisa, foram ouvidos da professora no
Ginásio da Bahia ao policial que o revistou logo após a morte e revelou
que o guerrilheiro não estava armado – refutando a versão policial, que
ficou registrada na História. As descobertas do autor corrigiram lendas,
como essa, e revelaram histórias pitorescas.
Mulato baiano da Fonte Nova, Marighella não bebia, não
fumava e, embora se declarasse ateu, Magalhães descobriu que o filho de
mãe carola iniciou-se no candomblé, e se descobriu “filho de Oxóssi”.
Amante da poesia – no colégio, respondeu uma prova de física com versos
–, o guerrilheiro mais procurado do País encontrou tempo para, na
clandestinidade, escrever, imprimir e distribuir um livro de versos, boa
parte deles eróticos. Inspirou artistas como o catalão Joan Miró e os
cineastas Jean-Luc Godard e Luchino Visconti a fazer doações a sua
causa.Tortura
Pela tortura, passou uma vez, em 1936, sob
Getúlio Vargas, nunca durante a ditadura militar iniciada em 64. Foram
22 dias de suplícios nas mãos da polícia. Socos no estômago, golpes com
canos de borracha nas plantas dos pés, foi açoitado nos rins, costas e
nádegas. Pontas de cigarro eram apagadas no seu corpo. Com um alfinete
tirado da gravata, um policial enfiou-lhe o metal sob as unhas, dedo por
dedo.
Tornou-se liderança do Partido Comunista Brasileiro nos
anos 40, década que dividiu entre presídios em locais paradisíacos, como
Fernando de Noronha (PE) e Ilha Grande (RJ), e a Assembleia
Constituinte, no Rio. Após ser libertado da prisão política pelo regime
de Getúlio Vargas, no pós-guerra, elegeu-se deputado pela Bahia, na
bancada comunista que incluía o escritor conterrâneo Jorge Amado. O
“Cavaleiro da Esperança” e líder máximo do PCB Luís Carlos Prestes, foi
eleito senador pelo Distrito Federal.O deputado tinha três ternos, doados, e amarrava as mangas da camisa com cordinhas; o cinto partiu-se e adaptou outra corda, qual capoeirista. Homem de partido, destinava 92% do seus 15 mil cruzeiros mensais – equivalente a R$ 20.926, em valor corrigido pelo IGP-DI – ao PCB. Vivia com 1200 cruzeiros – R$ 1674 – por mês, e dividia o apartamento com uma família e um amigo. Acabou cassado em 47, com o voto do futuro presidente Juscelino Kubitschek, depois de o TSE pôr o PCB na ilegalidade.
Terrorista
Nos anos 50, organizou greves, foi à China e à
União Soviética. Veio a ditadura em abril de 64, e em julho quiseram
prendê-lo em um cinema na Tijuca. Reagiu, levou um tiro e foi levado no
camburão. Mais adiante, passou à luta armada, quando Moscou era contra e
rompeu com o PCB. Criou a ALN e aparecia nos cartazes de “terroristas
procurados” do regime militar.
Homem de ação, escreveu o “Minimanual do
Guerrilheiro Urbano”, apanhado de erros e acertos da ALN que se tornou
um sucesso na esquerda internacional. Em “Ditadura Escancarada”, o
jornalista Elio Gaspari diz que o “guerrilheiro urbano de Marighella é
algo mais que um super-homem”. A descrição é a de, no mínimo, um James
Bond, o 007 dos filmes e livros de Ian Fleming.
“É muito importante aprender a conduzir um
automóvel, pilotar um avião, dirigir um barco a motor ou a vela”, [o
guerrilheiro] deve “conhecer a arte de se disfarçar”, ter “conhecimento
de química e de combinação de cores, fabricação de carimbos, o perfeito
conhecimento de caligrafia e de imitação das escritas”, “ser um grande
tático e um bom atirador”. O próprio Marighella falharia em cumprir uma
das mais prosaicas “exigências”: não dirigia. A peruca do disfarce
tampouco enganou a polícia na noite de sua morte.
Magalhães afirma que, apesar de se definir como
“terrorista” e guerrilheiro, Marighella condenava atentados contra
alvos civis e usava a concepção de “terror” da Resistência francesa à
ocupação nazista na 2ª Guerra Mundial.
Na ilegalidade, o protagonista do livro recebeu
dinheiro da União Soviética e o autor revela até um “mensalinho” do
insuspeito governador de São Paulo Adhemar de Barros – cujo cofre, após a
morte, abasteceria outra organização armada, a VAR-Palmares, que o
roubou no Rio.
O famoso “ouro de Moscou”, entregue ao PCB no
início dos anos 1960, equivaleria hoje a algo entre US$ 752 mil e US$
1,13 milhão pagos anualmente e superava, para efeito de comparação, o
arrecadado em 30 roubos pela ALN em 1968. Antes chamado de “traidor” por
Marighella, Adhemar de Barros lhe pagava um “mensalinho” de cerca de
US$ 10 mil, em apoio ao PCB clandestino. “Esse mensalinho não lustra a
biografia de ninguém”, disse Mário Magalhães.
Fez curso de guerrilha em Cuba e mandou guerrilheiros
para lá, comandou assaltos, teve amantes – dizia que “o adultério é tão
inevitável como a morte” – e foi espionado pela CIA e o KGB. Mesmo
dirigente máximo da ALN, organização de luta armada que fundou, foi “o
último a saber” do mais audacioso golpe da guerrilha no Brasil: o
sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em setembro de 69.
Foi ação da DI-GB (Dissidência Comunista da Guanabara), com o apoio da
ALN. “Cutucaram a onça com vara curta”, pressentiu Marighella.Morte
Foi morto exatos dois meses depois, pela equipe do policial Sergio Fleury, cujos métodos de tortura superavam os do nazista Klaus Barbie, o “Açougueiro de Lyon” da 2ª Guerra Mundial, na avaliação de um ex-membro da Resistência francesa, sobrevivente do suplício físico nos dois lugares.
Diferentemente do que a polícia alardeou à época, estava desarmado e sem seguranças. Segundo o autor, Marighella só portava seu revólver calibre 32 ou sua pistola 9mm em ações, o que não ocorria já havia algum tempo.
O guerrilheiro – ou terrorista, dependendo do ponto de vista – mais procurado do País morreu sozinho, cercado de inimigos.
Lançado no fim de outubro, no ano seguinte ao
centenário de nascimento do protagonista, o livro já teve 27 mil
exemplares impressos (a tiragem inicial foi de 12 mil) e recebeu o
Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes, como melhor
biografia de 2012.
O autor disse ter recebido três sondagens
para adaptações para o cinema. “A dúvida é se o ator principal será
Denzel Washington ou Wesley Snipes. As mulheres preferem Washington”,
brinca.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Lição de que o homem é viável II
Do El País digital
Cuando Kaitlin Roig, de 29 años, se despidió de sus padres como cada mañana para recorrer los 20 kilómetros que separan su casa, en una tranquila zona rodeada de robles en Danbury, Connecticut, de la escuela de primaria Sandy Hook, donde desde hace cinco años imparte clases a alumnos de primer grado (equivalente a primero de Primaria de la ESO), no podía imaginar que en unas horas su determinación iba a impedir que sus 14 alumnos se contaran entre las víctimas de una de las mayores tragedias que se recuerdan en Estados Unidos. Además de la directora, murieron una psicóloga y cuatro maestras del centro.
Roig se percató inmediatamente de que los ruidos que escuchó
alrededor de las 9.30 de la mañana eran el sonido de disparos.
Inmediatamente, según relató el mismo día de la matanza a la cadena ABC
–la única a la que ha hecho declaraciones-, se encerró en el baño con
sus alumnos, colocó una estantería para bloquear la puerta y trató de
tranquilizar a los menores advirtiéndoles de que se quedaran callados y
recordándoles lo mucho que los quería. “Pensé en lo que me gustaría que
me dijeran a mí si tuviera seis años y estuviera en una situación así”,
explicó. Roig creía que el tirador aparecería de un momento a otro en su
clase. “Era el primer aula desde la puerta de entrada, era lo lógico”.
Cuando la policía llamó a la puerta, ella no se fió de que quienes
estaban allí “fueran los buenos”, como les aseguraba constantemente a
los niños para calmarlos. “Les pedí que me enseñaran las placas y que si
de verdad eran agentes, que abrieran ellos mismos la puerta. Es lo que
hicieron”, contó.
24 horas después de la tragedia, Roig se ve incapaz de rememorar de nuevo cómo logró poner a salvo a sus alumnos. “No estoy segura de querer recordarlo, es muy duro”, indicó a este periódico desde el umbral de su casa, parapetada tras su madre. La comunidad de Newtown la considera una heroína. En Facebook se han abierto varios perfiles para agradecerle su entrega. “Ojalá nunca hubieran tenido que crearlos”, se lamentaba su madre. Ayer, en la iglesia metodista de Danbury, de cuya publicación mensual Roig es la encargada, no podían asegurar si la joven acudiría a rezar.
Instinto, altruismo valentía, un punto de temeridad… Es difícil
determinar cuál es la aleación con la que se forjan los héroes. En la
espiral de disparos, caos y terror en la que se convirtieron los
pasillos de la escuela de Sandy Hook en la mañana del viernes, cualquier
reacción parece justificada. Pero aquellas conductas, como la de Roig,
dominadas por la generosidad y el sacrificio desinteresado están
destinadas a convertirse en gestas, máxime cuando el corazón de la
comunidad de Newtown necesita más que nunca de ejemplos épicos para hacer frente a la sinrazón de una matanza indiscriminada de niños.
Como Roig, Victoria Soto, de 27 años y origen portorriqueño, que este año comenzaba su tercer curso en Sandy Hook, también se apresuró a ocultar a sus alumnos de primaria en las taquillas y en un armario del gimnasio del colegio para protegerlos de los disparos. Cuando Adam Lanza se asomó por allí armado con su fusil de repetición, Soto le aseguró que los niños se encontraban haciendo ejercicios en la cancha. Acto seguido, Lanza disparó a la maestra, pero pasó de largo en su vorágine asesina. 11 menores sobrevivieron a la matanza, gracias al coraje de la profesora.
El sábado, Nick Phelps, el padre de uno de los menores que Soto ayudó a salvar, agradecía entre lágrimas la valentía de la profesora a la salida de una de las muchas vigilias en honor a las víctimas que cada tarde, desde el pasado viernes, se suceden en Newtown. “Es un privilegio saber que los maestros quieren tanto a nuestros hijos que están dispuestos a dar su vida por ellos”, afirmó. A unos 30 kilómetros de allí, en Stratford, de donde Soto era originaria, la ciudad participaba en otro acto en homenaje a su vecina. “Definitivamente, Victoria es de esas personas que se habría sacrificado por sus alumnos en cualquier circunstancia”, reconoció en conversación telefónica, Julie-Lis Marks, compañera de promoción de Soto.
Anne Marie Murphy, una profesora de educación especial de 52 años, también será recordada como una de las heroínas de Sandy Hook. Su cadáver fue encontrado en un aula cubriendo el cuerpo de varios alumnos. La policía contó a sus padres, Hugh y Alice McGowan, un matrimonio de 86 años que reside en la localidad neoyorquina de Katonah, que Murphy falleció mientras protegía a los niños de las ráfagas asesinas de Lanza. “Anne Marie era una gran persona”, reconoció a este periódico un familiar en conversación telefónica.
Carlee una de las hermanas de Soto, pidió a los asistentes a la vigilia que acudieran con algo verde, el color preferido de la profesora. El verde es sinónimo de esperanza y esperanza es a lo que se aferran desesperadamente los vecinos de Newtown para poder sobreponerse a una tragedia que nadie parece ser capaz de asimilar. “Fe, esperanza, amor”, es precisamente lo que se lee en un cartel con luces de neón a la entrada de la ciudad. Es uno de los muchos que se han colocado en todos los accesos a la localidad.
Cuando Kaitlin Roig, de 29 años, se despidió de sus padres como cada mañana para recorrer los 20 kilómetros que separan su casa, en una tranquila zona rodeada de robles en Danbury, Connecticut, de la escuela de primaria Sandy Hook, donde desde hace cinco años imparte clases a alumnos de primer grado (equivalente a primero de Primaria de la ESO), no podía imaginar que en unas horas su determinación iba a impedir que sus 14 alumnos se contaran entre las víctimas de una de las mayores tragedias que se recuerdan en Estados Unidos. Además de la directora, murieron una psicóloga y cuatro maestras del centro.
Roig se encerró en el baño con sus alumnos y
trató de tranquilizar a los menores advirtiéndoles de que se quedaran
callados y recordándoles lo mucho que los quería
24 horas después de la tragedia, Roig se ve incapaz de rememorar de nuevo cómo logró poner a salvo a sus alumnos. “No estoy segura de querer recordarlo, es muy duro”, indicó a este periódico desde el umbral de su casa, parapetada tras su madre. La comunidad de Newtown la considera una heroína. En Facebook se han abierto varios perfiles para agradecerle su entrega. “Ojalá nunca hubieran tenido que crearlos”, se lamentaba su madre. Ayer, en la iglesia metodista de Danbury, de cuya publicación mensual Roig es la encargada, no podían asegurar si la joven acudiría a rezar.
Cuando Adam Lanza se asomó por allí armado con
su fusil de repetición, Soto le aseguró que los niños se encontraban
haciendo ejercicios en la cancha
Como Roig, Victoria Soto, de 27 años y origen portorriqueño, que este año comenzaba su tercer curso en Sandy Hook, también se apresuró a ocultar a sus alumnos de primaria en las taquillas y en un armario del gimnasio del colegio para protegerlos de los disparos. Cuando Adam Lanza se asomó por allí armado con su fusil de repetición, Soto le aseguró que los niños se encontraban haciendo ejercicios en la cancha. Acto seguido, Lanza disparó a la maestra, pero pasó de largo en su vorágine asesina. 11 menores sobrevivieron a la matanza, gracias al coraje de la profesora.
El sábado, Nick Phelps, el padre de uno de los menores que Soto ayudó a salvar, agradecía entre lágrimas la valentía de la profesora a la salida de una de las muchas vigilias en honor a las víctimas que cada tarde, desde el pasado viernes, se suceden en Newtown. “Es un privilegio saber que los maestros quieren tanto a nuestros hijos que están dispuestos a dar su vida por ellos”, afirmó. A unos 30 kilómetros de allí, en Stratford, de donde Soto era originaria, la ciudad participaba en otro acto en homenaje a su vecina. “Definitivamente, Victoria es de esas personas que se habría sacrificado por sus alumnos en cualquier circunstancia”, reconoció en conversación telefónica, Julie-Lis Marks, compañera de promoción de Soto.
Anne Marie Murphy, una profesora de educación especial de 52 años, también será recordada como una de las heroínas de Sandy Hook. Su cadáver fue encontrado en un aula cubriendo el cuerpo de varios alumnos. La policía contó a sus padres, Hugh y Alice McGowan, un matrimonio de 86 años que reside en la localidad neoyorquina de Katonah, que Murphy falleció mientras protegía a los niños de las ráfagas asesinas de Lanza. “Anne Marie era una gran persona”, reconoció a este periódico un familiar en conversación telefónica.
Carlee una de las hermanas de Soto, pidió a los asistentes a la vigilia que acudieran con algo verde, el color preferido de la profesora. El verde es sinónimo de esperanza y esperanza es a lo que se aferran desesperadamente los vecinos de Newtown para poder sobreponerse a una tragedia que nadie parece ser capaz de asimilar. “Fe, esperanza, amor”, es precisamente lo que se lee en un cartel con luces de neón a la entrada de la ciudad. Es uno de los muchos que se han colocado en todos los accesos a la localidad.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Lição de que o homem é viável
Do El País digital
¿Solo la victoria cuenta? ¿Estamos seguros?
En La soledad del corredor de fondo, la novela y la película, el protagonista, un chaval de un reformatorio, un fenómeno del campo a través, se deja ganar en un cross por el representante de un colegio pijo. Lo hace como gesto de rebeldía, de libertad, para fastidiar a su carcelero-entrenador-profesor. Una acción hermosa que, dicen los entendidos en atletismo, es puramente peliculera, imposible en la vida real, añaden, pues un atleta, uno bueno, nunca se dejaría ganar.
Quizás la vida real ya no es lo que era. O el cross. Pero no el valor, o la rebeldía. O la necesidad de los gestos valientes, hermosos, esperanzadores.
Hace un par de semanas, el 2 de diciembre, Iván Fernández Anaya, atleta vitoriano de 24 años, se negó a ganar el cross de Burlada, en Navarra. “No merecía ganarlo. Hice lo que tenía que hacer”, dice Fernández Anaya, quien, cuando iba segundo, bastante distanciado del primero, en la última recta de la carrera, observó cómo el seguro ganador, el keniano Abel Mutai (un muy buen atleta: medallista de bronce en los 3.000 metros obstáculos de los Juegos de Londres) se equivocaba de línea de meta y se paraba una decena de metros antes de la pancarta. Fernández Anaya le alcanzó con rapidez, pero en vez de aprovechar la situación para acelerar y ganar, se quedó a su espalda y con gestos y casi empujándole le llevó hasta la meta, dejándole pasar por delante. “Él era el justo vencedor. Me sacaba una distancia que ya no podía haber superado si no se equivoca. Desde que vi que se paraba sabía que no iba a pasarle”.
A Fernández Anaya, que estudia un módulo de FP pues no piensa que en el futuro se pueda vivir del atletismo, le entrena en Vitoria Martín Fiz. Lo hace en el mismo lugar, el Prado, en la misma senda física que no filosófica, en la que el famoso vitoriano sumó kilómetros y kilómetros para llegar a proclamarse campeón de Europa y del mundo de maratón. “Fue un gesto de honradez muy bueno”, dice Fiz. “Un gesto de los que ya no se hacen. Mejor dicho, un gesto de los que nunca se han hecho. Un gesto que yo mismo no habría tenido. Yo sí que me habría aprovechado para ganar”.
Cuenta Fiz que el detalle le honra a su pupilo. “El gesto le ha hecho ser mejor persona pero no mejor atleta. Ha desaprovechado una ocasión. Ganar te hace siempre más atleta. Se sale siempre a ganar. Hay que salir a ganar”, dice Fiz, quien recuerda cómo en el Mundial del 97 en Atenas él fue tirando todo el maratón y no pudo despegar a Abel Antón, quien en los últimos metros le atacó y le ganó con facilidad después de haberse aprovechado de su trabajo. “Y yo sabía que iba a pasar eso. Sabía que a menos que se le subiera un gemelo o le pasara un percance, Antón me ganaría. Pero la competición es así. No habría sido lógico que Antón me dejara ganar”.
Fernández Anaya se entrena en el Prado todos los días y cuando se lo permiten los estudios, unos tres días a la semana, en sesión doble. Los técnicos dicen que está a un paso de la elite española del cross, y ya figura entre los que mejor marca tienen en 5.000 metros. Dicen que no le falta nada para llegar al menos a la selección española para el Mundial de cross, que es su objetivo esta temporada, aunque, según su propio entrenador, le puede la presión. “En las grandes competiciones se atenaza”, dice Fiz. “Le falta saber superar la presión, que es lo que diferencia a los campeones. Si no, habría estado en el reciente Europeo”.
“En el cross de Burlada apenas había nada en juego, ni tampoco mucho dinero, aparte del poder decir que había ganado a un medallista olímpico”, dice Fernández Anaya. “Pero aunque me hubieran dicho que ganando tenía plaza en la selección española para el Europeo, tampoco lo habría hecho. Otra cosa, claro, sería si en juego hubieran estado una medalla en el Mundial o en el Europeo. Entonces, creo que sí, que me habría aprovechado para ganar… Pero también creo que ha dado más nombre haber hecho lo que hice que si hubiera ganado. Y eso es muy importante, porque hoy en día, tal como están las cosas en todos los ambientes, en el fútbol, en la sociedad, en la política, donde parece que todo vale, un gesto de honradez viene muy bien”.
En La soledad del corredor de fondo, la novela y la película, el protagonista, un chaval de un reformatorio, un fenómeno del campo a través, se deja ganar en un cross por el representante de un colegio pijo. Lo hace como gesto de rebeldía, de libertad, para fastidiar a su carcelero-entrenador-profesor. Una acción hermosa que, dicen los entendidos en atletismo, es puramente peliculera, imposible en la vida real, añaden, pues un atleta, uno bueno, nunca se dejaría ganar.
Quizás la vida real ya no es lo que era. O el cross. Pero no el valor, o la rebeldía. O la necesidad de los gestos valientes, hermosos, esperanzadores.
Hace un par de semanas, el 2 de diciembre, Iván Fernández Anaya, atleta vitoriano de 24 años, se negó a ganar el cross de Burlada, en Navarra. “No merecía ganarlo. Hice lo que tenía que hacer”, dice Fernández Anaya, quien, cuando iba segundo, bastante distanciado del primero, en la última recta de la carrera, observó cómo el seguro ganador, el keniano Abel Mutai (un muy buen atleta: medallista de bronce en los 3.000 metros obstáculos de los Juegos de Londres) se equivocaba de línea de meta y se paraba una decena de metros antes de la pancarta. Fernández Anaya le alcanzó con rapidez, pero en vez de aprovechar la situación para acelerar y ganar, se quedó a su espalda y con gestos y casi empujándole le llevó hasta la meta, dejándole pasar por delante. “Él era el justo vencedor. Me sacaba una distancia que ya no podía haber superado si no se equivoca. Desde que vi que se paraba sabía que no iba a pasarle”.
A Fernández Anaya, que estudia un módulo de FP pues no piensa que en el futuro se pueda vivir del atletismo, le entrena en Vitoria Martín Fiz. Lo hace en el mismo lugar, el Prado, en la misma senda física que no filosófica, en la que el famoso vitoriano sumó kilómetros y kilómetros para llegar a proclamarse campeón de Europa y del mundo de maratón. “Fue un gesto de honradez muy bueno”, dice Fiz. “Un gesto de los que ya no se hacen. Mejor dicho, un gesto de los que nunca se han hecho. Un gesto que yo mismo no habría tenido. Yo sí que me habría aprovechado para ganar”.
Cuenta Fiz que el detalle le honra a su pupilo. “El gesto le ha hecho ser mejor persona pero no mejor atleta. Ha desaprovechado una ocasión. Ganar te hace siempre más atleta. Se sale siempre a ganar. Hay que salir a ganar”, dice Fiz, quien recuerda cómo en el Mundial del 97 en Atenas él fue tirando todo el maratón y no pudo despegar a Abel Antón, quien en los últimos metros le atacó y le ganó con facilidad después de haberse aprovechado de su trabajo. “Y yo sabía que iba a pasar eso. Sabía que a menos que se le subiera un gemelo o le pasara un percance, Antón me ganaría. Pero la competición es así. No habría sido lógico que Antón me dejara ganar”.
Fernández Anaya se entrena en el Prado todos los días y cuando se lo permiten los estudios, unos tres días a la semana, en sesión doble. Los técnicos dicen que está a un paso de la elite española del cross, y ya figura entre los que mejor marca tienen en 5.000 metros. Dicen que no le falta nada para llegar al menos a la selección española para el Mundial de cross, que es su objetivo esta temporada, aunque, según su propio entrenador, le puede la presión. “En las grandes competiciones se atenaza”, dice Fiz. “Le falta saber superar la presión, que es lo que diferencia a los campeones. Si no, habría estado en el reciente Europeo”.
“En el cross de Burlada apenas había nada en juego, ni tampoco mucho dinero, aparte del poder decir que había ganado a un medallista olímpico”, dice Fernández Anaya. “Pero aunque me hubieran dicho que ganando tenía plaza en la selección española para el Europeo, tampoco lo habría hecho. Otra cosa, claro, sería si en juego hubieran estado una medalla en el Mundial o en el Europeo. Entonces, creo que sí, que me habría aprovechado para ganar… Pero también creo que ha dado más nombre haber hecho lo que hice que si hubiera ganado. Y eso es muy importante, porque hoy en día, tal como están las cosas en todos los ambientes, en el fútbol, en la sociedad, en la política, donde parece que todo vale, un gesto de honradez viene muy bien”.
domingo, 9 de dezembro de 2012
F-1 em Curitiba (Pinhais)?
Giba Um publica em sua coluna de hoje que Gustavo Fruet quer trazer a F-1 para Curitiba. Segundo o colunista, Fruet topa reformar o autódromo de Curitiba, que na verdade fica em Pinhais.
Acho que Gustavo Fruet não é irresponsável porque:
1 - Trabalhará em 2013 com o orçamento que lhe foi deixado por Luciano Ducci;
2 - Ainda que tenha seu próprio orçamento, em 2014 (já não chega a Copa?), há sérias dificuldades financeiras a superar;
3 - O autódromo não pertence à Prefeitura de Curitiba nem à de Pinhais. É (ou era?) do Jauneval de Oms, o Peteco, irmão de Atilano e sócio da Inepar;
4 - Estaria Gustavo Fruet disposto a investir no que não pertence ao município, assumindo uma Baixada II, a Missão? Vai passar o pires no BNDES, tendo tantos problemas da cidade a resolver?
Duvide-o-dó.
Pauta para as editorias de esportes
Acho que Gustavo Fruet não é irresponsável porque:
1 - Trabalhará em 2013 com o orçamento que lhe foi deixado por Luciano Ducci;
2 - Ainda que tenha seu próprio orçamento, em 2014 (já não chega a Copa?), há sérias dificuldades financeiras a superar;
3 - O autódromo não pertence à Prefeitura de Curitiba nem à de Pinhais. É (ou era?) do Jauneval de Oms, o Peteco, irmão de Atilano e sócio da Inepar;
4 - Estaria Gustavo Fruet disposto a investir no que não pertence ao município, assumindo uma Baixada II, a Missão? Vai passar o pires no BNDES, tendo tantos problemas da cidade a resolver?
Duvide-o-dó.
Pauta para as editorias de esportes
sábado, 8 de dezembro de 2012
Luz, quero luz
Hora e lugar:
Obrigado à Copel, que me cobra bem pelos seus serviços, por me devolver energia elétrica depois de três horas de escuro.
Tempestade de ventos, árvores caídas, cabos derrubados, escuridão. É a natureza.
A Copel agiu rápido. Desimpediu ruas, serrou galhos, reuniu cabos, consertou tudo. A luz voltou.
Empresa competente, serviço público bem prestado.
Vale a conta.
Obrigado.
E ainda queriam vendê-la.
É o Estado que funciona.
Obrigado à Copel, que me cobra bem pelos seus serviços, por me devolver energia elétrica depois de três horas de escuro.
Tempestade de ventos, árvores caídas, cabos derrubados, escuridão. É a natureza.
A Copel agiu rápido. Desimpediu ruas, serrou galhos, reuniu cabos, consertou tudo. A luz voltou.
Empresa competente, serviço público bem prestado.
Vale a conta.
Obrigado.
E ainda queriam vendê-la.
É o Estado que funciona.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Twitter (fake) do Tite explica
Adenor
@adenor_tite
Niemeyer fazia uns desenhos bem complexos... dai sobrava para os pedreiros fazerem.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Lula e suas comidas
A Folha de S. Paulo escancara o que já se desconfiava: Lula tinha - ou tem, ou não tem mais, ou Marisa o mata - um caso com Rosemary.
É figura pública, ainda influi nos destinos do país. Portanto, o que apronta tem reflexos.
Chega de falar de PIG.
A mulher mandava prender e mandava soltar.
Logo, usava o garanhão para mandar prender e soltar.
Assim, Lula tem culpa no cartório, sim. Não é só problema pessoal dele, Lula.
Passa a ser problema público.
O histórico faunístico de Lula é por demais conhecido desde que Collor o fez afinar no debate de 1989.
Comia, então, o querido Lula, uma filósofa - e comia um monte de intelectuais.
Continuou comendo.
Parabéns.
Mas misturou as coisas, estado, sexo e poder. Uma corte francesa, russa, estadunidense.
Não abala as estruturas, mas amante é amante.
Amante que fala no nome dele.
Passou do limite.
E mais: a amante é um bagulho.
Isso não tem perdão.
É figura pública, ainda influi nos destinos do país. Portanto, o que apronta tem reflexos.
Chega de falar de PIG.
A mulher mandava prender e mandava soltar.
Logo, usava o garanhão para mandar prender e soltar.
Assim, Lula tem culpa no cartório, sim. Não é só problema pessoal dele, Lula.
Passa a ser problema público.
O histórico faunístico de Lula é por demais conhecido desde que Collor o fez afinar no debate de 1989.
Comia, então, o querido Lula, uma filósofa - e comia um monte de intelectuais.
Continuou comendo.
Parabéns.
Mas misturou as coisas, estado, sexo e poder. Uma corte francesa, russa, estadunidense.
Não abala as estruturas, mas amante é amante.
Amante que fala no nome dele.
Passou do limite.
E mais: a amante é um bagulho.
Isso não tem perdão.
sábado, 24 de novembro de 2012
Fucô e o Atléticô
Foulcault, em palestra na Sorbonne XIV, anos idos, analisava a obra de Camus quando referiu-se ao escritor como tendo sido um promissor goleiro. Mudou para o futebol e disse: "Numa cidade chamada Curitiba, ao sul do Brasil, existe um clube chamado Paranaense, que seus torcedores insistem em chamar de Atlético. São uns chatos de - como se diz lá no Brasil - galocha, aqueles sapatos de borracha que cobrem os calçados de couro em dia de chuva. Defino-os como argentinos nascidos em Curitiba. Se fossem confinados em seu chiqueiro, morreriam de tanto um lamber o outro. Rebaixam a paixão futebolística ao ínfimo de tudo o que se pode imaginar. Vivem na merda para cantarem cada vez que dela se levantam. E, na sua mediocridade, voltam a nela mergulhar para se levantarem outra vez. E assim seguem seu pobre percurso histórico."
domingo, 11 de novembro de 2012
Macaco Simão, na Folha
E o Supremo sabe condenar, mas não sabe calcular as penas dos condenados! Uma Zorra Total! Mentrapalhão!
sábado, 10 de novembro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Hebe forévis
Este textinho foi escrito há três anos, quando Hebe descobriu-se doente. Mantenho.
Cresci jogando bola, apanhando na rua, lendo os livros da biblioteca juvenil da Biblioteca Pública do Paraná e assistindo à TV (um fantástico aparelho Semp PB), que permitiu-me curtir a boa música brasileira pelos festivais - da Excelsior, Record, Globo (por esta o velho e finado Festival Internacional da Canção, de Sabiá e Pra não dizer que não falei de (ou foi das?) flores).
Minha velha e boa mãe já conhecia Hebe Camargo canora (cantora, animal!). Conheci-a apresentadora de TV e, num festival da Record, cantora (canora).
Foi vaiada feito um bicho.
Dias depois, em seu dela programa, foi aplaudida de pé. É que a música era ruim mesmo, e a Hebe era a Hebe.
Ela é um patrimônio nacional - mesmo para mim, que não assisto (mais) ao seu programa.
Vejo/leio que foi operada para retirar um tumor do esôfago, estômago, sei lá com cincunflexo.
Vai escapar.
Hebe tem 80 anos de vida.
Você, que nasceu em meados dos 50 do século anterior, não tem a impressão, sensação, certeza de que Hebe, como os deuses, sempre existiu, sempre esteve, sempre está e sempre estará acima da finitude da vida?
Sei lá: para mim, desde que me entendo por gente, de qualquer jeito sempre tenho Hebe por perto, mesmo que não a procure.
Você, coroa, não acha que Hebe Camargo sempre existiu e, portanto, é imortal?
ueira você, telespectador;queira você, marxista, Hebe sempre existiu e sempre existirá.Ela é anterior, contemporânea e posterior a você.
Não há você, não há Brasil sem Hebe Camargo.
Hebe forévis.
Cresci jogando bola, apanhando na rua, lendo os livros da biblioteca juvenil da Biblioteca Pública do Paraná e assistindo à TV (um fantástico aparelho Semp PB), que permitiu-me curtir a boa música brasileira pelos festivais - da Excelsior, Record, Globo (por esta o velho e finado Festival Internacional da Canção, de Sabiá e Pra não dizer que não falei de (ou foi das?) flores).
Minha velha e boa mãe já conhecia Hebe Camargo canora (cantora, animal!). Conheci-a apresentadora de TV e, num festival da Record, cantora (canora).
Foi vaiada feito um bicho.
Dias depois, em seu dela programa, foi aplaudida de pé. É que a música era ruim mesmo, e a Hebe era a Hebe.
Ela é um patrimônio nacional - mesmo para mim, que não assisto (mais) ao seu programa.
Vejo/leio que foi operada para retirar um tumor do esôfago, estômago, sei lá com cincunflexo.
Vai escapar.
Hebe tem 80 anos de vida.
Você, que nasceu em meados dos 50 do século anterior, não tem a impressão, sensação, certeza de que Hebe, como os deuses, sempre existiu, sempre esteve, sempre está e sempre estará acima da finitude da vida?
Sei lá: para mim, desde que me entendo por gente, de qualquer jeito sempre tenho Hebe por perto, mesmo que não a procure.
Você, coroa, não acha que Hebe Camargo sempre existiu e, portanto, é imortal?
ueira você, telespectador;queira você, marxista, Hebe sempre existiu e sempre existirá.Ela é anterior, contemporânea e posterior a você.
Não há você, não há Brasil sem Hebe Camargo.
Hebe forévis.
domingo, 5 de agosto de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
Sarah
Sarah Menezes tinha tudo pra dar errado. A família não queria. Ela treinava embaixo da arquibancada do estádio de Teresina. Quantos brasileirinhos têm tudo pra não dar certo? Vamos investir, Brasil? Mesmo países periféricos podem mostrar e investir. Sarah é uma exceção. O Brasil precisa investir no esporte. Precisamos de um ministério e de secretarias de esporte realmente eficazes. Viva o judô brasileiro.
sábado, 21 de julho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Morre um grande homem, um dos atletas do século XX
Retirado o Granma Internacional (www.granma.cu)
La familia del deporte cubano se conmovió ayer con el fallecimiento de uno de sus más grandes exponentes de todos los tiempos, el triple campeón olímpico y mundial de boxeo Teófilo Stevenson Lawrence.
El hombre que vinculó maestría
atlética, infinita modestia y fidelidad
absoluta a la Revolución, al Comandante
en Jefe Fidel Castro y a su pueblo, dejó
de existir a los 60 años en La Habana,
víctima de una cardiopatía isquémica.
Querido por varias generaciones de compatriotas que aplaudieron sus triunfos y admiraron la sencillez con que jamás les traicionó, deja, más allá de la gloria conquistada sobre los cuadriláteros, el ejemplo que generan quienes nunca dan la espalda a sus raíces.
Nacido el 29 de marzo de 1952 en las cercanías del entonces central Delicias, en el municipio de Puerto Padre, provincia de Las Tunas, vivió una infancia humilde en la que comenzó a forjar valores que le acompañaron por siempre.
Su palmarés como competidor quedó realzado por las fajas olímpicas conquistadas en Munich¢ 72, Montreal¢ 76 y Moscú¢ 80 y coronaciones mundiales en La Habana¢ 74, Belgrado¢ 78 y Reno¢ 86.
Miembro del único trío de pugilistas tres veces monarcas olímpicos, merecedor de las copas Val Barker (1972) y Russell (1986), destinadas a los mejores competidores en citas de ese tipo y Campeonatos Mundiales, reinó también en otros muchos escenarios como Juegos Panamericanos, Juegos Centroamericanos y del Caribe y Copas del Mundo.
Su patriotismo quedó demostrado más de una vez, cuando dejó boquiabiertos a mercaderes que trataron de comprarle con cifras millonarias.
«No cambiaría un pedazo de la tierra de Cuba por todo el dinero que podrían darme», contestó a uno de ellos tras impresionar en Munich, donde se desquitó de su revés panamericano de Cali¢ 71 ante el estadounidense Duane Bobick, la llamada Esperanza Blanca.
Reconocido por su demoledora pegada, fue igualmente técnico, rápido para su categoría y caballeroso con sus oponentes, no pocos de los cuales, incluidos varios foráneos, fueron sus amigos.
En el momento de su fallecimiento Stevenson era vicepresidente de la Federación Cubana de Boxeo y ostentaba varias condecoraciones nacionales e internacionales.
Su muerte deja un vacío incalculable en el seno del deporte revolucionario cubano, donde ahora se multiplicará como ejemplo de patriotismo, dignidad y apego a su pueblo.
Su cadáver está expuesto en la funeraria habanera de Calzada y K desde las últimas horas de este lunes. El cortejo fúnebre partirá desde la funeraria a la 1:45 p.m. de hoy hacia el cementerio de Colón.
Llegue a sus familiares y amigos el mensaje de afecto de quienes nos enorgullecemos de ser sus compañeros de combate.
La familia del deporte cubano se conmovió ayer con el fallecimiento de uno de sus más grandes exponentes de todos los tiempos, el triple campeón olímpico y mundial de boxeo Teófilo Stevenson Lawrence.
Teófilo en el desfile del pasado Primero de Mayo. Foto: Juvenal Balán |
Querido por varias generaciones de compatriotas que aplaudieron sus triunfos y admiraron la sencillez con que jamás les traicionó, deja, más allá de la gloria conquistada sobre los cuadriláteros, el ejemplo que generan quienes nunca dan la espalda a sus raíces.
Nacido el 29 de marzo de 1952 en las cercanías del entonces central Delicias, en el municipio de Puerto Padre, provincia de Las Tunas, vivió una infancia humilde en la que comenzó a forjar valores que le acompañaron por siempre.
Su palmarés como competidor quedó realzado por las fajas olímpicas conquistadas en Munich¢ 72, Montreal¢ 76 y Moscú¢ 80 y coronaciones mundiales en La Habana¢ 74, Belgrado¢ 78 y Reno¢ 86.
Miembro del único trío de pugilistas tres veces monarcas olímpicos, merecedor de las copas Val Barker (1972) y Russell (1986), destinadas a los mejores competidores en citas de ese tipo y Campeonatos Mundiales, reinó también en otros muchos escenarios como Juegos Panamericanos, Juegos Centroamericanos y del Caribe y Copas del Mundo.
Su patriotismo quedó demostrado más de una vez, cuando dejó boquiabiertos a mercaderes que trataron de comprarle con cifras millonarias.
«No cambiaría un pedazo de la tierra de Cuba por todo el dinero que podrían darme», contestó a uno de ellos tras impresionar en Munich, donde se desquitó de su revés panamericano de Cali¢ 71 ante el estadounidense Duane Bobick, la llamada Esperanza Blanca.
Reconocido por su demoledora pegada, fue igualmente técnico, rápido para su categoría y caballeroso con sus oponentes, no pocos de los cuales, incluidos varios foráneos, fueron sus amigos.
En el momento de su fallecimiento Stevenson era vicepresidente de la Federación Cubana de Boxeo y ostentaba varias condecoraciones nacionales e internacionales.
Su muerte deja un vacío incalculable en el seno del deporte revolucionario cubano, donde ahora se multiplicará como ejemplo de patriotismo, dignidad y apego a su pueblo.
Su cadáver está expuesto en la funeraria habanera de Calzada y K desde las últimas horas de este lunes. El cortejo fúnebre partirá desde la funeraria a la 1:45 p.m. de hoy hacia el cementerio de Colón.
Llegue a sus familiares y amigos el mensaje de afecto de quienes nos enorgullecemos de ser sus compañeros de combate.
Movimiento Deportivo Cubano
sábado, 26 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Com Barça e tudo, Real é campeão. Linda festa em Madri
Veja mais (fotos do El País) em http://deportes.elpais.com/deportes/2012/05/03/album/1336067032_695329.html#1336067032_695329_1336070206
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Alô, CNJ!!!!!!
DIREÇÃO DO FORO DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA
PORTARIA Nº 416, DE 09 DE ABRIL DE 2012.
Designa a Juíza Federal Luísa Hickel Gamba, Vice-Diretora do Foro da
Seção Judiciária de Santa Catarina, para atuar na função de Juíza
Coordenadora da Sala de Lanches dos Juízes do prédio-sede da Seção
Judiciária de Santa Catarina.
O JUIZ FEDERAL DIRETOR DO FORO DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, e
CONSIDERANDO a conclusão dos trabalhos de engenharia e arquitetura na área, do prédio-sede da Justiça Federal em Florianópolis, denominada Sala de Lanches dos Juízes;
CONSIDERANDO a conveniência de estimular o convívio harmônico,
respeitoso e cordial entre Juízes da Subseção Judiciária de
Florianópolis bem assim das Turmas Recursais sediadas no mesmo prédio;
CONSIDERANDO a necessidade de regrar o uso e coordenar atividades na aludida sala;
RESOLVE:
Art. 1º. Designar a Juíza Federal Luísa Hickel Gamba, Vice-Diretora do
Foro da Seção Judiciária de Santa Catarina, para atuar na função de
Juíza Coordenadora da Sala de Lanches dos Juízes do prédio-sede da Seção
Judiciária de Santa Catarina.
Parágrafo único: Fica a Secretaria de Apoio Administrativo incumbida de dar apoio operacional às atividades na referida sala.
Art. 2º. Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação
PUBLIQUE-SE. REGISTRE-SE. CUMPRA-SE.
Documento assinado eletronicamente por Alcides Vettorazzi, Juiz Federal Diretor do Foro ,
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Quem cuida da Copa no Paraná
Nota na coluna do secretário estadual para Assuntos da Copa do Mundo 2014, Mário Celso Cunha, no Paraná On-Line.
Marecia ganhar o Juca Pato, entregue ao intelectual do ano.
Simpatia
Para bicho de pé
Para acabar com o bicho-de-pé faça uma compressa com papa de farinha de trigo e água. Coloque sobre a pele e cubra com um esparadrapo. Deixe ali por dois dias e depois retire tudo. O bicho de pé passará para a compressa.
Marecia ganhar o Juca Pato, entregue ao intelectual do ano.
Simpatia
Para bicho de pé
Para acabar com o bicho-de-pé faça uma compressa com papa de farinha de trigo e água. Coloque sobre a pele e cubra com um esparadrapo. Deixe ali por dois dias e depois retire tudo. O bicho de pé passará para a compressa.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Cáceres
Por Nilson Monteiro, cidadão do Paraná e da Extremadura
Uma reportagem familiar
Uma reportagem familiar
Ao espiar pela janela do trem indo de Lisboa as luzes
piscando na madrugada, senti o arrepio da infância e um sentimento novo de quem
sempre quis chegar àquela terra e só a conhecia nos sonhos e pelas fotos.
Acompanhado da Cleusa e dos meus cunhados Marcelo e Jacira, eu pisei o chão da
estação ferroviária de Cáceres, na Extremadura, como quem descobria o solo
lunar.
É aqui que está enterrado o umbigo familiar, martelava em
mim. E imaginei: quero experimentar as sensações de Militão, filho de Valeriano
Montero Granado e de Horta Cordeiro Acosta, e Josefa, filha de Pio Gallego
Streia e Joanna Aranda Torilha, nesta cidade, nos seus sítios, embora a saia da
noite não me deixasse enxergar nada de seus contornos além das lâmpadas de um bar,
na própria Ferroviária, que só abriria as portas às 6 horas.
Foi onde tomamos café e ensaiei frases em espanhol aprendido
de orelha com os avós e os tios mais velhos. E começaria a perceber que minha
ignorância não permitira que eu entendesse que não seria assim tão fácil de
desenterrar nosso passado em uma província das que formam a Comunidade Autônoma
de Extremadura que, com 1.768 quilômetros quadrados, é a maior província em
extensão territorial da Espanha e tem cerca de 200 povoados ou pueblos, como eles dizem. Em um deles
nasceram e cresceram meus avós, eu, porém, teimava, com a razão conferida pelos únicos documentos que
tinha em mãos. E sonhava encontrá-lo ou pelo menos saber em que pueblo. Sei que os sobrenomes, com a
vinda para cá, foram “abrasileirados”: Montero virou Monteiro e Gallego virou
Galiego.
Mas, voltando um pouco, a intenção era esta: eu queria
conhecer Cáceres a partir dos sonhos criados pelo imaginário infantil e sem o
didatismo dos livros. E foi assim que nela passamos uns dias neste abril,
tentando descobrir seus mistérios e o visgo que seu falar produz em minha alma.
Una
ciudad de pedra y fuego
Nela, senti o pulsar dos Monteiro e Galiego a todo instante.
Muito – ou tudo – tem a ver com esta gente que nasceu e foi criada no Brasil
pelos extremeños que deixaram aquele canto do mundo em situação adversa, fosse
pelas pragas que invadiam o campo ou pelo clima agudo que matava as plantações.
Um tanto frustrado, não descobri de qual povoado esses espanhóis saíram, de
qual porto zarparam em direção ao seu novo país. Eu e Cleusa procuramos por
inúmeros lugares – Prefeitura, Igreja, policias (tanto local como nacional),
Jusgado (que corresponde a uma espécie de Ministério da Justiça), listas
telefônicas etc. O problema é que não tínhamos o nome do povoado de nascimento
nem do vô e nem da vó. Talvez a tia Joana possa ter de memória.
Mas, a parte antiga da cidade tem a cara deles, o jeito
deles. Explico: a ciudad vieja foi
criada em 25 a.C e está absolutamente conservada, apesar das guerras entre
romanos, mouros, cristãos e do desenvolvimento, nas bordas de sua muralha, de
uma cidade nova. Somadas, em um só corpo, elas têm 98 mil habitantes. A cidade
nova tem tudo o que uma urbe moderna: prédios (embora todos com um padrão de
altura que não excede a cinco andares), avenidas, ruas, largas calçadas, lojas,
restaurantes, livrarias, correria etc.
Ficamos
hospedados no coração da ciudad vieja,
onde palpitam emoções que têm a ver com o nosso passado e presente. Cáceres, a vieja, é uma cidade de pedra e fogo,
como a definiu o escritor Juan Antonio Pérez Mateos. E de profundo encanto.
Um
dia, no meio da Plaza Mayor, liguei para tia Joana, falando de minha emoção de
estar no local onde nasceram seus pais e, consequentemente, toda nossa família.
A tia Joana é a mais velha dos irmãos vivos e a que traz, a meu ver, traços
vigorosos daquele lugar e de seu povo.
Ninhos de cegonha, um símbolo
No
ano 1000, os árabes fizeram alusão a ela com o nome Qâzrix, em história ainda
hoje escrita com castelos, torres, igrejas, praças, museus etc. Esta história
inclusive mostra peças e documentos do início de tudo, bem antes de Cristo,
guardados em seus museus. A conquista cristã do núcleo, em 1229, lhe dá
configurações interessantes: os telhados mais velhos da cidade são ornamentados
com crucifixos. Assim como os castelos e suas torres têm inscrições e brasões
de nobres que a dominaram.
Mas, o que os meus olhos viram, para
suspiros de minha alma e não raras lágrimas? Ao entrar-se na Ciudad Monumental
de Cáceres, como é conhecida a parte antiga, caminha-se por uma cidade
medieval, renascentista e barroca, com três praças – Santa Maria, São Jorge e
São Mateus –, que dominam a paisagem, ligadas por ruelas estreitas e carregadas
de segredos. Entre elas, está a Via de La Plata, que é mantida muito bem
conservada e liga, em outro destino, à estrada que vai a Santiago de
Compostela. E entre elas também está a Calle de Gallegos, onde fiz questão de
ser fotografado, todo metido. Mistura de Gallego e Montero.
Meus olhos viram mais: nas torres da Igreja
de São Mateus são mantidos, há séculos, ninhos de cegonhas, o símbolo da
cidade. Sua exposição ao sol ou sua brancura à noite são poemas silenciosos, ao
contrário da “gritaria” das golondrinas, pássaros a quem damos o nome, aqui, de
andorinhas, ao final dos dias.
A comida extremeña é pesada, à base de ovo e carne de jamón,
que é o nosso porco. Tudo tem jamón no meio – do café da manhã ao jantar. O
jamón ibérico é o preferido e mais caro. São porcos, à vezes cruzados com
javalis, que se criam em liberdade no pasto, comendo bellotas, que é uma
espécie de fruta. O costume de comer jamón (ou porco) resistiu na Extremadura,
apesar de 700 anos de dominação mulçumana na região.
Os
restaurantes, os bares, as ruas, tudo parece cheirar carne de porco. E isto,
parece-me, explica o grande gosto de nossa família por pratos preparados com
esta carne, especialmente o torresmo (ai, meu Deus!). Ah, sim, além de comer
jamón, eles gostam muito também do licor de bellota.
Além de jamón, em tudo há huevo. É ovo frito, cozido, em
todas as refeições. Um dos pratos preferidos é o “migas”, uma mistura de pão
com linguiça e, claro, ovo, além da gordura de porco. O vinho também é uma
preferência. Aliás, os cacereños produzem e bebem muito vinho. Bebem a ótima
cerveza San Miguel, amarga e densa, bebem licor, vinho, vinho, vinho.
Outra marca familiar: eles adoram doces. E muito doces. Hay
siempre dulce e mais dulce. A sopa também, como para os Monteiro e os Galiego,
é uma verdadeira obrigação. À noite, não adianta procurar por bares,
restaurantes, padarias etc. pois não se acha, nem por reza, uma tostada (pão e
manteiga) com café e leite. Em nenhum lugar da cidade, nem na Monumental e nem
na “Nueva”. Não há. Eles mostram o cardápio, sempre com três composições –
entrada (há sopas castellanas), prato principal (e lá vem o jamón) e sobremesa
(sempre um doce muito doce).
Brigas de galos e touradas
Descobri, logo no primeiro dia, no bar da Ferroviária, mais
um costume familiar: eles misturam sempre no pão manteguilla com mermelada. Ou
seja, o salgado e o doce. E isto ocorre em todos os lugares. Viram? Eu vejo
nisto um hábito nosso, cultivado pelos nossos pais e por vários de nós.
As marcas estão por todas as partes e me
emocionaram. Por exemplo, em um livro do Pérez Mateos que li no hotel: “Cáceres,
cruel y sangriento em lãs luchas de gallos – y lãs apuestas, uma vez levantada
la prohibiciòn del juego – y aquel personaje, Diego Regulo, que possue un gallo
tan triunfador...”. Pois é, as brigas de galos tão presentes nas vidas de
nossos pais, tios e nas nossas (dos primos mais velhos) também foram importadas
de lá. Sangram em nosso passado recente.
Sangram assim como as corridas de touros, que só acontecem em
maio na Plaza de Toros em Cáceres. Visitei uma delas, erguida em 1846. As
touradas, com sua matança, assim como seu caráter cultural, ainda são
permitidas e muito assistidas em Cáceres, Valência e Madrid. Olé!
Os porcos, os touros, os galos de briga, as paisagens nos
remetem sempre a uma herança rural, que temos muito forte dentro de nós e que
ainda geme, mesmo silente, com o badalar do sino com o Ângelus, nos finais dos
dias em Presidente Bernardes. É assim também com a religiosidade que se vê não
só em Cáceres, mas em toda a Espanha, profundamente católica. A religiosidade
de nossa família tem forte eco em nossos antecessores e nos locais onde
viveram.
Um
coração achado e perdido
As palavras, escritas ou faladas, não parecem dar conta do
que se tem para descrever da parte velha de Cáceres, uma cidadezinha que se
amiúda em nosso viver, espírito e alma. Nela, os dias passam mornos, sem o
tormento de automóveis ou os sons frenéticos da sua outra banda urbana ou de
todas as cidades modernas. O seu andar é íntimo e monótono, como convém a uma
cidade de pedra, com a história grudada em sua pele. Li, em algum lugar, por
lá, algo que define o que estou tentando dizer: “Los instantes, las lunes y las
sombras de muchos dias y muchas noches el la sentido la caricia de las manos
cálidas de um Cáceres único y eterno”.
Pensei em tudo isto na manhã da volta, muito cedo, na mesma
Ferroviária, em direção a Atocha, em Madrid. No caminho, embalado pelos sonhos
e sons dos trilhos da infância, houve onze paradas, das quais me lembro de
Cañaveral, Casas Millan, Miravete, Mirabel, Plasência, Trujillo, Talavera de la
Reina, Illescas, Oropesa, Torrijos e de outra,
cujo nome esqueci. São cidadezinhas de pedra, como Cáceres. A terra,
pelo campo, é empedrada. A vegetação é rasteira, quase linear. Mas, há uma
infinidade de oliveiras, parreirais e gado. As cercas são feitas de pedras,
assim como as habitações rurais. São paisagens de filmes ou guardadas em nossa
memória afetiva, cortada por estradazinhas brancas.
O
nome para a região, Extremadura, explicaram-me, vem das agruras do clima –
muito frio no inverno, com vários graus abaixo de zero, e muito quente no
verão, o calor é abrasador, além da dureza do chão. O trem segue, passando por
essas cidadezinhas, recolhendo poucos espanhóis e seu idioma forte, sem muitos
adornos, que soa familiar e agradável, apesar da velocidade da entonação.
Há um livro de coisas para eu contar. E há uma determinação
de achar o povoado onde esta família, que hoje passa das 160 pessoas, nasceu e
de onde se aventurou a viajar para o Brasil. O cordão umbilical é elástico.
Penso em Cáceres – te deixo com o coração rojo, achado e perdido,
sem bússolas, enterrado nas curvas do tempo, vapor de lágrimas e pedras nos
olhos.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
La ceguera moral
Fernando Vallejo, no El País
La foto impúdica que publicó EL PAÍS el domingo en primera plana del
rey Borbón y otro cazador, ambos con escopetas y atrás de ellos el
elefante que acababan de matar, me produjo, ¡otra vez!, un sentimiento
que en mí se ha vuelto recurrente: asco a la humanidad. Yo he visto de
niño las fotos de los decapitados de mi país, en hileras de decenas, y a
veces de centenares, de campesinos conservadores o liberales descalzos
(pues entonces no tenían ni con qué comprar zapatos) y con las cabezas
cortadas a machete y acomodadas a los cuerpos a la buena de Dios: eran
las del enfrentamiento entre el partido conservador y el partido liberal
colombianos, que a mediados del siglo que acaba de pasar se estaban
exterminando en esa guerra civil no declarada que conocimos como la
Violencia, así, con mayúscula como se pone en España el “Rey”, y que
incendió y devastó el campo de Colombia.
Ninguna de esas fotos me produjo tanto dolor, tanta perturbación como esta del periódico español. Tal vez porque desde niño no quiero a los seres humanos pero sí a los elefantes. O tal vez por lo que enmarca la foto: arriba el nombre del periódico, EL PAÍS, el único que ha llegado ser transnacional en nuestro idioma, pues ni La Nación de Buenos Aires, el diario de los Mitre, con lo grande que fue, lo logró: trascender las fronteras nacionales para ir a los cuatro rumbos del ámbito hispánico, por sobre el mismo mar. Y debajo de EL PAÍS el encabezado, el titular, insulso, banal, perverso: 'El Rey es operado de la cadera al caerse en un safari en Botsuana'.
La tragedia era esa, que el Rey con mayúscula se había roto la cadera en un safari, no que acababa de matar a un animal hermoso, inocente, que ningún daño le había hecho. Para EL PAÍS la matanza de animales grandes por diversión en África es un simple safari: para mí es un asesinato. Y adentro del periódico, llenando dos páginas, la crónica banal del percance y otra foto del Rey con el mismo cazador y adelante de ellos dos búfalos que acaban de matar. Un destino habitual para la caza mayor, dice el correspondiente titular. “España es de los países que más trofeos de grandes especies importa de África. Matar un elefante en Botsuana sale por más de 44.000 euros”. Y que “los médicos le han tenido que colocar al Rey una prótesis que sustituye la cabeza del fémur y la zona donde esta se ensambla con la pelvis”, etcétera, en ese tono neutro, imparcial, que es el que le corresponde a un gran periódico.
De entonces acá, en las horas que han pasado, ha venido la condena en las redes sociales de Internet de muchos españoles indignados porque el Rey se está gastando el dinero público en diversiones cuando España pasa por uno de sus peores momentos, o porque la Casa del Rey no le informó al presidente de su viaje, o por razones así. ¿Y es que alguna vez le informó a alguien cuando se iba a Rumanía a cazar osos con Ceausescu? Todavía en 2004, tiempo después de la caída del tirano, seguía yendo a lo mismo. El 12 de octubre de ese año el periódico Romania Libera de Bucarest informó de su cacería en la región rumana de Covasna, al pie de los Cárpatos, en que mató a escopetazos a nueve osos, una osa gestante y un lobo y dejó malheridos de bala a varios otros animales que medio centenar de ojeadores le iban poniendo a su alcance, de suerte que los pudiera abatir sin riesgo alguno. Varios miembros de la policía secreta rumana disfrazados de campesinos e infiltrados entre los ojeadores protegían de los osos y de cuanto peligro se pudiera presentar al distinguido personaje. La cacería o masacre tuvo lugar desde el viernes 8 de octubre al domingo 10 y la organizó la empresa Abies Hunting, experta en safaris. El Rey había llegado al aeropuerto Otopeni de Bucarest en su jet privado, y escoltado por 10 patrullas de la policía y varios vehículos de acompañamiento protocolario se había trasladado a las cabañas que tenía antes Ceausescu para sus cacerías en la región. Los lugareños de Covasna le depararon al Rey español un cálido recibimiento folclórico vestidos con trajes típicos y lo agasajaron con palinca, un aguardiente de ciruela.
Así que lo de matar animales grandes como el elefante y los búfalos de la semana pasada no es cosa nueva: le viene de lejos al Rey. Y se la va a dejar de herencia, junto con un dineral, a su nieto, quien se acaba de herir un pie por andar jugando con escopetas. ¿Qué irá a cazar este niño cuando crezca y le permitan sus padres ir de cacería? ¿Elefantes? ¿Osos? ¿Búfalos? Ya no van a quedar. Para entonces su abuelo habrá acabado con todos. Aunque las posibilidades que tiene el niño en cuestión de reemplazar andando el tiempo a su abuelo en su altísima dignidad son pocas, alguna hay. Estaría perfecto ahí, como fabricado a la medida del puesto. Es el Rey que se merece España, el país que despeña cabras desde los campanarios de sus pueblos para celebrar, con la bendición de la Iglesia, la fiesta del santo patrono.
Ninguna de esas fotos me produjo tanto dolor, tanta perturbación como esta del periódico español. Tal vez porque desde niño no quiero a los seres humanos pero sí a los elefantes. O tal vez por lo que enmarca la foto: arriba el nombre del periódico, EL PAÍS, el único que ha llegado ser transnacional en nuestro idioma, pues ni La Nación de Buenos Aires, el diario de los Mitre, con lo grande que fue, lo logró: trascender las fronteras nacionales para ir a los cuatro rumbos del ámbito hispánico, por sobre el mismo mar. Y debajo de EL PAÍS el encabezado, el titular, insulso, banal, perverso: 'El Rey es operado de la cadera al caerse en un safari en Botsuana'.
La tragedia era esa, que el Rey con mayúscula se había roto la cadera en un safari, no que acababa de matar a un animal hermoso, inocente, que ningún daño le había hecho. Para EL PAÍS la matanza de animales grandes por diversión en África es un simple safari: para mí es un asesinato. Y adentro del periódico, llenando dos páginas, la crónica banal del percance y otra foto del Rey con el mismo cazador y adelante de ellos dos búfalos que acaban de matar. Un destino habitual para la caza mayor, dice el correspondiente titular. “España es de los países que más trofeos de grandes especies importa de África. Matar un elefante en Botsuana sale por más de 44.000 euros”. Y que “los médicos le han tenido que colocar al Rey una prótesis que sustituye la cabeza del fémur y la zona donde esta se ensambla con la pelvis”, etcétera, en ese tono neutro, imparcial, que es el que le corresponde a un gran periódico.
De entonces acá, en las horas que han pasado, ha venido la condena en las redes sociales de Internet de muchos españoles indignados porque el Rey se está gastando el dinero público en diversiones cuando España pasa por uno de sus peores momentos, o porque la Casa del Rey no le informó al presidente de su viaje, o por razones así. ¿Y es que alguna vez le informó a alguien cuando se iba a Rumanía a cazar osos con Ceausescu? Todavía en 2004, tiempo después de la caída del tirano, seguía yendo a lo mismo. El 12 de octubre de ese año el periódico Romania Libera de Bucarest informó de su cacería en la región rumana de Covasna, al pie de los Cárpatos, en que mató a escopetazos a nueve osos, una osa gestante y un lobo y dejó malheridos de bala a varios otros animales que medio centenar de ojeadores le iban poniendo a su alcance, de suerte que los pudiera abatir sin riesgo alguno. Varios miembros de la policía secreta rumana disfrazados de campesinos e infiltrados entre los ojeadores protegían de los osos y de cuanto peligro se pudiera presentar al distinguido personaje. La cacería o masacre tuvo lugar desde el viernes 8 de octubre al domingo 10 y la organizó la empresa Abies Hunting, experta en safaris. El Rey había llegado al aeropuerto Otopeni de Bucarest en su jet privado, y escoltado por 10 patrullas de la policía y varios vehículos de acompañamiento protocolario se había trasladado a las cabañas que tenía antes Ceausescu para sus cacerías en la región. Los lugareños de Covasna le depararon al Rey español un cálido recibimiento folclórico vestidos con trajes típicos y lo agasajaron con palinca, un aguardiente de ciruela.
Así que lo de matar animales grandes como el elefante y los búfalos de la semana pasada no es cosa nueva: le viene de lejos al Rey. Y se la va a dejar de herencia, junto con un dineral, a su nieto, quien se acaba de herir un pie por andar jugando con escopetas. ¿Qué irá a cazar este niño cuando crezca y le permitan sus padres ir de cacería? ¿Elefantes? ¿Osos? ¿Búfalos? Ya no van a quedar. Para entonces su abuelo habrá acabado con todos. Aunque las posibilidades que tiene el niño en cuestión de reemplazar andando el tiempo a su abuelo en su altísima dignidad son pocas, alguna hay. Estaría perfecto ahí, como fabricado a la medida del puesto. Es el Rey que se merece España, el país que despeña cabras desde los campanarios de sus pueblos para celebrar, con la bendición de la Iglesia, la fiesta del santo patrono.
Fernando Vallejo es escritor. Autor de La virgen de los sicarios, ha ganado el último Premio FIL de la Feria del Libro de Guadalajara.
sábado, 14 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
A Globo censurou Chico Pinheiro?
É a pergunta que faz quem assistiu à última matéria do Bom Dia Brasil (a grafia correta é Bom-Dia) de hoje, quarta-feira, 04 de abril. A reportagem mostrou que nove entre dez sucessos da música (???) brasileira são sertanejos (breganejos ou sertanojos, se você preferir). E dá-lhe cantoria com os jacus.
Ao final, o apresentador Chico Pinheiro fez curto e incisivo discurso, do tipo "e o Brasil, que nos deu Ary Barroso e Chico Buarque? Agora é tcharara, tchururu".
A belísima Renata Vasconcelos ainda tentou consertar com um "mas tem espaço pra todos".
Chico Pinheiro, que apresenta um ótimo programa musical na Globo News, não se conteve, continuou puto da vida e repetiu: "É, tcharara, tchruru. Bom-dia."
E cadê a censura?
Assista à reprise da matéria em
http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/brasileiros-sao-conquistados-pela-musica-sertaneja/1888098/
Cadê o comentário do Chico Pinheiro?
Sumiu no tcharara, tchururu.
Essa Globo é uma coisa.
Ampla solidariedade ao corajoso Chico Pinheiro.
Ao final, o apresentador Chico Pinheiro fez curto e incisivo discurso, do tipo "e o Brasil, que nos deu Ary Barroso e Chico Buarque? Agora é tcharara, tchururu".
A belísima Renata Vasconcelos ainda tentou consertar com um "mas tem espaço pra todos".
Chico Pinheiro, que apresenta um ótimo programa musical na Globo News, não se conteve, continuou puto da vida e repetiu: "É, tcharara, tchruru. Bom-dia."
E cadê a censura?
Assista à reprise da matéria em
http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/brasileiros-sao-conquistados-pela-musica-sertaneja/1888098/
Cadê o comentário do Chico Pinheiro?
Sumiu no tcharara, tchururu.
Essa Globo é uma coisa.
Ampla solidariedade ao corajoso Chico Pinheiro.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Michael Jordan, há 30 anos
Roubado do El País
—¿Tú crees que ha sido un gran tiro? ¿Crees que la gente lo recordará?
—Michael, ha sido el tiro más importante que hayas metido jamás.
—Pero no ha sido sobre la bocina.
—Michael, será el más importante de tu carrera.
—Ya veremos...
El diálogo entre Michael Jordan y su excompañero Buzz Petersen, en los vestuarios del Superdome de Nueva Orleans donde el 29 de marzo de 1982 se disputó la final de la Liga Universitaria entre Carolina del Norte y Georgetown, revela la inopia de aquel chaval de 19 años en torno a lo que acababa de conseguir y, al mismo tiempo, su mayúscula ambición. La pasada madrugada, aquel episodio, del que se acaban de cumplir 30 años, habrá sido rememorado con ocasión de la final que enfrentaba esta vez a unas de las universidades con más títulos, Kentucky y Kansas.
“Aquel tiro dio inicio a la leyenda de Michael Jordan”, afirmó tiempo después John Thompson, el entrenador de Georgetown. Carolina del Norte venció por 63-62 gracias al lanzamiento en suspensión de Jordan, cuando faltaban 17 segundos para el final. Por entonces, en su segundo año universitario, era poco más que un telonero. Las estrellas de Carolina del Norte eran James Worthy, elegido MVP, y Sam Perkins; la de Georgetown, Patrick Ewing. Aunque Jordan ya había sido elegido el mejor jugador de primer año en la Conferencia del Atlántico, todavía no se esperaba tanto de él.
La igualdad presidió el partido. El marcador cambió hasta 15 veces de signo. A poco menos de un minuto para el final, Eric Sleepy Floyd, otra de las figuras en ciernes, adelantó a Georgetown, 61-62. Entonces, el entrenador de Carolina del Norte, Dean Smith, el mismo que había sermoneado durante meses a Jordan y le había amenazado con dejarle sin jugar si no pasaba más el balón, recurrió a su plan B. El A consistía en meter el balón dentro de la pintura para Worthy. Pero Thompson tenía más que cubierta esa opción, que caía por su propio peso.
Aquella jugada cambió la vida de Smith, que había llevado seis veces a Carolina del Norte a la final pero no había ganado ninguna, y, por supuesto, la de Michael Jordan. “No vi cómo entraba”, declaró poco después Jordan. “Simplemente recé para que acabara entrando. Nunca miré la bola”. Tiempo después, confesó que aquel tiro supuso el momento más crucial de su carrera.
Un año después fue elegido el mejor jugador universitario. A partir de ahí, fue dos veces campeón olímpico, ganó seis anillos en la NBA con los Bulls de Chicago, entre 1991 y 1998, y todavía mantiene, entre otros récords, los de mejores promedios anotadores a lo largo de su carrera tanto en la fase regular (30,21 puntos) como en los playoffs (33,45).
Nunca olvidó su aprendizaje en Carolina del Norte y por eso siempre jugó con una camiseta de la universidad bajo las dos que defendió como jugador de la NBA: Chicago (1984-1998) y Washington (2001-2003).
—Michael, ha sido el tiro más importante que hayas metido jamás.
—Pero no ha sido sobre la bocina.
—Michael, será el más importante de tu carrera.
—Ya veremos...
El diálogo entre Michael Jordan y su excompañero Buzz Petersen, en los vestuarios del Superdome de Nueva Orleans donde el 29 de marzo de 1982 se disputó la final de la Liga Universitaria entre Carolina del Norte y Georgetown, revela la inopia de aquel chaval de 19 años en torno a lo que acababa de conseguir y, al mismo tiempo, su mayúscula ambición. La pasada madrugada, aquel episodio, del que se acaban de cumplir 30 años, habrá sido rememorado con ocasión de la final que enfrentaba esta vez a unas de las universidades con más títulos, Kentucky y Kansas.
“Aquel tiro dio inicio a la leyenda de Michael Jordan”, afirmó tiempo después John Thompson, el entrenador de Georgetown. Carolina del Norte venció por 63-62 gracias al lanzamiento en suspensión de Jordan, cuando faltaban 17 segundos para el final. Por entonces, en su segundo año universitario, era poco más que un telonero. Las estrellas de Carolina del Norte eran James Worthy, elegido MVP, y Sam Perkins; la de Georgetown, Patrick Ewing. Aunque Jordan ya había sido elegido el mejor jugador de primer año en la Conferencia del Atlántico, todavía no se esperaba tanto de él.
La igualdad presidió el partido. El marcador cambió hasta 15 veces de signo. A poco menos de un minuto para el final, Eric Sleepy Floyd, otra de las figuras en ciernes, adelantó a Georgetown, 61-62. Entonces, el entrenador de Carolina del Norte, Dean Smith, el mismo que había sermoneado durante meses a Jordan y le había amenazado con dejarle sin jugar si no pasaba más el balón, recurrió a su plan B. El A consistía en meter el balón dentro de la pintura para Worthy. Pero Thompson tenía más que cubierta esa opción, que caía por su propio peso.
Aquella jugada cambió la vida de Smith, que había llevado seis veces a Carolina del Norte a la final pero no había ganado ninguna, y, por supuesto, la de Michael Jordan. “No vi cómo entraba”, declaró poco después Jordan. “Simplemente recé para que acabara entrando. Nunca miré la bola”. Tiempo después, confesó que aquel tiro supuso el momento más crucial de su carrera.
Un año después fue elegido el mejor jugador universitario. A partir de ahí, fue dos veces campeón olímpico, ganó seis anillos en la NBA con los Bulls de Chicago, entre 1991 y 1998, y todavía mantiene, entre otros récords, los de mejores promedios anotadores a lo largo de su carrera tanto en la fase regular (30,21 puntos) como en los playoffs (33,45).
Nunca olvidó su aprendizaje en Carolina del Norte y por eso siempre jugó con una camiseta de la universidad bajo las dos que defendió como jugador de la NBA: Chicago (1984-1998) y Washington (2001-2003).
quarta-feira, 28 de março de 2012
Festa no céu
Foto do CPDOC do Jornal do Brasil. As duas abaixo vieram do portal Brasil 247 e do site do Millôr, respectivamente.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Shalom
Pacifistas de Israel lançaram uma campanha pela paz de seu país com o Irã, na tentativa de conscientizar a população de que o povo iraniano não representa ameaça. Os militantes sabem como se começa, mas nem sequer imaginam como terminaria um ataque "preventivo" ao país de Ahmadinejad.
Belíssima campanha.
Belíssima campanha.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Quando Thor encontrou Wanderson
Paulo Nogueira, no Brasil 247
Os dois têm, em comum, o nome estranho e improvável e a nacionalidade brasileira.
Thor e Wanderson.
O resto são diferenças que jamais os levariam a se encontrar. Thor, 1%, para usar a expressão consagrada no protesto Ocupe Wall St, anda num carro de quase 3 milhões de reais, uma McLaren. As multas por excesso de velocidade que Thor recebeu no período “probatório”, em que o motorista é testado logo depois de receber carteira de motorista, deveriam tê-lo impedido de dirigir. Mas regras no Brasil não costumam ser aplicadas para o 1%. A família de Thor tem dinheiro e as conexões que isso traz: não há muito tempo, o governador do Estado tomou carona no helicóptero do pai de Thor, um homem cuja maior ambição não é ser o homem mais sábio do mundo, ou o mais feliz, ou o mais generoso — e sim o mais rico, um recordista de moedas.
Wanderson é o 99%. Bicicleta em vez de McLaren, e não por modismo ou por consciência ecológica. Simplesmente por necessidade. Feio por não ter a boniteza outorgada pelo dinheiro: não poderia comprar o corpo de jogador de rugby adquirido por Thor com duas horas de exercícios diárias, e nem as roupas, e nem os produtos de beleza. Pobre não pode aspirar a grandes feitos estéticos, e nem pequenos, para ser franco.
Contra todas as probabilidades, Thor e Wanderson, com suas vidas paralelas e opostas, acabaram se encontrando na noite de sábado, numa estrada. Foi um encontro rápido. Thor em sua McLaren e Wanderson em sua bicicleta. Thor mal viu Wanderson. Salvo em circunstâncias excepcionais, os 99% são invisíveis.
No final da reunião relâmpago, Wanderson estava em pedaços, destruído pela McLaren. A imprudência, segundo o pai de Thor, foi de Wanderson. Não há surpresa nisso porque no Brasil a culpa sempre foi dos 99%.
E agora Thor retoma sua vida de herdeiro enquanto Wanderson lentamente vai desaparecendo de nossas mentes e de nossas conversas até ser devolvido à miserável invisibilidade em que esteve imerso até o breve encontro de sábado à noite.
Os dois têm, em comum, o nome estranho e improvável e a nacionalidade brasileira.
Thor e Wanderson.
O resto são diferenças que jamais os levariam a se encontrar. Thor, 1%, para usar a expressão consagrada no protesto Ocupe Wall St, anda num carro de quase 3 milhões de reais, uma McLaren. As multas por excesso de velocidade que Thor recebeu no período “probatório”, em que o motorista é testado logo depois de receber carteira de motorista, deveriam tê-lo impedido de dirigir. Mas regras no Brasil não costumam ser aplicadas para o 1%. A família de Thor tem dinheiro e as conexões que isso traz: não há muito tempo, o governador do Estado tomou carona no helicóptero do pai de Thor, um homem cuja maior ambição não é ser o homem mais sábio do mundo, ou o mais feliz, ou o mais generoso — e sim o mais rico, um recordista de moedas.
Wanderson é o 99%. Bicicleta em vez de McLaren, e não por modismo ou por consciência ecológica. Simplesmente por necessidade. Feio por não ter a boniteza outorgada pelo dinheiro: não poderia comprar o corpo de jogador de rugby adquirido por Thor com duas horas de exercícios diárias, e nem as roupas, e nem os produtos de beleza. Pobre não pode aspirar a grandes feitos estéticos, e nem pequenos, para ser franco.
Contra todas as probabilidades, Thor e Wanderson, com suas vidas paralelas e opostas, acabaram se encontrando na noite de sábado, numa estrada. Foi um encontro rápido. Thor em sua McLaren e Wanderson em sua bicicleta. Thor mal viu Wanderson. Salvo em circunstâncias excepcionais, os 99% são invisíveis.
No final da reunião relâmpago, Wanderson estava em pedaços, destruído pela McLaren. A imprudência, segundo o pai de Thor, foi de Wanderson. Não há surpresa nisso porque no Brasil a culpa sempre foi dos 99%.
E agora Thor retoma sua vida de herdeiro enquanto Wanderson lentamente vai desaparecendo de nossas mentes e de nossas conversas até ser devolvido à miserável invisibilidade em que esteve imerso até o breve encontro de sábado à noite.
Imprensa ecológica
Do Jornalistas & Cia
O Diário do Comércio de São
Paulo publicou em sua edição desta 3ª.feira (20/3) uma experiência que vinha conduzindo
em segredo desde novembro sem que leitores ou a própria gráfica percebessem. Todo
o texto do jornal, exceto títulos e olhos, na capa e páginas internas, foi
passado para Ecofont Sans, fonte criada pela empresa holandesa Ecofont,
premiada por software que economiza
toner e cartucho em impressoras.
Segundo o diretor de Redação
Moisés
Rabinovici, “nós a procuramos para saber se podíamos usar seus tipos
furadinhos numa rotativa. Topado o desafio, em 2011, recebemos um piloto de
fonte, agora finalizado. A Ecofont calcula que poderemos economizar até
30% em tinta. E hoje, junto com a primeira edição em Ecofont Sans, ela está
distribuindo um press-release na
Europa anunciando a nossa experiência, que poderá lhe render os jornais
europeus, tão ciosos dos três “p” em inglês – pessoas, planeta e profit (lucro)”.
A ideia de buscar a Ecofont
partiu do próprio Rabinovic. “Num dia de setembro de 2011 encontrei na web, navegando, uma referência à
Ecofont. Fui à origem, no site
holandês, e escrevi lá a pergunta: ‘O princípio da economia na printer se aplicaria para a impressão de
um jornal?’. A resposta veio dois dias depois. Um dos criadores do programa,
Rick van den Bos, respondeu que não sabiam, talvez sim, e que poderíamos
testar. Estabelecemos o diálogo, ele foi me dando o caminho das pedras e uma
fonte para teste”, conta o diretor.
Ele comenta também que a
Ecofont Sans não altera o trabalho de diagramação do jornal: “Não muda, porque
imprimimos um mesmo texto em várias fontes, descobrindo, assim, que a Ecofont é
mais espaçosa, como a Verdana. Na verdade, numa coluna em Arial sobram três
linhas em Ecofont. Daí para a frente, sem problema. É bom lembrar que, se fosse
detentor do copyright da Times [New Roman], por exemplo, o
Diário do Comércio poderia usá-la furada. A Ecofont Sans foi feita
especialmente para nosso uso, depois que a Arial considerou que os jornais são
um mercado diferente das impressoras em corporações, bancos, departamentos de
governo, onde ela é uma das disponíveis no pacote da Ecofont. Entendi nas
conversas com a Ecofont que as fontes usadas pelos jornais, se compradas, não
terão problemas de copyright para se
tornarem, furadas, mais econômicas. A Century Gothic, a fonte naturalmente mais
econômica que existe, ficou ainda mais econômica depois de passada pelo
processo da Ecofont”.
Rabinovici explica que a
utilização da nova fonte foi feita aos poucos e que não houve qualquer manifestação
dos leitores comentando que haviam notado modificações, muito menos reclamando.
“Rodamos primeiro um box, com medo de
que poderia sair branco. Passamos depois para uma matéria inteira. Depois,
páginas. E por meses testamos páginas sem que leitores e a própria gráfica
percebessem. Quando disse ao publisher
do jornal, Rogério Amato, que estávamos usando uma fonte furadinha, ele reagiu:
‘Tá brincando!’. Aí forneci-lhe uma lupa e ele ficou ali olhando e repetindo: ‘Impressionante!’.
A ideia é daquelas tão simples que qualquer pessoa poderia ter tido, só que
quem a teve primeiro – e a patentearam – foram os holandeses da Spranq, depois
batizada, para o novo produto, de Ecofont”, conclui.
Rick van den Bos,
proprietário e fundador da Ecofont, escreveu estar muito satisfeito que
Rabinovici “tenha consciência de que os jornais também devem diminuir o impacto
ambiental em sua rotina e muito feliz que tenha comprovado que a Ecofont é um efeito
sustentável para o jornal".
Alexander Kraaij, cofundador
e criador da Ecofont, afirmou concordar, embora ressalvando que “é claro que uma
empresa holandesa preferiria que um jornal holandês fosse o primeiro a adotar o
software, mas em contato com empresas
brasileiras observamos que elas são empreendedoras e decididas. Por isso,
estamos ansiosos para entrar no mercado brasileiro e muito orgulhosos por ter um
jornal brasileiro como o primeiro no mundo a ser editado com Ecofont”.
O programa oferece um software autossuficiente e completo para
ser usado em impressões com fontes como Arial, Calibri, Verdana, Trebuchet e
Times New Roman, criando furos nas letras sem afetar a legibilidade. No Brasil,
a Ecofont também foi testada e aprovada pela Advocacia-Geral da União (AGU). Em
2009, a Comissão da Agenda Ambiental da AGU, em Brasília, liberou a Ecofont
durante um mês para seus funcionários e comprovou que se todos usassem o software a economia giraria em torno de
R$ 500 mil anuais.
Para usuários domésticos, a
Ecofont está disponível em www.ecofont.com.
quinta-feira, 15 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Yoani, a farsante
Do portal Brasil 247
A famosa opositora do governo cubano, a blogueira Yoani Sánchez, não passa de uma impostora, segundo o jornalista francês Salim Lamrani, professor graduado na Universidade de Sorbonne, em Paris, e especialista nas relacões entre Cuba e Estados Unidos. De acordo com uma investigação conduzida por ele, o perfil de Yoani Sánchez no Twitter é seguido por milhares de pessoas e perfis fantasmas.
Yoani se vangloria de ter 214 mil seguidores no Generación Y, o mesmo nome de seu blog. No entanto, ela é seguida por apenas 32 cubanos – um número muito pequeno para quem é tida como a dissidente cubana mais influente da ilha. Para conquistar o restante de sua lista, ela segue 80 mil pessoas no Twitter, uma forma de receber em troca novos usuários. E assim mesmo, 47 mil perfis que figuram na sua página seriam falsos.
A revelação é chocante, levando em consideração que nunca um dissidente cubano – e de nenhum outro lugar no mundo – conseguiu tantos prêmios internacionais em tão pouco tempo. A tal fama a rendeu dinheiro suficiente para viver tranquilamente em Cuba até o resto de sua vida.
O estudo revela que o grande responsável pela brilhante camapanha de marketing de Yoani é o estado norte-americano. Vazamentos recentes do Wikileaks indicam que, em conversas internas, funcionários do governo americano mostram preocupação com as mensagens pessoais da blogueiras, que poderiam comprometê-la internacionalmente.
Foram esses mesmos funcionários que armaram em 2009, a entrevista que o presidente Barack Obama havia concedido à Yoani Sánchez. O fato ganhou grande repercussão na mídia internacional, mas documentos divulgados pelo Wikileaks revelaram que foi um membro da representação diplomática estadunidense, em Havana, quem, de fato, redigiu as respostas.
A famosa opositora do governo cubano, a blogueira Yoani Sánchez, não passa de uma impostora, segundo o jornalista francês Salim Lamrani, professor graduado na Universidade de Sorbonne, em Paris, e especialista nas relacões entre Cuba e Estados Unidos. De acordo com uma investigação conduzida por ele, o perfil de Yoani Sánchez no Twitter é seguido por milhares de pessoas e perfis fantasmas.
Yoani se vangloria de ter 214 mil seguidores no Generación Y, o mesmo nome de seu blog. No entanto, ela é seguida por apenas 32 cubanos – um número muito pequeno para quem é tida como a dissidente cubana mais influente da ilha. Para conquistar o restante de sua lista, ela segue 80 mil pessoas no Twitter, uma forma de receber em troca novos usuários. E assim mesmo, 47 mil perfis que figuram na sua página seriam falsos.
A revelação é chocante, levando em consideração que nunca um dissidente cubano – e de nenhum outro lugar no mundo – conseguiu tantos prêmios internacionais em tão pouco tempo. A tal fama a rendeu dinheiro suficiente para viver tranquilamente em Cuba até o resto de sua vida.
O estudo revela que o grande responsável pela brilhante camapanha de marketing de Yoani é o estado norte-americano. Vazamentos recentes do Wikileaks indicam que, em conversas internas, funcionários do governo americano mostram preocupação com as mensagens pessoais da blogueiras, que poderiam comprometê-la internacionalmente.
Foram esses mesmos funcionários que armaram em 2009, a entrevista que o presidente Barack Obama havia concedido à Yoani Sánchez. O fato ganhou grande repercussão na mídia internacional, mas documentos divulgados pelo Wikileaks revelaram que foi um membro da representação diplomática estadunidense, em Havana, quem, de fato, redigiu as respostas.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
O futuro da geração Y
Da Reuters
Há uma boa chance de que os jovens que estão crescendo no moderno mundo conectado de hoje se tornem pessoas capazes de decisões ágeis e brilhantes, caso não se transformem em indivíduos incapazes de se concentrar pelo tempo necessário para ler um bom livro.
É o que dizem 1.021 profissionais da tecnologia, críticos e estudantes pesquisados pelo Pew Research Center. Eles se dividem praticamente meio a meio sobre o impacto da tecnologia onipresente em adolescentes e jovens da chamada "geração Y".
Na pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 55 por cento dos respondentes concordaram com a declaração de que, em 2020, os cérebros dos jovens terão "conexões" diferentes dos cérebros de pessoas com mais de 35 anos, permitindo bons resultados em termos de se localizar respostas rapidamente.
Mas 42 por cento dos entrevistados se declararam pessimistas, concordando com a afirmação de que, em 2020, os jovens usuários de tecnologia se distrairão facilmente, não terão capacidade para raciocínio em profundidade e se preocuparão apenas com satisfação instantânea.
"Existe uma tensão entre os aspectos positivos e negativos daquilo que prevemos", disse Janna Anderson, professora associada da Universidade Elon, na Carolina do Norte, e uma das responsáveis pelo estudo. "No momento, muitos dos entrevistados respondem que a vida deles já é assim. Estão todos antecipando que seja esse o desfecho", disse ela à Reuters.
As previsões da pesquisa atraem atenção porque um levantamento semelhante realizado no começo dos anos de 1990 previu com precisão os conflitos que surgiriam entre a tecnologia online e os direitos autorais, as instituições estabelecidas e a proteção da privacidade, disse Anderson.
Os entrevistados ofereceram previsões coerentes sobre a capacitação de que os jovens necessitarão em 2020. Entre elas estão a capacidade de solução de problemas de maneira colaborativa; a busca efetiva de informação online; e a avaliação da qualidade dessa informação.
"Em contraste, a capacidade de ler alguma coisa e refletir seriamente sobre ela durante algumas horas não será desimportante, mas terá menos importância, para a maioria das pessoas", disse Jonathan Grudin, diretor de pesquisa da Microsoft e um dos entrevistados no levantamento, em um comentário citado pelo Pew.
Muitos dos pesquisados apóiam reformas educacionais para tornar jovens distraídos mais capazes de se concentrar e lidar com tecnologias de conexões sempre ativas. Entre as sugestões estão espaços de descanso, meditação, áreas de silêncio e períodos afastados de dispositivos conectados à Internet.
Alvaro Retena, importante especialista em tecnologia da Hewlett-Packard, previu estagnação da tecnologia e mesmo na literatura, como resultado da redução dos períodos de concentração.
A pesquisa foi realizada online entre 28 de agosto e 31 de outubro de 2011. Quarenta por cento dos pesquisados são cientistas ou funcionários de uma faculdade ou universidade e 12 por cento trabalham para companhias de tecnologia da informação.
Há uma boa chance de que os jovens que estão crescendo no moderno mundo conectado de hoje se tornem pessoas capazes de decisões ágeis e brilhantes, caso não se transformem em indivíduos incapazes de se concentrar pelo tempo necessário para ler um bom livro.
É o que dizem 1.021 profissionais da tecnologia, críticos e estudantes pesquisados pelo Pew Research Center. Eles se dividem praticamente meio a meio sobre o impacto da tecnologia onipresente em adolescentes e jovens da chamada "geração Y".
Na pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 55 por cento dos respondentes concordaram com a declaração de que, em 2020, os cérebros dos jovens terão "conexões" diferentes dos cérebros de pessoas com mais de 35 anos, permitindo bons resultados em termos de se localizar respostas rapidamente.
Mas 42 por cento dos entrevistados se declararam pessimistas, concordando com a afirmação de que, em 2020, os jovens usuários de tecnologia se distrairão facilmente, não terão capacidade para raciocínio em profundidade e se preocuparão apenas com satisfação instantânea.
"Existe uma tensão entre os aspectos positivos e negativos daquilo que prevemos", disse Janna Anderson, professora associada da Universidade Elon, na Carolina do Norte, e uma das responsáveis pelo estudo. "No momento, muitos dos entrevistados respondem que a vida deles já é assim. Estão todos antecipando que seja esse o desfecho", disse ela à Reuters.
As previsões da pesquisa atraem atenção porque um levantamento semelhante realizado no começo dos anos de 1990 previu com precisão os conflitos que surgiriam entre a tecnologia online e os direitos autorais, as instituições estabelecidas e a proteção da privacidade, disse Anderson.
Os entrevistados ofereceram previsões coerentes sobre a capacitação de que os jovens necessitarão em 2020. Entre elas estão a capacidade de solução de problemas de maneira colaborativa; a busca efetiva de informação online; e a avaliação da qualidade dessa informação.
"Em contraste, a capacidade de ler alguma coisa e refletir seriamente sobre ela durante algumas horas não será desimportante, mas terá menos importância, para a maioria das pessoas", disse Jonathan Grudin, diretor de pesquisa da Microsoft e um dos entrevistados no levantamento, em um comentário citado pelo Pew.
Muitos dos pesquisados apóiam reformas educacionais para tornar jovens distraídos mais capazes de se concentrar e lidar com tecnologias de conexões sempre ativas. Entre as sugestões estão espaços de descanso, meditação, áreas de silêncio e períodos afastados de dispositivos conectados à Internet.
Alvaro Retena, importante especialista em tecnologia da Hewlett-Packard, previu estagnação da tecnologia e mesmo na literatura, como resultado da redução dos períodos de concentração.
A pesquisa foi realizada online entre 28 de agosto e 31 de outubro de 2011. Quarenta por cento dos pesquisados são cientistas ou funcionários de uma faculdade ou universidade e 12 por cento trabalham para companhias de tecnologia da informação.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Ceciliolândia seria o 21º maior Estado Brasileiro. O grileiro vencerá?
14/02/2012 - 11:20
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
De Belém (PA)
Como já é do conhecimento público, em 1999 escrevi uma matéria no meu Jornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná. Embora nascido em Óbidos, no Pará, Cecílio se estabeleceu 40 anos antes no Paraná. Fez fortuna com o uso de métodos truculentos. Nada era obstáculo para a sua vontade.
Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.
Os 5 milhões de hectares já constituem território bastante para abrigar um país, mas a ambição podia levar o empresário a se apossar de área ainda maior, de 7 milhões de hectares, o equivalente a 8% de todo o Pará, o segundo maior Estado da federação brasileira. Se fosse um Estado, a “Ceciliolândia” seria o 21º maior do Brasil.
A disputa entre o Estado do Pará e o empresário Cecílio do Rego Almeida começou em 1989 por uma ação movida pelo Iterpa. O processo tramitou na Justiça estadual até 1994, quando - misteriosamente - sumiu dos tribunais. O caso só voltou a julgamento em 2002/JORGE ARAÚJO |
Em 1996, na condição de cidadão, atendi a um chamado do advogado Carlos Lamarão Corrêa, diretor do Departamento Jurídico do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), e o ajudei a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros das terras usurpadas por C. R. Almeida, com a cumplicidade da titular do cartório de registro de imóveis de Altamira e a ajuda de advogados inescrupulosos. A ação foi recebida pelo juiz da comarca, Torquato de Alencar, e feita a averbação da advertência de que aquelas terras não podiam ser comercializadas, por estarem sub-judice, passíveis de nulidade.
Usufruto da pilhagem
Os herdeiros do grileiro podem continuar na posse e no usufruto da pilhagem, apesar da decisão, porque a grilagem recebeu decisão favorável dos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Cabral Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado. Deve-se salientar que essas foram as únicas decisões favoráveis ao grileiro nas instâncias oficiais, que reformaram a deliberação do juiz de Altamira.
Com o acúmulo de informações sobre o estelionato fundiário, os órgãos públicos ligados à questão foram se manifestando e tomando iniciativas para evitar que o golpe se consumasse. A Polícia Federal comprovou a fraude e só não prendeu o empresário porque ele já tinha mais de 70 anos. O próprio poder judiciário estadual, que perdeu a jurisdição sobre o caso, deslocado para a competência da justiça federal, a partir daí, impulsionado pelo Ministério Público Federal, tomando rumo contrário ao pretendido pelo grileiro, interveio no cartório Moreira, de Altamira, e demitiu todos os serventuários que ali trabalhavam, inclusive a escrivã titular, Eugênia de Freitas, por justa causa.
Carlos Lamarão, um repórter da revista Veja (que chegou a ser mantido em cárcere privado pelo empresário e ameaçado fisicamente) e o vereador Eduardo Modesto, de Altamira, processados na comarca de São Paulo por Cecílio Almeida, foram absolvidos pela justiça paulistana. O juiz observou que essas pessoas, ao invés de serem punidas, mereciam era homenagens por estarem defendendo o patrimônio público, ameaçado de passar ilicitamente para as mãos de um particular.
De toda história, eu acabei sendo o único punido. A ação do empreiteiro contra mim, como as demais, foi proposta no foro de São Paulo. Seus advogados sabiam muito bem que a sede da ação era Belém, onde o Jornal Pessoal circula. Eles queriam deslocar a causa por saberem das minhas dificuldades para manter um representante na capital paulista. A juíza que recebeu o processo, a meu pedido, desaforou a ação para Belém, como tinha que ser. Hoje, revendo o que passei nestes 11 anos de jurisdição da justiça do Pará, tenho que lamentar a mala suerte de não ter ficado mesmo em São Paulo, com todas as dificuldades que tivesse para acompanhar a tramitação do feito.
A ação foi abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida (foto) morreu, em agosto de 2008; mesmo que seus sucessores ou herdeiros não se tenham habilitado; mesmo que o advogado, que continuou a atuar nos autos, não dispusesse de um novo contrato para legalizar sua função /AJUR |
Condenação por juiz interino
A justiça de São Paulo foi muito mais atenta à defesa da verdade e da integridade de um bem público ameaçada por um autêntico “pirata fundiário”, do que a justiça do Pará, formada por homens públicos, que deviam zelar pela integridade do patrimônio do Estado contra os aventureiros inescrupulosos e vorazes. Esta expressão, “pirata fundiário”, C. R. Almeida considerou ofensiva à sua dignidade moral e as duas instâncias da justiça paraense sacramentaram como crime, passível de indenização, conforme pediu o controverso empreiteiro.
Mesmo tendo provado tudo que afirmei na primeira matéria e nas que a seguiram, diante da gravidade do tema, fui condenado, graças a outro ardil, montado para que um juiz substituto, em interinidade de fim de semana, pela ausência circunstancial da titular da 1ª vara cível de Belém, sem as condições processuais para sentenciar uma ação de 400 páginas, me condenasse a pagar ao grileiro indenização de 8 mil reais (em valores de então, a serem dramaticamente majorados até a execução da sentença), por ofensa moral.
A sentença foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em agosto de 2008; mesmo que seus sucessores ou herdeiros não se tenham habilitado; mesmo que o advogado, que continuou a atuar nos autos, não dispusesse de um novo contrato para legalizar sua função; mesmo que o tribunal, várias vezes alertado por mim sobre a deserção, tenha ignorado minhas petições; mesmo que, obrigado a extinguir a minha punibilidade, arquivando o processo, haja finalmente aberto prazo para a habilitação da parte ativa, que ganhou novo prazo depois de perder o primeiro; mesmo que a relatora, confrontada com a argüição da sua suspeição, que suscitei, diante de sua gravosa parcialidade, tenha simplesmente dado um “embargo de gaveta” ao pedido, que lhe incumbia responder de imediato, aceitando-o ou o rejeitando, suspendendo o processo e afastando-se da causa; mesmo que tudo que aleguei ou requeri tenha sido negado, para, ao final, a condenação ser confirmada, num escabroso crime político perpetrado pela maioria dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará que atuaram no meu caso, certamente inconformados com críticas e denúncias que tenho feito sobre o TJE nos últimos anos, nenhuma delas desmentida, a maioria delas também completamente ignorada pelos magistrados citados nos artigos. Em vez de cumprir as obrigações de sua função pública, eles preferem apostar na omissão e na desmemoria da população. E no acerto de contas com o jornalista incômodo.
Às vezes me sinto um Prometeu amazônico
Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer). Mas o presidente do STJ, em despacho deste dia 7, disponibilizado no dia 10 e a ser publicado no Diário da Justiça do dia 13, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: “falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos”.
Desde 1992, o jornalista foi processado 33 vezes. Nenhum dos autores dessas ações teve interesse em lhe mandar uma carta, no exercício de seu legítimo direito de defesa. O Jornal Pessoal publica todas, na íntegra, mesmo as ofensivas, ele garante /DIVULGAÇÃO |
Recentemente, a justiça brasileira impôs novas regras para o recebimento de agravos, exigindo dos recorrentes muita atenção na formação do instrumento, tantos são os documentos cobrados e as suas características. Podem funcionar como uma armadilha fatal, quando não são atendidas as normas formais do preparo. A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Participei pessoalmente da reunião dos documentos e do pagamento das despesas necessárias, junto com minha advogada, que é também minha prima e atua na questão gratuitamente (ou pró-bono, como preferem os profissionais). Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização que me foi imputada, mais uma, na sucessão de processos abertos contra mim pelos que, sendo poderosos, pretendem me calar, por incomodá-los ou prejudicar seus interesses, frequentemente alimentados pelo saque ao patrimônio público.
Desde 1992 já fui processado 33 vezes. Nenhum dos autores dessas ações teve interesse em me mandar uma carta, no exercício de seu legítimo direito de defesa. O Jornal Pessoal publica todas as cartas que lhe são enviadas, mesmo as ofensivas, na íntegra. Também não publicaram matérias contestando as minhas ou, por qualquer via, estabelecendo um debate público, por serem públicos todos os temas por mim abordados. Foram diretamente à justiça, certos de contarem com a cumplicidade daquele tipo de toga que a valente ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, disse esconderem bandidos, para me atar a essa rocha de suplícios, que, às vezes, me faz sentir no papel de um Prometeu amazônico.
Não por coincidência, fui processado pelos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Duarte, o primeiro tendo como seu advogado um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, à frente de uma das mais conceituadas bancas jurídicas do Distrito Federal. O ex-ministro José Eduardo Alckmin, que também advogava para a C. R. Almeida, veio a Belém para participar de uma audiência que durou cinco minutos. Mas impressionou pela sua presença. O madeireiro Wandeir dos Reis Costa também me processou. Ele funcionou como fiel depositário de milhares de árvores extraídas ilegalmente da Terra do Meio, que o Ibama apreendeu em Altamira. Embora se declarasse pobre, ele se ofereceu para serrar, embalar e estocar a madeira enquanto não fosse decidido o seu destino. Destino, aliás, antecipado pelo extravio de toras mantidas em confinamento no próprio rio Xingu. Uma sórdida história de mais um ato de pirataria aos recursos naturais da Amazônia, bem disfarçado.
Compromisso com a verdade
Apesar de todas essas ações e do martírio que elas criaram na minha vida nestes últimos 20 anos, mantenho meu compromisso com a verdade, com o interesse público e com uma melhor sorte para a querida Amazônia, onde nasci. Não gostaria que meus filhos e netos (e todos os filhos e netos do Brasil) se deparassem com espetáculos tão degradantes, como ver milhares de toras de madeira de lei, incluindo o mogno, ameaçado de ser extinto nas florestas nativas amazônicas, nas quais era abundante, sendo arrastadas em jangadas pelos rios por piratas fundiários, como o extinto Cecílio do Rego Almeida. Depois de ter sofrido todo tipo de violência, inclusive a agressão física, sei o que me espera. Mas não desistirei de fazer aquilo que me compete: jornalismo. Algo que os poderes, sobretudo o judiciário do Pará, querem ver extinto, se não puder ser domesticado conforme os interesses dos donos da voz pública.
Vamos tentar examinar o processo e recorrer, sabendo das nossas dificuldades para funcionar na justiça superior de Brasília, onde, como regra, minhas causas sempre foram vencedoras até aqui, mesmo sem representação legal junto aos tribunais do Distrito Federal. Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém nem para extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e chocou, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo. Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente.
Belém (PA), 11 de fevereiro de 2012
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