Se pretende mesmo continuar ganhando a vida repaginando políticos em época de eleições, Duda Mendonça devia pensar em abrir um salão de beleza. Os anos dourados dos mitos da propaganda política, se já não repetiam ultimamente o brilho dos tempos de glória do ilusionismo marketeiro, ficaram por um fio com a entrada em cena do cabeleireiro Celso Kamura, responsável pelo novo visual de Dilma Rousseff. Com uma dúzia de tesouradas, além de três ou quatro correções no design da maquiagem, o cara conseguiu resultado melhor que o obtido pelo lendário João Santana, publicitário titular da pré-candidata, à frente de um exército de cirurgiões plásticos, ortodontistas, estilistas, personal media training e o escambau.
Feita por Kamura na informalidade do banheiro da ex-ministra, sem frescuras de coiffeuer, a cabeça de Dilma Rousseff foi inaugurada sem a pompa das obras do PAC, ainda que bem acabada e, sobretudo, econômica. Pelos cálculos das editorias de moda, deve ter custado uns R$ 7 mil – dinheiro que, em moeda publicitária, não paga o photoshop. A era dos cabeleireiros que se anuncia dispensa caixa 2 até para dar sustentabilidade à imagem obtida. “É só passar um gel, e pronto!” – garante Kamura, com simplicidade inimaginável na conversa mole dos homens de marketing.
O cabeleireiro deixou Brasília certo de que apagou a imagem de “brava e fria” naquela mulher que, antes do serviço, lhe dava medo. Só se falava disso ontem em Nova York onde Dilma Rousseff passou os últimos três dias toda prosa com a receptividade popular ao seu novo topete: quem antes nas ruas a confundia com dona Marisa Letícia a chama agora de Marta. Nada que um bom e velho crachá não possa resolver.
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